Quando começou o teu envolvimento com a arte?
Desde que me conheço por gente a arte me rodeou. Minha avó era uma artista incrível mesmo nunca tendo reconhecimento algum. Desde as bonecas de pano e porongo, ela me apresentou cera de abelha para escultura e muitos materiais com os quais eu podia fazer meus boizinhos de brinquedo e do mundo do campo. Quando eu não estava lá, o refúgio era desenhar e moldar o que vivia no campo, e ela está presente na exposição na obra “Além da janela”, pois foi assim que ela me ensinou a ver o mundo.
Como surgiu o convite para participar da Expointer?
A equipe do Estância da Arte entrou em contato comigo no início do ano. Foi uma surpresa muito gratificante, pois jamais imaginei participar de algo grande, um tanto por ser reclusa e porque sempre vivi meio à margem desses eventos como a Expointer.
O que as tuas obras expostas no evento irão retratar?
Tentei expor a paixão que tenho pelo campo e pela lida dos gaúchos, o amor pelos cavalos que sempre foram presentes na minha vida, a fibra da mulher no campo que lida com o gado e cavalos e não só com as panelas e horta, a garra dos negros velhos esquecidos nos fundões de campo, coisas que não quero deixar se perderem no tempo como os arados puxados a bois, as quitandeiras e os alambradores que fizeram nossa história atrás dos holofotes.
E do que fala a exposição temática “Sem Fronteiras”?
É um espaço que convida o público a explorar novos olhares sobre a vida no campo. São 48 obras disponíveis na exposição, entre pinturas, esculturas e desenhos que retratam desde o dia a dia do gaúcho até paisagens, tradições e a riqueza cultural dos pampas. Esperamos receber até 50 mil pessoas para conhecer as obras.
Qual a importância, para o teu trabalho, de integrar uma mostra dentro da maior feira do setor agropecuário da América Latina?
É uma grande honra participar de um evento exclusivo para a arte campeira de tamanha magnitude, creio que visualização de minhas obras vai ser a maior que já tive até hoje, e estar entre tão bons artistas que retratam nossa cultura é algo único.