Discutir tratamentos fitossanitários, prevenção ao greening e tecnologias para a poda foram alguns dos temas abordados durante uma Tarde de Campo em citricultura, realizada, no salão da comunidade de Linha Quinta Alta, em Arvorezinha. Na ocasião, cerca de 100 pessoas acompanharam as três estações de trabalho, organizadas pela Emater/RS-Ascar, Cooperativa Sicredi juntas ao município, com o apoio das empresas Solo Sagrado e Polli Fertilizantes Especiais.
Para o extensionista da Emater/RS-Ascar, Julio Marcon, o evento marca uma retomada das ações coletivas de apoio aos citricultores. “No município temos uma área plantada de cerca de 500 hectares entre laranjas e bergamotas de diversas variedades, com uma perspectiva de crescimento de mais de 20% para os próximos anos”, avalia Marcon, que comenta ainda que a atividade, em Arvorezinha, é essencialmente da agricultura familiar. “Hoje são cerca de 250 produtores que investem em citros, em áreas de cerca de dois hectares”, pontua.
Marcon explica ainda que o preço atrativo para o agricultor, em evolução desde o ano passado, tem sido um dos diferenciais na hora de apostar nesse investimento, além da sanidade, uma vez que o Rio Grande do Sul permanece como área livre de greening, uma das mais severas doenças da citricultura. “Por isso a ideia dessa Tarde de Campo também é a de fazer uma conscientização com o público, para adotarem medidas de prevenção e de boas práticas de manejo, já que o greening não tem cura”, frisa.
Representante do setor de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Governo do Estado, a fiscal Maria Luiza Conti, reforçou a importância de adquirir plantas de viveiros certificados e com mudas sadias, para minimizar a entrada da doença. Em sua manifestação, mencionou ainda os sintomas, que envolvem desde folhas amareladas, de textura mais parecida com couro e mais grossas, até o amarelecimento na região do pedúnculo, sementes mal formadas e frutos pequenos, deformados e com lados desproporcionais, quando cortados ao meio.
De acordo com Maria Luiza, se houver dúvidas, o agricultor não deve hesitar em chamar a Inspetoria de Defesa Agropecuária do município ou a Emater/RS-Ascar. “Nesse caso, prevenir sempre será melhor do que remediar”, avalia. Para o anfitrião da tarde, Cassiano Santin, encontros do tipo são importantes justamente por possibilitarem a troca de informações e por lembrarem os citricultores daquilo que é importante para manter a sanidade do pomar. “Minha família lida com a produção de laranjas Umbigo e Valência há 13 anos e doenças como o cancro e outras podem prejudicar a nossa safra”, comenta.
Durante a Tarde de Campo, outra doença, no caso a podridão floral (conhecida também como estrelinha) foi abordada na estação de tratamentos fitossanitários, ocasião em que o extensionista da Emater/RS-Ascar, Pedro Veit, abordou formas de prevenção, de detecção e de tratamentos, bem como a época a serem feitos os manejos. O evento foi concluído ainda com uma demonstração de uma podadeira, maquinário que pode reduzir a penosidade do trabalho e que pode ser uma alternativa de aquisição coletiva para os agricultores da região, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR).