A campanha iniciou faz poucos dias e os alertas ainda podem evitar maiores complicações aos candidatos a prefeito (a) no Vale do Taquari. É fato. Uma das principais preocupações dos assessores jurídicos são os riscos desnecessários. Especialmente por parte de postulantes que buscam a reeleição nas majoritárias. Participações em eventos públicos, premiações e outros movimentos que podem configurar abuso de poder estão na mira do Ministério Público Eleitoral e também já viraram assunto recorrente junto aos comitês dos opositores. São riscos desnecessários, reforço. Afinal, quem está à frente da máquina pública não deveria se preocupar tanto assim com a própria presença em determinados atos oficiais. Pelo jeito, está faltando orientação aos gestores.
Debate em Estrela I
O primeiro debate entre os cinco candidatos a prefeito (a) de Estrela foi um pouco mais acalorado do que o embate dos três postulantes de Lajeado. Mesmo assim, é possível afirmar que a serenidade e a cordialidade prevaleceram durante as duas horas de conversa dentro do estúdio da Rádio A Hora. Já nas redes sociais, em especial na página do A Hora TV, no YouTube, correligionários, cargos comissionados e curiosos em geral travaram debates um pouco mais ácidos e com bem menos responsabilidade. Inclusive com algumas denúncias mais sérias contra alguns candidatos.
Debate em Estrela II
Ex-primeira dama e ex-secretária municipal, Carine Schwingel (União Brasil) parece ter sido o principal alvo de dois concorrentes de peso. João Braun (PP) e Elmar Schneider (MDB) utilizaram diversos momentos para “cutucar” de forma direta ou indireta a candidata a prefeita. Braun afirmou que ela “sumiu” durante a enchente, e insinuou um possível desconhecimento – por parte dela – acerca do preço da tarifa de ônibus e outros detalhes referentes à mobilidade urbana. E Schneider não poupou críticas ao marido de Carine, o ex-prefeito e atual secretário estadual, Rafael Mallmann.
Debate em Estrela III
Carine até tentou levar “numa boa” as recorrentes provocações. Mas não exitou em responder à insinuação de Braun sobre o período das enchentes. “Trabalhei muito e não publiquei fotos”, afirmou ela, cobrando “menos exposição e mais entrega” nos momentos de tragédia. Como tréplica, Braun lembrou que Schneider foi secretário no governo de Rafael Mallmann e Carine foi secretária no governo de Schneider. Em suma, a impressão é que o Progressista vai usar a seu favor esse verdadeiro elo de ligação entre os agentes que governaram o município nos últimos anos.
Debate em Estrela IV
Candidato do Partido Novo, Jair Wermann iniciou o debate chamando Carine Schwingel de “parceira”. Na sequência, reclamou de forma acintosa quando Elmar Schneider lhe chamou de “colega” em meio à pergunta. Aliás, a relação entre o Novo e Schneider foi apimentada com a presença do assessor de Wermann e candidato a vereador, Marco Kayser, que estava presente nos ambientes da Rádio A Hora vestindo uma camiseta preta com os dizeres “Fora Schneider”. Uma atitude que pode ser considerada pueril e deselegante. Mas está dentro das regras da democracia.
Debate em Estrela V
Renato Horn (PSB), o “Bonitinho”, teve a oportunidade de realizar três perguntas ao atual gestor. Ele começou de forma branda, mas depois lembrou que Schneider empregou, na prefeitura, diversos concorrentes dele no pleito de 2020. Entre os demais adversários do prefeito, Carine Schwingel foi a única que também teve a chance de direcionar questões ao chefe do Executivo, mas preferiu direcionar a pergunta ao representante do Partido Novo. Mesmo assim, a ex-secretária não poupou o ex-chefe. “Assim como eu, muitos se decepcionaram com Schneider”, afirmou.
Debate em Estrela VI
Nas considerações finais, Schneider citou o momento delicado de reconstrução da cidade e afirmou que “não é hora de aventuras”. Bonitinho pediu votos e apoio aos vereadores do PSB e garantiu que vai ficar meio turno no gabinete e meio turno nas ruas. Wermann citou emenda de um deputado federal e ressaltou a necessária austeridade no poder público. Carine prometeu a busca por transparência e agilidade na administração municipal. Por fim, Braun salientou a importância de “escutar e andar” junto com a população. E os cinco voltam a se encontrar no dia dois de outubro.
Pintura no comitê gera polêmica
A pintura da fachada do comitê dos candidatos Gláucia Schumacher (PP) e Guilherme Cé (Novo) na Av. Alberto Pasqualini agitou os bastidores da política de Lajeado. Eu explico. Alguém passou pelo local e fotografou um dos pintores que, no momento, vestia um uniforme disponibilizado aos servidores públicos lajeadenses.
E a suspeita de uso da máquina pública para a campanha da atual vice-prefeita tomou proporções entre agentes da oposição e viralizou nas redes sociais. Questionado sobre a imagem, os coordenadores da coligação liderada pelo PP garantem: o homem fotografado não é funcionário público. Aliás, o próprio trabalhador se manifestou em vídeo. Ele confirma que nunca atuou na prefeitura e encontrou o uniforme da municipalidade durante a enchente. Por fim, classificou como “mal-intencionada” a pessoa que lhe fotografou durante a jornada de trabalho.