“Ter essa experiência faz com que eu possa ter uma ideia do que fazer no futuro. Tenho a chance de ajudar financeiramente lá em casa. Mais do que isso, fazer o meu currículo e ter mais oportunidades”.
As palavras do estudante Guilherme Gheno, 17, servem de referência sobre como é possível alinhar o currículo normal do Ensino Médio com uma formação técnica. Aluno do último ano na escola Érico Veríssimo, Gheno está no curso de mecânica de máquinas industriais.
“Posso trabalhar em diversas empresas e, quem sabe, também abrir meu próprio negócio”, projeta. Ter a possibilidade de conhecer os cursos, as produções e competências desenvolvidas. Esse é o propósito do Mundo Senai. Foram três dias com a unidade aberta para escolas, empresas e comunidade.
O evento é uma promoção nacional do Serviço Nacional da Indústria, conta o diretor do Senai Vale do Taquari, Jerry Hibner. “A formação profissional deve estar presente nas preocupações dos jovens, das famílias. Aqui, abrimos espaço para conversar sobre formação profissional, planejamento de carreira e oportunidades”, diz.
Em cima disso, o professor do curso de manutenção de máquinas, Antônio Onório, destaca o propósito de despertar nos jovens o interesse por trabalhos industriais. “Há muitas oportunidades. E o aluno precisa experimentar. É por meio do trabalho que conseguimos desempenhar um papel importante na sociedade”, ressalta.
O Mundo Senai ocorreu na quinta, sexta e sábado da semana passada. Foram mais de 300 visitantes. Eles conheceram detalhes sobre os cursos oferecidos na unidade de Lajeado e participaram de São oficinas sobre mecânica, elétrica, informática, eletromecânica, visitação aos laboratórios da Indústria 4.0, desenvolvimento de aplicativos, gastronomia, costura e outros.
Comportamento e técnica
A unidade do Senai de Lajeado tem cerca de mil alunos matriculados. Conforme Hibner, há uma demanda crescente de profissionais e, com isso, uma busca da instituição em abrir novas formações para atender a indústria regional.
Para além das formações técnicas, há uma necessidade em trabalhar habilidades pessoais. De acordo com Hibner, os alunos têm formações também para os chamados Hard Skils (qualidades pessoais, como proatividade, disciplina, relacionamento interpessoal e capacidade de resolver problemas).
Em cima disso, quem consegue equilibrar essas diferentes qualidades têm vantagem no mercado de trabalho.“Percebemos que a indústria espera um profissional com sólida formação e com competências comportamentais, busca contínua pelo aprendizado e capacidade de trabalhar em equipe.”
Conhecimento regional
A oferta de cursos de cada unidade do Senai é pensada dentro das características da área de abrangência. Na região, são 42 municípios atendidos pela instituição.
“Temos um olhar às vocações regionais. Quando abrimos um curso, ele foi pensado para atender uma demanda das indústrias daqui”, destaca a coordenadora pedagógica, Cilene Paraboa.
Junto com isso, as metodologias de ensino se sustentam em conhecimentos teóricos aliados à prática. Como uma forma de criar situações/problemas para os alunos buscarem soluções.
Como há cada vez mais tecnologia dentro das indústrias, há também uma mudança no perfil do trabalho. “Hoje é menos força física e mais conhecimento.”
RUMO inspira formação
O maior diagnóstico sobre o ambiente profissional no Vale do Taquari, a pesquisa RUMO – O Futuro da Mão de Obra – serviu de referência para algumas formações no Senai. Entre elas está o Eletrotécnico.
De acordo com Jerry Hibner, o diagnóstico moustrou a necessidade de profissionais nessa área. O Eletrotécnica é o segundo curso de nível médio ofertado na instituição. “Quando começamos com a Automação, pensávamos outras possibilidades. Com os resultados do RUMO, vimos que a Eletrotécnica era a 6ª colocada tanto em necessidade às indústrias quanto no interesse dos jovens.”
Esse foi o argumento central usado para a aprovação da novidade junto à direção estadual do Senai. “A pesquisa feita pelo Grupo A Hora foi fundamental para conseguirmos estruturar o curso. Serviu como um termômetro sobre a realidade da nossa região.”
O profissional de Eletrotécnica trabalha com manutenção predial, projetos de engenharia, instalações elétricas nas indústrias e também sobre sistema de distribuição de energia.
O RUMO – O Futuro da Mão de Obra – é um projeto realizado pelo Grupo A Hora e conta com o patrocínio de Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Sicredi, Univates, Rhodoss Implementos Rodoviários, Metalúrgica Hassmann, Dale Carnegie, Tomasi Logística e Construtora Giovanella.
Números do Senai
- Há duas unidades na região: Guaporé e Lajeado, além de postos de atendimento em Teutônia, Encantado e Serafina Corrêa;
- Por dia, cerca de mil alunos frequentam as unidades;
- Por ano, 1,5 mil se formam em algum curso profissionalizante dentro do programa Jovem Aprendiz, além de 1,1 mil alunos em cursos de formação profissional de nível técnico e qualificação;
- São 4 cursos credenciados em nível médio: Técnico em Automação Industrial, Eletroeletrônica, Eletrotécnica e Eletromecânica;
- Ainda há outros 13 de evolução profissional, oito de aprendizagem industrial básica;
- Também há 18 unidades móveis em diversos segmentos tecnológicos;
- Com cursos customizados dentro das empresas e para os 42 municípios da área de abrangência no Vale.
