São 132 dias para o fim da reconstrução da ponte sobre o Rio Forqueta, na ERS-130. Esta foi a data limite estabelecida pelo secretário estadual dos Transportes, Juvir Costella, para a retomada do trânsito na ligação entre Lajeado e Arroio do Meio.
Frente ao pouco movimento de operários, de máquinas e de ações efetivas no local, líderes da região desconfiam da promessa. Inclusive, a liberação da ponte provisória, instalada pelo Exército, essa dúvida fica mais evidente.
“Agora temos outra alternativa. Mas ela não pode ser usada de pretexto para atrasar a nova passagem na ERS-130”, destaca o presidente do conselho administrativo da Dália Alimentos, Gilberto Piccinini.
A ligação é considerada fundamental para o retorno de uma certa normalidade logística entre a parte alta do Vale, com os centros consumidores. Empresas como a Baldo, Dália, Fontana, Divine, e toda a cadeia industrial da erva-mate, forças econômicas da microrregião de Encantado, operam com dificuldades devido ao comprometimento das vias de acesso.
“O percurso ficou mais longo. As entregas mais caras e com prazos mais elevados”, reforça o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Angelo Fontana. “Ter a ligação com capacidade para veículos pesados, sem restrições e engarrafamentos, representa um alívio às empresas.”
“Pelo que temos visto, a chance de entregar na data prometida pelo governo é quase nula”, antecipa Angelo Fontana. “Agora temos é que fazer pressão. Nossas empresas com enormes dificuldades, muitas não receberam nenhum apoio governamental, nenhum crédito, e ainda arcando com mais despesas para seguir em atividade.”
Até esta segunda-feira, a única alternativa para o transporte de cargas para chegar ou sair da região alta era pela ERS-129, entre Colinas e Roca Sales. Com sete quilômetros de chão batido, a estrada está degradada, pois não foi projetada para um trânsito tão intenso.
Palavra da EGR
Conforme a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a reconstrução da ponte na ERS-130 está na fase de instalação do canteiro de obras. A nova passagem ficará cinco metros acima da estrutura anterior.
A ponte ruiu em 2 de maio, durante a maior inundação da história do RS. Com isso, o Estado publicou a licitação, cerca de 28 dias após o episódio. A empresa Engedal venceu a concorrência.
Em seguida, com a assinatura da ordem de serviço, a empresa responsável pela obra iniciou os levantamentos topográficos, coleta de amostras de solo e análises geológicas e hidrológicas.
No fim do mês passado, iniciou a instalação do parque fabril no canteiro de obras, onde serão fabricadas as vigas e peças pré-moldadas. O espaço de 500 metros também abrigará áreas administrativas, operacionais e de convivência para os trabalhadores.
De acordo com a EGR, os estudos técnicos estão em fase final e a construção das fundações está prevista para começar ainda em agosto. Em paralelo, será iniciada a fabricação das peças pré-moldadas.
A nova ponte, que terá 150 metros de extensão, incluirá duas faixas de rolamento e áreas para pedestres e ciclistas, com um custo estimado de R$ 14 milhões. Conforme a autarquia, a conclusão da obra está prevista para dezembro deste ano. O financiamento da obra é de recursos próprios da EGR, provenientes da arrecadação da praça de pedágio.
Ponte até o Natal
Em participação no 42º Congresso de Municípios do RS, no mês passado, o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella voltou a afirmar que a ponte de ERS-130 será entregue antes do Natal. “Vamos fazer em seis meses. Disse para o governador. Esta é a meta. Trabalhamos com otimismo, resiliência e determinação.”
Essa projeção já havia sido dada pelo secretário logo após o colapso da estrutura em 2 de maio. Na época reconheceu a importância da via para o desenvolvimento da região. Costella durante a assinatura da ordem de início das obras reiterou ser uma construção moderna. “Reafirmo o compromisso do Estado com a segurança da população”, disse na ocasião.
Saiba mais
- 2 de maio: queda da ponte
- 20 de maio: edital de licitação publicado
- 31 de maio: Engedal homologada como empresa responsável
- 3 de junho: assinatura do contrato
- 5 de junho: ordem de serviço
- 21 de junho: início dos levantamentos técnicos e sondagem de solo
- 16 de julho até agora: montagem do canteiro de obras e instalação da fábrica de pré-moldados.