Mais de 86% das empresas apostam em treinamentos internos para engajar equipes

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Mais de 86% das empresas apostam em treinamentos internos para engajar equipes

Entre os funcionários, 62,7% são muito receptivos às formações. Sexta reportagem encerra série e mostra como competências mais trabalhadas em qualificações internas estão ligadas a conhecimentos voltados às rotinas produtivas

Mais de 86% das empresas apostam em treinamentos internos para engajar equipes
No comércio, CDL Lajeado desenvolve formações mensais para líderes e gestores. Ideia é de criar uma cultura voltada ao desenvolvimento. (Foto: Filipe Faleiro/Arquivo)
Vale do Taquari

Preparar o funcionário que chega na organização e manter o engajamento do quadro permanente. A promoção de cursos internos representa uma estratégia permanente para garantir a atualização e dinâmica produtiva.

Essa é uma das análises possíveis diante dos dados apresentados pela pesquisa RUMO – O Futuro da Mão de Obra. A 6ª reportagem da série observa as estratégias desenvolvidas nos ambientes corporativos para treinamento e requalificação. O estudo também ouviu profissionais e quem busca um espaço no mercado de trabalho sobre onde buscam aperfeiçoamentos.

Entre as empresas, mais de 86% fazem treinamentos internos de forma recorrente. Entre os principais conteúdos trabalhados, estão conhecimento do produto, rotinas de trabalho, cultura da empresa. “A capacitação tem de ser constante. O mercado muda, os produtos mudam, a forma de interagir com o cliente. Então, o empresário precisa acompanhar todos esses movimentos”, diz a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL Lajeado), Giselda Hann.

O modelo mais usado pelas empresas são encontros presenciais. Mas também há o uso de plataformas digitais e de vídeos, acompanhamento de tarefas, leituras e visitas aos setores das empresas.

“Vale tanto para o profissional que está chegando, mas também há necessidade de incluir o quadro mais experiente”, realça Giselda. “O empresário precisa conversar com a equipe. A comunicação sempre é importante para alinhar expectativas.”

O coordenador da pesquisa, o professor, economista e estatístico, Lucildo Ahlert, destaca que o RUMO ouviu segmentos diferentes, com áreas distintas entre indústria, serviços e comércio. Mesmo que com demandas diferentes, requalificações ligadas ao convívio, comunicação e inteligência emocional estão presentes em todas as organizações.

O RUMO – O Futuro da Mão de Obra – é um projeto realizado pelo Grupo A Hora e conta com o patrocínio de Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Sicredi, Univates, Rhodoss Implementos Rodoviários, Metalúrgica Hassmann, Dale Carnegie, Tomasi Logística e Construtora Giovanella.

Cultura de crescimento

“As empresas que mais se desenvolvem estão na vanguarda. Elas não aguardam a demanda do colaborador. Trazem como pré-requisito a vontade de se desenvolver”. A afirmação do diretor do Dale Carnegie Vale do Taquari, Gabriel Garcia, se refere à necessidade de alinhar expectativas entre organização e trabalhador. “A cultura de crescimento é a empresa que determina. Para apoiar os projetos de expansão, busca pessoas que querem se desenvolver”, destaca.

No entanto, por vezes, os profissionais se posicionam em segundo plano na busca por requalificação. “O trabalhador precisa ser despertado para esse interesse, porque muitas vezes ele é atraído por uma vaga, ele tem uma visão, de certa forma, limitada de tudo o que ele vai precisar fazer nesse espaço”, diz Giselda Hann.

A presidente da CDL Lajeado destaca que o papel por qualificação também precisa vir dos cargos de liderança e de gestão. “Tem uma parte do trabalhador, de saber sobre todas as demandas que serão feitas a ele, mas também do próprio empresário.”

Essa formação, treinamentos e requalificação precisam integrar a rotina do trabalho e o ambiente laboral, diz. Neste sentido, usa como exemplo o quadro de associados da CDL Lajeado. “Percebo uma busca por garantir um ótimo ambiente de trabalho para as equipes, com oferta de treinamentos para que o trabalhador tenha perspectivas.”

Segunda turma

Primeira turma do RUMO foi formada em dezembro do ano passado. Mais 20 jovens começam jornada de qualificação para o mercado de trabalho no dia 14 de agosto. (Foto: Aldo Lopes/Arquivo A Hora)

Dentro do projeto RUMO, o Grupo A Hora organiza as aulas da segunda turma de formação de jovens para o mercado de trabalho. Na primeira edição, no ano passado, 20 estudantes do Ensino Médio participaram dos treinamentos e 17 concluíram o curso e foram certificados.

Alunos de escolas estaduais de Lajeado e Estrela foram selecionados pelas instituições e na próxima semana, dia 14 de agosto, ocorre o primeiro encontro. Serão mais 20 jovens do segundo e terceiro ano do Ensino Médio.

O coordenador da formação, o professor e comunicador do Grupo A Hora, Fabiano Conte, ressalta que o propósito é repassar conhecimentos básicos sobre mercado de trabalho, comunicação, postura, comportamento e inteligência emocional. “As aulas terão temáticas voltadas às habilidades esperadas pelo mercado de trabalho.”

Também entram temas específicos, como técnicas de escrita, liderança, trabalho em equipe, uso de equipamentos digitais. “Procuramos unir diferentes eixos para que os jovens tenham condições de chegar ao trabalho para desempenharem as atividades com competência.”

As aulas serão semanais, todas às quartas-feiras à tarde na Univates. O transporte e alimentação são oferecidos pelo programa RUMO.

Dez temas considerados mais importantes pelos trabalhadores

Detalhes da pesquisa RUMO

  • Objetivo da pesquisa:
    Conhecer as percepções dos trabalhadores e de empresas do Vale do Taquari sobre a necessidade de treinamentos para qualificar a mão-de-obra e promover um futuro econômico melhor.
  • Metodologia:
    População-alvo: Residentes urbanos entre 20 e 65 anos dos municípios mais representativos.
  • Amostra:
    • 350 pessoas empregadas ou em busca de emprego.
    • Método de cotas por idade, sexo e grau de instrução.
    • Foram consultadas cerca de 300 empresas e 102 responderam.
  • Coleta de dados:
    Entre 15 de fevereiro até 8 de março de 2024.

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