Situados em uma região de grande expansão populacional nos últimos anos, sobretudo pela proximidade com a Univates, os bairros Alto do Parque e Carneiros apresentam características positivas semelhantes. Mas os problemas das duas localidades também convergem, sobretudo quando o assunto é limpeza urbana.
A dificuldade para organizar a limpeza de terrenos é um dos grandes pontos mencionados por moradores como uma situação a ser resolvida. E basta circular pelos dois bairros que se nota uma grande variedade de áreas sem ocupação, mas com acúmulo de lixo e alta vegetação. Situação corroborada por pesquisa feita pela Macrovisão, a pedido do A Hora.
Braço do projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os bairros”, o levantamento foi feito entre os dias 4 e 23 de março de 2023 e teve um grau de confiança estatístico de 95%. O estudo foi desenvolvido através de um questionário estruturado, com algumas questões abertas, definido de comum acordo entre as partes interessadas.
Como foi feito antes das tragédias climáticas que castigaram Lajeado, o estudo não apontou problemas que estão na boca de moradores do Carneiros, que teve sua parte mais histórica, próxima ao rio Taquari, devastada pela inundação. Outras avaliações, porém, permanecem atuais, como o baixo desempenho do transporte coletivo na pesquisa, além de menções espontâneas negativas ao serviço.
Região segura
Entre os serviços avaliados, a maior nota foi atribuída à segurança. O fato do Alto do Parque ser um dos bairros de maior poder aquisitivo da cidade contribui para o desempenho, mas a tranquilidade também é observada por moradores do Carneiros. Além disso, a coleta de lixo aparece com uma boa avaliação.
Por outro lado, a ausência de ciclovias se nota também nestes bairros, recebendo a menor nota. Também são destaque negativo as ruas, que apresentam calçamentos em más condições em alguns trechos. A Bento Rosa, que conecta Carneiros com a BR-386, já apresentava problemas com buracos antes da enchente.
“Para melhorar o futuro do bairro, os entrevistados expressaram anseios, de forma voluntária, relacionando aspectos que deveriam ser objeto de soluções”, ressalta o diretor da Macrovisão e responsável pelo estudo, Lucildo Ahlert. Apesar de todos os anseios, ressalta que a perspectiva de crescimento e desenvolvimento do bairro “é muito promissora”.
Impressões dos moradores
– Para 53,8% dos moradores destes bairros, a qualidade de vida é considerada “muito boa”, enquanto 46,2% avaliam como “boa”.
– No significado do setor para os moradores, a maior parte destaca aspectos como a tranquilidade, a segurança, a beleza e o fato de ser um lugar “bom para morar”.
– Quase 70% dos entrevistados consideram como “boa” a possibilidade de encontrar moradias no setor, enquanto para 30,8% é “ruim e regular”.
– Já a avaliação das oportunidades de emprego é tida como “regulares” por quase 70% das pessoas ouvidas na pesquisa, enquanto quase 20% consideram “ruins” e apenas 11,5% citam como “boas.
– Pouco mais de 80% dos entrevistados acreditam que não há necessidade de novos loteamentos nos bairros. Esse percentual é de apenas 11,5% dos que acreditam que é importante. Duas pessoas não souberam opinar.
Avaliação da qualidade dos serviços*
(*) Escala de 1 (péssimo) a 5 (muito bom)