Quem acessa o bairro Alto do Parque pela rua Nossa Senhora do Caravaggio, a partir da divisa com o Hidráulica, percebe, de cara, uma região em transformação. Antes, aquele trecho era formado por algumas poucas residências. Hoje, há distribuidora de gás, loja de vestuário, restaurante e a imponente obra de um hotel. No futuro, até mesmo uma escola.
Situação semelhante à avenida Alberto Müller. Os casarões começam a dividir espaço com futuros empreendimentos comerciais e gastronômicos. Fruto das mudanças no Plano Diretor, que permitiram a descentralização de um bairro estritamente residencial.
O novo momento do Alto do Parque atrai olhares de empreendedores de todos os cantos. Uma tendência já observada também em outros bairros de Lajeado, conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, André Bücker. A ideia de bairros cada vez mais autônomos converge com os planos de um desenvolvimento ordenado.
Conforme Bücker, a possibilidade do bairro ser menos dependente do Centro começou a partir da ligação com o Hidráulica. Primeiro, veio o fortalecimento do corredor gastronômico. “E na sequência tem a obra do hotel, que dá muita visibilidade para aquele local como uma área de serviços. E a própria Alberto Müller, com a revisão do plano, tem uma maior possibilidade comercial”, frisa.
Os números falam por si só. Há uma década, o número de CNPJs no bairro não chegava a 150. Este ano, segundo Bücker, já são 349. Mais do que dobrou. Lembra que, até 2020, haviam restrições no tamanho das edificações do Alto do Parque, o que mudou com o aumento nos índices construtivos.
Inspirar empresas
Até o fim do ano, Lajeado deve contar com um novo hotel, que aumentará a oferta de leitos de hospedagem na cidade. As obras do Vallér Parque Hotel estão na reta final e a tendência é de ser finalizado no fim deste ano, conforme um dos diretores do estabelecimento, Jairo Vallér.
“Nós procurávamos um local bacana para investir neste novo hotel. E pensamos muito na questão do turismo também. O fato de estar próximo aos parques nos chamou muito a atenção, assim como a boa localização. Vimos esse terreno há uns dois anos e nem sabia de todo o movimento que se tinha aqui na rua”, lembra.
Vallér acredita que a presença do hotel pode encorajar mais empreendedores a investir no bairro, além dos negócios que já estão previstos. “Nós notamos isso. Desde que passamos a construir o hotel, muita coisa começou a acontecer aqui. Claro, não foi apenas por nossa causa, mas tem uma nova onda de negócios vindo para o bairro”.
O hotel conta com cinco pavimentos e terá, no total, 95 apartamentos. Apesar do objetivo inicial, ele não ficará pronto a tempo da próxima edição da Expovale + Construmóbil. “Mas chega para atender muito bem a todos que vem para a nossa cidade, atraindo desde o turista até o executivo”.
Retomada de projeto antigo
Como resposta às enchentes que atingiram a instituição nos últimos meses, o Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) projega expansão educacional com a construção de uma nova estrutura no Alto do Parque. A área escolhida, situada em terreno de sete hectares na rua Nossa Senhora do Caravaggio, foi selecionada por estar fora das zonas de risco.
A intenção de investir no Alto do Parque, no entanto, não é recente, conforme o diretor do Ceat, Rodrigo Ulrich. “É algo discutido desde a década de 1960. E, diante do crescimento do colégio, aumento de matrículas, serviços e o propósito de potencializar diferenciais curriculares, somado às enchentes, chegou a hora de colocarmos esse projeto em execução”, afirma.
Conforme Ulrich, as estratégias de investimentos do Ceat nas instalações no Centro foram revistas para possibilitar o avanço deste projeto. “Em meados de setembro vamos divulgar o layout do plano de ocupação da área. Estamos envolvendo a comunidade escolar na construção da proposta, fazendo contatos com escritórios e empresas para questões técnicas”.
A tendência é de que, ainda neste semestre, sejam definidas as primeiras construções na área, que devem contemplar a educação infantil, as séries iniciais e o espaço esportivo, setores mais afetados pela enchente histórica de maio.
Outros investimentos
Centro Comercial
– Idealizado pelo empresário Elvídio Eckert, fundador do Grupo Charrua, o complexo comercial “Espaço Josefina Eckert” terá cinco andares e mais de 4,5 mil metros quadrados de área, na antiga garagem da ViaSul. O empreendimento contará com estacionamento para 110 veículos e abrigará espaços para salas comerciais, academia, gastronomia, institutos de beleza e um restaurante no último piso. A obra deve ser finalizada em 2026.
Minato Mirai
– Com lojas no São Cristóvão e no Hidráulica, o Minato Mirai Restaurante vai construir nova sede na Alberto Müller, na esquina com a rua Otelo Rosa. Serão 700 metros quadrados distribuídos em três andares, com rooftop e bar no terceiro piso. Ali, serão concentrados os serviços presencial e o delivery do empreendimento especializado em comida japonesa, que se junta a outros espaços gastronômicos no bairro, como Bonese, DuCais Pizzaria e O Pateo Steakhouse.