A educação sólida nos anos iniciais molda competências cruciais para a vida adulta. Líderes e empresários concordam que a educação dinamiza trajetórias. Quando pai, filhos, netos e bisnetos frequentam a mesma escola, as competências se expandem por gerações.
Interno e Funcionário do CEAT
Em 1950, o empresário Nelson Eggers ingressou no internato do CEAT para realizar o ciclo fundamental. Os exames de admissão permitiam que o aluno frequentasse o curso ginasial e ele foi admitido com facilidade. “Não havia condução de Arroio do Meio a Lajeado, então optei pelo internato. Fazíamos amizades e praticávamos esportes.”
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Latim, francês, português como disciplinas obrigatórias, a memória para saberes aprimorados. No ato da entrega do boletim, os pais observavam em primeiro lugar a nota sobre “comportamento”, “organização” e “atenção em aula”. Eram itens que completavam a avaliação, assim como as notas das disciplinas. “Tentávamos tirar dez em tudo”, complementa Nelson.
No contexto cultural, o Brasil esperava se tornar uma nação moderna, a televisão surgia com força e a população rural predominava. E Nelson se destacava na escola. Quando interno, foi contratado pelo diretor da época, Friedhold Altmann, para atuar na secretaria, em 1953. “Sempre tive facilidade com os números”.
Mais tarde, convidado por um professor, atuou em colégio em Porto Alegre. “Na época, o emprego ideal era conseguir um contrato no Banco do Brasil. Eu não tentei, porque temia ficar preso a um banco o resto da vida.”
A educação foi crucial para a formação de liderança e o hábito da leitura, instruído em casa pelo pai, um caixeiro viajante, ajudou a moldar opiniões.
O estudo contínuo proporcionou a base para três pilares que ele considera essenciais para a evolução pessoal: construção de relacionamentos, busca de conhecimento e constância de propósito. “Você não pode iniciar com uma loja de sorvetes e após dois anos, ao compreender que não está lucrando, decidir ser sapateiro”, ele ensina.
A escola o motivou a ser constante, organizado, disciplinado e aplicar ordem e atenção nos negócios.” Misturando tudo, criam-se pessoas que sabem fazer coisas”.
Do pré-escolar para a liderança da empresa
Ainda no pré-escolar do CEAT, Aline Eggers Bagatini conheceu a turma com quem se relacionaria até concluir o Ensino Médio. A vida escolar forma fortes laços que vão além da sala de aula e o grupo continua se encontrando.
A “viagem das Oitavas” foi marcante. Fotos e histórias voltam à memória. “Lembro do professor Orlando Bourscheid, que na viagem, nos deu um chuveiro quente, dos professores e das aulas divertidas de inglês e português do professor Cláudio.”
O inglês ela utiliza agora para relações comerciais. O português, para a comunicação com o grupo Fruki. O espírito de liderança foi forjado nas gincanas do CEAT. Como líder de equipe, treinou planejamento, motivação e engajamento em grupo. Na sua liderança, o grupo venceu a gincana daquele ano. “Mexeu comigo. Nos abraçamos e festejamos a vitória. Senti que poderia ser líder”, detalha.
A passagem pelo Grêmio Estudantil, no departamento jornalístico, garantiu o desenvolvimento de integração, gestão, projetos e comunicação. A associação com o esporte sustentou a responsabilidade para com o grupo. “Nas quadras, entendi o que é trabalho em equipe. Líder não manda, ele une o time e sabe extrair o melhor das pessoas”, salienta.
As fases diferenciadas que Aline viveu no colégio permitiu uma ampla gama de atividades extracurriculares, pensamento crítico e cultura positiva. “Me trouxe disciplina, conteúdo e amizades. Minha segunda família. Gostaria que minha filha fosse tão feliz na escola quanto eu fui.”
Educação: uma herança familiar
Vivian Eggers Bagatini, 21, encarou o colégio com a experiência prévia da mãe. Durante os 12 anos que passou na escola, experimentou aulas de arte, piano, dança, foi líder de torcida e aprendeu o poder da arte, durante os sete anos de teatro. “Fortaleci minha relação com os amigos, o sentimento de liderança e a comunicação. O CEAT te dá background para a faculdade.”
Apesar de o Português não estar entre suas disciplinas favoritas, as aulas exigiam escrita atenta e persuasiva. Quando iniciou a faculdade de Publicidade, entendeu a importância dos ensinamentos na língua. “Vejo que a maneira que escrevo na faculdade faz parte da trajetória do CEAT e do modo como os professores ensinaram.”
Com o conjunto de condições que o CEAT proporcionou, Vivian se prepara para experiências de liderança e viagens culturais, aumentando habilidades. “A educação é importante para o que eu sou e quero para meu futuro”.
Líder eficaz cuida de pessoas
Diretor de marketing da Fruki, Júlio Eggers esteve no CEAT da primeira à oitava série. “O legado de minha passagem no colégio foi a construção de valores. Dentro da formação, destaco o cuidado com as pessoas”. Júlio explica que, apesar das exigências escolares, os professores aperfeiçoam a sensibilidade com as crianças e alunos.
O acolhimento dos mestres sem descuidar do nível de exigência marcou a trajetória escolar. Esse olhar refinou sua liderança. “Um líder que sabe cuidar de pessoas é um líder eficaz.”
A capacidade divertida do professor Hugo em transmitir lições de física, uma matéria densa para alunos, marcou Júlio no CEAT. “Foi um professor presente, observador e ao lado dos alunos. É muito legal ter uma referência não turrona e, ao mesmo tempo, exigente.”
A experiência adquirida em Alemão no CEAT o auxiliou no intercâmbio para a Alemanha, no Ensino Médio. O mérito vai para a professora Frau Kussler, acostumada a lecionar para os adolescentes e jovens do CEAT. Educação é a base que consolida toda a trajetória do aluno.