O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o ministro-chefe de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, anunciaram na sexta-feira passada uma nova portaria para as prefeituras com Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e que estão com passivo atuarial. Em resumo, as respectivas administrações municipais poderão postergar o pagamento até 31 de março de 2025 e os juros sob este passivo até 31 de dezembro de 2026.
A importante medida atende ao pleito da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), referendado pela Famurs durante a mais recente Marcha dos Prefeitos em Brasília, quando prefeitos realizaram uma caminhada simbólica entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Entretanto, os prefeitos ainda aguardam do governo federal uma nova parcela de FPM extra, com uma estimativa de R$ 680 milhões para 401 cidades.
Candidatos e “candidatos”
A democracia precisa ser sempre exaltada. Mas o modelo não é (e nunca será) perfeito e, por consequência, permite movimentos ardilosos na escolha dos líderes. E entre essas extravagâncias eu gostaria de destacar a inscrição de candidatos ou candidatas que, todos sabem de antemão (e não sejamos ingênuos), não possuem quaisquer chances de vitória. Por vezes, é bem verdade, a participação tem como pano de fundo a preparação pessoal e estratégica para um próximo pleito ou mesmo à eleição geral. E há casos de candidatos considerados “azarões” e que por vezes se destacam na votação. Mas também há casos de candidaturas criadas pelos principais partidos para tão somente atacar adversários e tentar desequilibrar a balança natural. Ou seja, o eleitor precisa estar atento aos maquiavélicos oportunistas. E vou deixar aqui uma dica para identificar a promiscuidade: verificar a presença de correligionários desses candidatos aventureiros (e das respectivas siglas) em cargos comissionados das prefeituras. Antes e depois do pleito.
Expectativa por Lula (outra vez) no Vale
Não está confirmado. Mas, e isso é fato, há muita expectativa entre agentes públicos da região e assessores do presidente Lula acerca de uma nova visita presidencial ao Vale do Taquari. A vinda dele ao Rio Grande do Sul foi antecipada ainda em julho pelo Ministro das Cidades, Jader Filho, durante a participação dele no último evento da Famurs, em Porto Alegre. Lula vem em agosto para anunciar novas unidades habitacionais aos desabrigados. Na região, a previsão é de uma visita ao município de Marques de Souza. Seria a terceira vez dele no Vale em meio ano. No momento, o chefe da nação está no Chile, mas deve retornar ainda hoje ao país. E as novidades sobre os futuros movimentos de Lula devem ser confirmados até o fim desta semana. Aguardemos!
PT e PL buscam mais protagonismo no Vale
A repartição do bolo de R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral coloca o PL e o PT como as duas siglas que mais receberão tais recursos em âmbito nacional – R$ 886 milhões e R$ 619 milhões, respectivamente. Diante disso, e também da necessidade de construir novas bases para os anseios estaduais e federais desses partidos, o Vale do Taquari deve experimentar um número maior de candidatos do PL e do PT no pleito municipal de outubro. E a mudança de cenário já foi verificada nas principais cidades da região. Os petistas, por exemplo, voltaram à disputa nas majoritárias de Lajeado, Teutônia, Encantado e Arroio do Meio como “cabeça de chapa”, e em Taquari e Cruzeiro do Sul com pré-candidatos a vice. Só ficaram de fora do pleito de Estrela. Já os representantes do PL entendem que o baixo número de líderes em cargos eletivos foi determinante para a derrota de Jair Bolsonaro em 2022 e, diante disso, vão em busca de mais protagonismo. Na região, o PL ainda está um tanto discreto, mas será muito mais atuante se comparado ao pleito passado, especialmente com os candidatos a prefeito (a) em Teutônia e Arroio do Meio. Resta saber até que ponto os fatores “Lula” e “Bolsonaro” vão auxiliar na pretensão desses novos candidatos e candidatas. Afinal, estamos em uma região historicamente dominada por outras agremiações partidárias.
TIRO CURTO
- Eduardo Leite (PSDB) voltou a afirmar que o governo federal, por ora, fez pouco para a recuperação do Rio Grande do Sul. É verdade. E também é verdade que o governo estadual está devendo – e muito – aos desabrigados e empresas atingidas. Mas, e ao fim de tudo, todos sabem onde está o “dinheiro grosso”: em Brasília.
- Três meses após a tragédia de maio e duas travessias sobre o Rio Forqueta já foram entregues por meio do voluntariado de líderes e empresários de Lajeado, Arroio do Meio, Marques de Souza e Travesseiro.
- O governo federal quer mandar representante para inaugurar a ponte provisória do Dnit/Exército. Mas o povo quer saber dos recursos para uma terceira ponte entre Lajeado e Arroio do Meio, e para a reconstrução da ponte de concreto entre Marques de Souza e Travesseiro.
- Já o governo estadual iniciou a obra da ponte da ERS-130, mas poucos acreditam na promessa do Secretário Juvir Costella de entregar a obra até o natal.