Em Encantado, a Clínica Castoldi se destaca como exemplo de inovação e qualidade na área da saúde. Desde sua fundação em 1993, ela chama a atenção por ser pioneira na introdução de procedimentos avançados em uma cidade de pequeno porte, bem como redefinir o atendimento oftalmológico no Vale do Taquari. Coordenada pelo médico oftalmologista Nédio Castoldi, a clínica oferece diversos serviços de oftalmologia como consultas, exames, mapeamentos, análises e procedimentos.
A história da clínica começa na década de 90, quando Castoldi foi convidado pelo diretor do hospital de Encantado para fazer os atendimentos oftalmológicos na cidade. “Me ofereceu uma sala no hospital e eu vim para atender aos sábados”, lembra o médico. Com a agenda lotada, devido a alta demanda da região, as viagens da capital para o interior se tornaram constantes. Foi quando Castoldi percebeu a oportunidade de fazer a diferença.
“Eu tinha um conceito de que transplantes de córnea poderiam ser feitos em qualquer lugar, desde que houvesse capacidade técnica para tal. E isso era um desafio para a época”, conta Castoldi. Depois de adquirir o microscópio e treinar uma equipe para auxiliá-lo, ele iniciou os transplantes na região. Movimento que ganhou repercussão nacional, em jornais de todo o país.
“Uma cidade com 20 mil habitantes fazendo transplantes? Foi uma ruptura para o padrão da época. E a partir daí potencializou uma ideia do Germano Bonow: a de descentralizar a saúde”, afirma Castoldi. Ele então foi convidado a criar um espaço especializado no tratamento de diabéticos, a fim de evitar a cegueira diabética, um grande problema da saúde da época.
Apoiado por lideranças locais e com a implementação de outros serviços oftalmológicos, em 1993 criou-se a Clínica Castoldi, com o propósito de oferecer serviços médicos em oftalmologia em nível de excelência, tanto nos diagnósticos quanto em tratamentos, para a região do Vale do Taquari. Conquista que transformou a medicina da região e foi aprimorada com o avanço da área da saúde.
O bate-papo completo com Nédio Castoldi pode ser conferido no QR Code desta página. O programa “O Meu Negócio” é transmitido ao vivo nas segundas-feiras, na Rádio A Hora 102.9 e nas plataformas digitais. Tem o patrocínio de Motomecânica, Kappel Imóveis, Black Contabilidade, Marcauten, Grupo Zagonel, A Mobília Lajeado, Dale Carnegie, Sunday Village Care, 3F1B Móveis Estratégicos e STW Automações.
Sim, é possível
William Ury
Os conflitos estão cada vez mais presentes em nossa vida. Apesar de que nunca solucionarmos todos eles, podemos transformá-los. Essa é a proposta que William Ury traz no livro “Sim, é possível”. Com décadas de experiência nas negociações mais difíceis ao redor do mundo, o autor ensina a criar um caminho para o possível, encontrando maneiras criativas de converter conflitos destrutivos em soluções positivas para todas as partes.
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Entrevista
Nédio Castoldi • M édico oftalmologista
“Desde criança, eu precisava saber e compreender os segredos da vida”
Wink – O que te inspirou à formação?
Castoldi – Desde muito cedo eu dizia que queria ser médico, antes mesmo de entrar na escola. Meus pais diziam que eu falava isso e ninguém sabia de onde eu tinha tirado isso, porque nós nunca havíamos visitado médicos. Eu morava em um ambiente que não tinha energia elétrica, só vim conhecer energia com 10 ou 12 anos de idade. Antes disso nao tinha acesso. Então ninguém sabia de onde havia tirado essa ideia. À medida que eu fui me entendendo como ser, eu era o único de um grupo que era diferente e queria estudar. No ensino médio, eu fui para Lajeado, estudar no Colégio Castelo Branco (o Castelinho), onde peguei um período de transição dos irmãos maristas para o estado. Foi um período muito rico e um de aprendizado nobre.
Wink – Quais os valores que te chamavam a atenção na época dos irmãos maristas?
Castoldi – A ética. Eles falavam muito isso. Se tinha aula de filosofia, se discutia muito os conceitos de Platão, de Sócrates, dos gregos. Nós tínhamos uma formação muito sólida que a gente vê que hoje se perdeu.
Wink – Onde você fez o curso de Medicina?
Castoldi – Em Santa Maria. Quando me perguntam porque lá e não Porto Alegre, digo que não sei. Alguma coisa me levou para lá. Da mesma forma quando me perguntavam o por que eu queria fazer medicina, eu não sabia responder. Mas na medida que eu fui entrando no curso e vendo os processos eu consegui responder isso. Hoje eu sei que, desde criança, eu precisava saber e compreender os segredos da vida, porque eu tinha uma necessidade profunda de solidariedade ao sofrimento humano.
Wink – Você tem o perfil de uma pessoa que gosta de conversar, trocar ideias. Isso era o ambiente de formação da época?
Castoldi – As aptidões naturais e o ambiente em que a gente frequenta, porque muitas aptidões podem ser inibidas se o ambiente não é propício. E eu tive o privilégio de estudar em Santa Maria na época em que ela era a segunda melhor universidade de medicina do país, depois da USP. Eu me formei em 1985. Tínhamos o período de ouro ali, com professores brilhantes.
Wink – E como foi voltar para as origens em Encantado?
Castoldi – Depois de Santa Maria eu ainda fui fazer especialidade, e muto depois vim para Encantado. Mas havia um choque cultural muito grande. Um choque de tecnologia do hospital daqui na época e o hospital em que atuava em Porto Alegre.
Wink – O senhor militou muito tempo no meio universitário. O que te levou a compartilhar seu conhecimento?
Castoldi – Há uma frase muito antiga que diz que a gente aprende ensinando. E é uma verdade. Eu convivi até pouco tempo atrás com médicos em um curso de especialização e é um desafio, pois nós convivemos com visões diferentes da medicina. Indivíduos acostumados com a alta tecnologia, mas com menor capacidade de improvisação quando falta a tecnologia. Mas por outro lado, eles têm acesso há muitas coisas que nós temos dificuldades. Então isso foi uma troca.
Wink – Por que a oftalmologia?
Castoldi – Sabe que quando eu passei pela oftalmologia na faculdade, eu fiquei encantado em entender os processos que envolviam a visão. Porque na realidade o que entra no olho, a grosso modo, não é uma imagem, é uma onda eletromagnética. E essa onda se a gente decompô-la são fótons e eles têm diferentes comprimentos de onda, que são decodificados pela retina, transmitidos ao nervo óptico, conduzidos ao cérebro e o cérebro reconstrói a imagem que ele recebeu e dá significado e importância e emoção. É parte da neurociência. Mas não fui logo para a oftalmologia, porque eu precisava saber salvar vidas. Daí eu fui para a cirurgia geral. Quando passou a fase de salvar vidas, eu voltei ao encantamento da neurociência e à microcirurgia. Fiz especialização no Banco de Olhos.