A ponta de ferro a construída em Forquetinha, antes da Primeira Guerra Mundial havia sido submersa pela enchente de maio de 2024. Moradores que residem perto do rio informaram o paradeiro da sua localização nesta semana: ela foi parar a 250 metros de onde estava instalada, próximo à travessia da BR-386.
Começou a ser construída em 1914. Constituída com ferros importados da Alemanha, fazia a ligação do Vale do Taquari à Soledade e de Lajeado a Forquetinha.
Na época, o empresário Emílio Kirst, fundador da fábrica de refrigerantes Fruk, coordenou a construção. A estrutura é similar a ponte de ferro de Arroio do Meio, porém mais antiga e mais curta.
Inaugurada em 1918, servia de passagem para as carroças e pequenos veículos da época e foi desativada com a construção da BR-386., É emblemática devido ao valor histórico e cultural que ela tem na vida dos imigrantes alemães da região.
A ponte tem potencial para ser revitalizada e exposta entre o Deutsche Kolonie Park, o Parque Histórico de Lajeado e o Parque do Imigrante, repercutindo no turismo local.
A maquete da obra, a foto original com telhado, está na biblioteca da família Richter, em Forquetinha e pode ser observada por pesquisadores e historiadores e alunos.
Marco das enchentes
O monitoramento das enchentes é fundamental para reunir informações que possam minimizar os danos causados por esses fenômenos. Além das réguas de medição já instaladas, é crucial que marcos sejam estabelecidos também nas áreas rurais.
As famílias que vivem próximas aos rios devem registrar o nível máximo que as águas atingiram, destacando essas marcas em pedras ou outros pontos permanentes. Esses registros são essenciais para garantir que, mesmo daqui a cem anos, quando não estivermos mais presentes, as futuras gerações possam utilizar essas informações para prevenir tragédias.
Esses dados devem ser arquivados nas prefeituras, garantindo a preservação dessa memória histórica e a continuidade das medidas de prevenção para os proprietários de terra e gestores do amanhã.
O legado dos corais em Teutônia
Teutônia aprendeu a cantar em coro de uma forma interessante, hábito trazido dos imigrantes alemães há 200 anos.
Em 2017, 50 corais atuavam em Teutônia. Na época, estimava-se que o município tinha mil coralistas. O que significava, um cantor para cada 27 pessoas. Era muita gente cantando junto. Por causa dessa atividade, o município ganhou o título de Capital Nacional do Canto Coral.
Os coralistas cantavam nas festas, igrejas, cultos e funerais.
Com o tempo o número de corais reduziu e grupos se extinguiram após a pandemia. Também porque a média de idade dos cantores variava entre 50 a 60 anos.
O município está retomando essa arte incentivando o canto nas escolas a fim de manter o legado dos imigrantes que trouxeram a atividade para a região.