Vamos falar sobre o Ideb. Você já deve ter ouvido falar dele, talvez até tenha visto alguma notícia recente exaltando os números de uma escola ou lamentando os resultados de outra. Mas será que esses números contam a história toda? Eu diria que não.
Por trás de cada número, de cada estatística, há vidas, com histórias mais complexas dos que as avaliações atingem. E isso fica ainda mais evidente quando a gente começa a olhar para o impacto da desigualdade social na educação. Porque, vamos ser sinceros, o Ideb não é só sobre o desempenho dos estudantes, mas também sobre as condições em que eles vivem e aprendem.
Imagina duas escolas, da mesma rede, no mesmo município. É o caso de Encantado. Uma tem a terceira melhor nota do RS nos anos finais do Ensino Médio. Os alunos têm acesso a tudo o que precisam: transporte, internet de qualidade, livros, e, claro, famílias que acompanham a vida escolar dos filhos. Neste caso, o desempenho dos alunos vira excelente.
Agora, pense numa escola na periferia, em área vulnerável. Como é o caso da Érico Veríssimo. Lá, as coisas são diferentes. As famílias, muitas vezes, precisam se dedicar para garantir o básico do dia a dia. A educação, por força maior, vira secundária. Como esperar que o desempenho seja o mesmo?
A desigualdade social é uma barreira real e concreta para cada estudante. E não é só a falta de recursos materiais que pesa. O contexto do ambiente, as relações, as amizades, a ausência do Estado, a falta de políticas públicas efetivas – tudo isso contribui para que haja um abismo entre escolas. O caso de Encantado é um resumo do que vemos todos os dias país afora.
Educação como ferramenta contra a desigualdade
Aqui está o ponto crucial: o Ideb não pode ser visto apenas como um termômetro do desempenho escolar. Ele deve servir como um chamado para a ação, para políticas públicas que reconheçam essas diferenças e ajudem a diminuir as desigualdades. Porque a educação, mais do que uma simples etapa da vida, é uma oportunidade de mudança social, um caminho para um futuro melhor.
Pago para falar mal
Pense e responda, nobre leitor: na campanha política contratar um serviço para falar mal do adversário é correto?
É isso mesmo que ocorre em São Paulo. Distante da realidade regional? Talvez sim, mas nem tanto. A tática do candidato Pablo Marçal é isso mesmo. Ele contratou serviços de vídeo para atingir Guilherme Boulos.
Com uso periódico de redes sociais, usa um formato de marketing eleitoral multinível de constante enfrentamento. Um dos resultados são os vídeos do debate, com as alusões ao consumo de drogas por parte do adversário.
Uma pena. Perde a democracia, a possibilidade de debater ideias, discordar com elegância e apresentar projetos de futuro. Situação ainda mais crítica quando entendemos o local, justamente a maior cidade da América Latina.