“Tentei expor a paixão que tenho pelo campo e pela lida dos gaúchos”

ABRE ASPAS

“Tentei expor a paixão que tenho pelo campo e pela lida dos gaúchos”

Um dos destaques da programação de exposições da Expointer neste ano é o projeto Estância da Arte, que chega a sua quarta edição. E uma das integrantes da exposição é a artista plástica Lauren De Bacco, 42. Natural de São Vicente do Sul, ela reside em Westfália há quase uma década. Junto com outras seis pessoas, expõe seus trabalhos na mostra, que tem como tema “Sem Fronteiras”. No ano passado, a mostra bateu recorde de público, com 40 mil visitantes

“Tentei expor a paixão que tenho pelo campo e pela lida dos gaúchos”
Foto: ACERVO PESSOAL

Quando começou o teu envolvimento com a arte?

Desde que me conheço por gente a arte me rodeou. Minha avó era uma artista incrível mesmo nunca tendo reconhecimento algum. Desde as bonecas de pano e porongo, ela me apresentou cera de abelha para escultura e muitos materiais com os quais eu podia fazer meus boizinhos de brinquedo e do mundo do campo. Quando eu não estava lá, o refúgio era desenhar e moldar o que vivia no campo, e ela está presente na exposição na obra “Além da janela”, pois foi assim que ela me ensinou a ver o mundo.

Como surgiu o convite para participar da Expointer?

A equipe do Estância da Arte entrou em contato comigo no início do ano. Foi uma surpresa muito gratificante, pois jamais imaginei participar de algo grande, um tanto por ser reclusa e porque sempre vivi meio à margem desses eventos como a Expointer.

O que as tuas obras expostas no evento irão retratar?

Tentei expor a paixão que tenho pelo campo e pela lida dos gaúchos, o amor pelos cavalos que sempre foram presentes na minha vida, a fibra da mulher no campo que lida com o gado e cavalos e não só com as panelas e horta, a garra dos negros velhos esquecidos nos fundões de campo, coisas que não quero deixar se perderem no tempo como os arados puxados a bois, as quitandeiras e os alambradores que fizeram nossa história atrás dos holofotes.

E do que fala a exposição temática “Sem Fronteiras”?

É um espaço que convida o público a explorar novos olhares sobre a vida no campo. São 48 obras disponíveis na exposição, entre pinturas, esculturas e desenhos que retratam desde o dia a dia do gaúcho até paisagens, tradições e a riqueza cultural dos pampas. Esperamos receber até 50 mil pessoas para conhecer as obras.

Qual a importância, para o teu trabalho, de integrar uma mostra dentro da maior feira do setor agropecuário da América Latina?

É uma grande honra participar de um evento exclusivo para a arte campeira de tamanha magnitude, creio que visualização de minhas obras vai ser a maior que já tive até hoje, e estar entre tão bons artistas que retratam nossa cultura é algo único.

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