É preciso falar (mais) da nova ponte sobre o Taquari

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

É preciso falar (mais) da nova ponte sobre o Taquari

Já que nenhum candidato a prefeito (a) de Lajeado se debruçou sobre este tema durante o debate dessa sexta-feira, eu vou aproveitar estas poucas linhas que me cabem para reforçar: precisamos de mais pontes e conexões entre Lajeado e as cidades vizinhas. Não podemos perder a oportunidade de angariar recursos federais e estaduais para transformar a mobilidade urbana do Vale do Taquari e potencializar ainda mais nossas virtudes logísticas.

É imperioso que os líderes municipais e regionais resguardem energia para tratar, junto dos setores privado, associativista, cooperativista e acadêmico, soluções imediatas para gargalos antigos e recentes. E uma das demandas mais latentes é a construção de duas ou mais pontes sobre o Rio Taquari. O momento é agora, reforço!

Debate em Lajeado I

O primeiro debate entre os três candidatos a prefeito (a) de Lajeado, realizado pelo Grupo A Hora, foi o primeiro debate a prefeito (a) na vida dos três postulantes. Carlos Ranzi (MDB), Gláucia Schumacher (PP) e Sergio Kniphoff (PT) possuem experiência em eleições, sim, mas nunca concorreram ao cargo máximo do poder Executivo. E isso pesa na hora do embate público e cronometrado. Muito em função disso, acredito, a cordialidade tenha prevalecido de forma tão vistosa durante as longas duas horas dentro do estúdio de rádio. Cordialidade acima da conta, citam alguns analistas. E eles se perguntam: quem ganha (e quem perde) com muita “água com açúcar”?

Debate em Lajeado II

Sérgio Kniphoff (PT) foi duas vezes candidato a vice-prefeito, em 1988 e 2004. Em 2008, 2012, 2016 e 2020 concorreu e foi eleito vereador. Carlos Ranzi (MDB) concorreu pela primeira vez em 2008, quando chegou à suplência da câmara, e conquistou a vaga de vereador nos pleitos de 2012, 2016 e 2020. Gláucia Schumacher (PP) venceu as duas últimas eleições na condição de candidata a vice-prefeita, sempre ao lado do atual prefeito Marcelo Caumo (PP), cuja popularidade é citada em análises internas dos diferentes partidos. Ou seja, e se levarmos o histórico dos três postulantes, é possível afirmar que não lhes falta experiência para bem encarar os próximos 44 dias de campanha.

Debate em Lajeado III

Mas voltando ao debate dessa sexta-feira, as lembranças do passado chamaram a atenção. Gláucia teceu críticas à gestão municipal do MDB, no longínquo período de 1993 a 1996, e também relembrou aos ouvintes e internautas que o MDB estava aliado ao PT na vitória e nos primeiros anos de governo de Luís Fernando Schmidt, na década passada. Por sua vez, Ranzi defendeu a administração do ex-prefeito Leopoldo Feldens (à época no MDB), e citou pontos positivos em detrimento à gestão do também ex-prefeito Cláudio Schumacher, o pai de Gláucia. Em tempo, ambos falavam sobre a dificuldade de zerar a lista de espera nas creches municipais.

Debate em Lajeado IV

Um ponto positivo. Todos os candidatos garantiram a manutenção de diversas políticas públicas que, apesar dos bons resultados apresentados até o presente momento, carecem de muitos ajustes e inovações para se tornarem ainda mais assertivas. E neste aspecto é bom citar os movimentos Pro_Move Lajeado, o Pacto Pela Paz, a Guarda Civil Municipal, entre outros projetos que por vezes foram idealizados pelo governo municipal, e por outras tantas pela iniciativa privada, entidades e academia. Fato é que todos os lados ganham com esse posicionamento. A situação ganha em função dos justos méritos, e a oposição ganha ao reconhecer tais méritos e assim demonstrar maturidade.

Debate em Lajeado V

Uma das questões produzidas pelos jornalistas do Grupo A Hora provocou os três candidatos sobre a necessidade do prefeito (a) ser, também, um protagonista regional. E a impressão é de que os três postulantes reconheceram uma certa fraqueza de Lajeado neste sentido. “Lajeado não participa da Amvat”, disparou Kniphoff, reafirmando a necessidade de maior protagonismo. “Pergunte aos prefeitos da região o que eles pensam sobre isso”, reforçou. Gláucia citou ações regionais comandadas pela governo municipal durante (e após) as enchentes, e surpreendeu ao afirmar que gostaria de “liderar o Vale”. Uma postura bem diferente do atual prefeito, diga-se de passagem.

Debate em Lajeado VI

Detalhes negativos. Gláucia abriu mão de 37 segundos em uma das mais importantes respostas. A questão versava sobre atração e manutenção de médias e grandes empresas na cidade, e a candidata poderia ter especificado mais as propostas para tal. Kniphoff, por sua vez, exagerou no uso do termo “pessoas”. Restou claro – e óbvio – que será a tônica da campanha petista. O olhar para as pessoas é sempre necessário, claro, mas é sempre prudente observar a dose. E Ranzi deixou de detalhar com maior precisão (e números) algumas ações, promessas e citações a respeito da construção de escolas infantis no passado e no futuro.

Debate em Lajeado VII

Só o candidato Sérgio Kniphoff (PT) utilizou um adesivo no peito com o “santinho” de campanha durante o debate publicizado em diversas plataformas virtuais. Só a candidata Gláucia Schumacher (PP) compareceu ao debate na companhia do candidato a vice. E só Carlos Ranzi (MDB) estava acompanhado de um assessor com experiência em pleitos estaduais e nacionais. São alguns detalhes do primeiro debate entre os postulantes ao cargo de chefe de uma prefeitura que terá cerca de R$ 700 milhões em caixa em 2025. Os três voltam a se encarar frente a frente no dia três de outubro, também na Rádio A Hora, às vésperas do dia da votação. E até lá tem muita água pra rolar.

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