Malandragem antes, malandragem depois

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Malandragem antes, malandragem depois

O Grupo A Hora recebeu a informação sobre supostos militantes se oferecendo para responder as pesquisas eleitorais nas ruas e, desta forma, melhorar os índices de certos candidatos. É fato. Quem tenta manipular tais resultados apenas demonstra o próprio caráter e deixa claro as próprias “virtudes”. O engraçado é que os experientes malandros deixam rastros da própria malandragem nos grupos de Whatsapp dos partidos. E os comprometedores “prints” das conversas não costumam ficar reservados aos aliados.

Pelo contrário, muitos costumam chegar aos veículos de comunicação. Ou seja, e além do péssimo exemplo, muitos agentes impregnados pela velha política também são ingênuos. E não se enganem, eleitores e correligionários. Quem joga sujo antes de ser eleito, também pode jogar sujo frente à prefeitura. Portanto, não participe de atos imorais e apoie quem gasta o tempo com proposições e bons debates junto às comunidades. Deixe o “jogo sujo” pra quem gosta.

Mais dois meses (ao menos) de martírio

A CCR Viasul estima em (pelo menos) dois meses o prazo para finalizar as obras de manutenção da ponte da BR-386 sobre o Arroio Boa Vista, em Estrela. Até lá, caro leitor, seremos (outra vez) vítimas da inércia regional que, por décadas, negligenciou o necessário debate sobre novas pontes e travessias intermunicipais no Vale do Taquari. Até o dia 20 de outubro, caro leitor, vamos sofrer na pele, no bolso e na paciência os males de uma região carente de líderes regionais e/ou representatividade parlamentar suficientes para brigar por melhores condições logísticas. Menos mal, caro leitor, que o período deste novo martírio junto à única ligação direta com a Região Metropolitana coincidirá com a campanha eleitoral. Ou seja, e assim espero, nenhum candidato (em Lajeado e Estrela, especialmente) se dará ao luxo de pormenorizar a histórica demanda.

Sete candidatos em 2020, cinco candidatos em 2024

O eleitor de Estrela já está habituado com o alto número de candidatos a prefeito (a). No pleito passado, em 2020, foram sete postulantes ao cargo máximo do poder Executivo. Desta vez, porém, são “apenas” cinco. Apesar da mudança numeral, algo não mudou do pleito passado para o atual: a minha dúvida acerca das intenções de alguns candidatos que, até o presente momento, andavam um tanto distante dos debates e embates políticos locais. Talvez a minha dúvida seja levemente diluída após o primeiro debate entre os cinco candidatos, que ocorre hoje, a partir das 10h, nas ondas da Rádio A Hora 102.9 e, também, nas plataformas digitais do Grupo A Hora.

Além da reconstrução, a preservação da história

Principal responsável pela reconstrução da Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio, o empresário Roberto Lucchese está empenhado em resgatar a estrutura histórica daquela mesma ponte, que repousa no leito do Rio Forqueta após ser derrubada pela força da correnteza do Rio Forqueta, em maio passado. Lucchese quer levar a peça até a Praça da Lyall, no bairro São Cristóvão, para construir um memorial à trágica enchente de 2024. É uma forma lúdica de manter viva na memória das próximas gerações, a exemplo de outros memoriais mundo afora. Paralelo a este interessante movimento, o historiador Waldemar Richter iniciou a busca pela estrutura de outra histórica ponte de ferro, que estava instalada próxima à BR-386 na divisa entre Lajeado e Forquetinha, e também foi levada pela enchente de maio. A peça foi localizada ontem. E a ideia dele é reutilizá-la como uma passarela entre o Parque do Imigrante e o Parque Histórico.

Denúncias no MP

Não param de chegar denúncias ao Ministério Público Eleitoral. Em âmbito regional, pinturas, parentescos, abusos e propagandas antecipadas estão na mira dos adversários. E muitos apostam em “grandes e impactantes surpresas” no pleito municipal de Lajeado, especialmente. Aguardemos!

TIRO CURTO

  • É preciso muito cuidado por parte dos candidatos de oposição. Por vezes, “pintar” o caos em uma cidade visivelmente próspera pode ser um grande tiro no pé. Afinal, o eleitorado é muito dinâmico. E muitas narrativas são frágeis. Isso vale para as menores e maiores cidades do Vale do Taquari.
  • Atenção, atenção partidos: o uso de candidaturas laranjas pode levar à cassação de agentes eleitos. Inclusive prefeitos (e prefeitas). Portanto, nem pensem em repetir táticas do passado. O Ministério Público está de olho. Em todas as comarcas.
  • Entre os candidatos a prefeito de Lajeado, resta claro uma discordância com relação ao uso do orçamento público anual. Há quem defensa a austeridade (e superavit) com unhas e dentes, e há quem defenda muito mais aplicação dos recursos no ano corrente e, inclusive, algumas gratuidades. Resta saber quais discursos vão gerar mais votos em outubro. E quais ações são, de fato, aplicáveis.
  • Uma provocação aos atuais gestores públicos: demarcar pontos em áreas urbana e rurais para que as próximas gerações possam enxergar os níveis da maior enchentes da nossa história
  • Ontem, durante visita do governador Eduardo Leite (PSDB) ao município de Encantado, o repórter Matheus Laste foi empurrado por um assessor enquanto entrevistava o chefe do Estado. E não foi o primeiro atrito da equipe de Leite na região dos Vales. Ora, é bom ajustar isso. Afinal, os incansáveis agentes da comunicação regional merecem muito mais respeito.

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