Região questiona prazo da EGR

Ponte da ERS-130

Região questiona prazo da EGR

Passagem entre Arroio do Meio e Lajeado caiu em maio. Promessa do secretário dos Transportes, Juvir Costella, é de reconstrução até o Natal

Região questiona prazo da EGR
Empresa responsável pela obra prepara canteiro de obras e instalação de fábrica para produção de pré-moldado. (Foto: Gabriel Santos)
Vale do Taquari

São 132 dias para o fim da reconstrução da ponte sobre o Rio Forqueta, na ERS-130. Esta foi a data limite estabelecida pelo secretário estadual dos Transportes, Juvir Costella, para a retomada do trânsito na ligação entre Lajeado e Arroio do Meio.

Frente ao pouco movimento de operários, de máquinas e de ações efetivas no local, líderes da região desconfiam da promessa. Inclusive, a liberação da ponte provisória, instalada pelo Exército, essa dúvida fica mais evidente.

“Agora temos outra alternativa. Mas ela não pode ser usada de pretexto para atrasar a nova passagem na ERS-130”, destaca o presidente do conselho administrativo da Dália Alimentos, Gilberto Piccinini.

A ligação é considerada fundamental para o retorno de uma certa normalidade logística entre a parte alta do Vale, com os centros consumidores. Empresas como a Baldo, Dália, Fontana, Divine, e toda a cadeia industrial da erva-mate, forças econômicas da microrregião de Encantado, operam com dificuldades devido ao comprometimento das vias de acesso.

“O percurso ficou mais longo. As entregas mais caras e com prazos mais elevados”, reforça o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Angelo Fontana. “Ter a ligação com capacidade para veículos pesados, sem restrições e engarrafamentos, representa um alívio às empresas.”

Estrutura colapsou em 2 de maio durante as cheias do Rio Forqueta. Alternativas são pela ERS-129, Ponte de Ferro ou Ponte do Exército. (Foto: divulgação)

“Pelo que temos visto, a chance de entregar na data prometida pelo governo é quase nula”, antecipa Angelo Fontana. “Agora temos é que fazer pressão. Nossas empresas com enormes dificuldades, muitas não receberam nenhum apoio governamental, nenhum crédito, e ainda arcando com mais despesas para seguir em atividade.”

Até esta segunda-feira, a única alternativa para o transporte de cargas para chegar ou sair da região alta era pela ERS-129, entre Colinas e Roca Sales. Com sete quilômetros de chão batido, a estrada está degradada, pois não foi projetada para um trânsito tão intenso.

Palavra da EGR

Conforme a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a reconstrução da ponte na ERS-130 está na fase de instalação do canteiro de obras. A nova passagem ficará cinco metros acima da estrutura anterior.

A ponte ruiu em 2 de maio, durante a maior inundação da história do RS. Com isso, o Estado publicou a licitação, cerca de 28 dias após o episódio. A empresa Engedal venceu a concorrência.

Em seguida, com a assinatura da ordem de serviço, a empresa responsável pela obra iniciou os levantamentos topográficos, coleta de amostras de solo e análises geológicas e hidrológicas.

No fim do mês passado, iniciou a instalação do parque fabril no canteiro de obras, onde serão fabricadas as vigas e peças pré-moldadas. O espaço de 500 metros também abrigará áreas administrativas, operacionais e de convivência para os trabalhadores.

De acordo com a EGR, os estudos técnicos estão em fase final e a construção das fundações está prevista para começar ainda em agosto. Em paralelo, será iniciada a fabricação das peças pré-moldadas.

A nova ponte, que terá 150 metros de extensão, incluirá duas faixas de rolamento e áreas para pedestres e ciclistas, com um custo estimado de R$ 14 milhões. Conforme a autarquia, a conclusão da obra está prevista para dezembro deste ano. O financiamento da obra é de recursos próprios da EGR, provenientes da arrecadação da praça de pedágio.

Ponte até o Natal

Em participação no 42º Congresso de Municípios do RS, no mês passado, o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella voltou a afirmar que a ponte de ERS-130 será entregue antes do Natal. “Vamos fazer em seis meses. Disse para o governador. Esta é a meta. Trabalhamos com otimismo, resiliência e determinação.”

Essa projeção já havia sido dada pelo secretário logo após o colapso da estrutura em 2 de maio. Na época reconheceu a importância da via para o desenvolvimento da região. Costella durante a assinatura da ordem de início das obras reiterou ser uma construção moderna. “Reafirmo o compromisso do Estado com a segurança da população”, disse na ocasião.

Saiba mais

  • 2 de maio: queda da ponte
  • 20 de maio: edital de licitação publicado
  • 31 de maio: Engedal homologada como empresa responsável
  • 3 de junho: assinatura do contrato
  • 5 de junho: ordem de serviço
  • 21 de junho: início dos levantamentos técnicos e sondagem de solo
  • 16 de julho até agora: montagem do canteiro de obras e instalação da fábrica de pré-moldados.

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