Com o objetivo de solicitar um sistema construtivo que permita reduzir o tempo de obra, o governo de Lajeado suspendeu concorrência pública para a construção de 56 unidades habitacionais com recursos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Edital deve ser republicado assim que feitas as adequações.
Secretária da Secretaria do Planejamento, Urbanismo e Mobilidade (Seplan), Cátia Bertelli explica que o projeto das casas será o mesmo, com uma estrutura de 53,98 m². O que muda é o modelo de construção. “Num sistema convencional, a obra levaria em torno de 3 anos. Não faz sentido as pessoas esperarem tanto tempo para receberem suas casas”, destaca. A secretária reforça que no sistema construtivo não convencional proposto, feito com concreto armado, a obra levará, no máximo, um ano.
700 unidades
Após 10 meses da cheia histórica de setembro, e três meses da tragédia de maio, apenas seis casas estão em fase de entrega às famílias em Lajeado, construídas pela Ong norte-americana Volunteer Emergency Relief (VER).
Outras 300 estão licitadas pelos programas Minha Casa Minha Vida e Minha Casa Minha Vida Calamidade. A empresa que venceu a concorrência pública foi a Construtora Artem, de Lajeado. No dia 17 de julho, uma portaria publicada pelo governo autoriza que a empresa licitada também execute o loteamento dos terrenos doados pelo município. Até então, o governo municipal era responsável pela execução.
De acordo com o prefeito Marcelo Caumo, o governo autoriza a Caixa Econômica Federal a pagar até R$ 200 mil a mais para que a empresa também execute o loteamento. Outras 30 residências ainda serão entregues pelo governo do Estado.
De acordo com o prefeito, 356 das 400 casas previstas para Lajeado até o momento são demandas de setembro de 2023. Em relação à tragédia de maio deste ano, ainda há 300 residências pré-selecionadas para receberem recursos para a construção, o que vai aumentar para 700 as unidades habitacionais que o município pode receber.
Ainda em relação às unidades já licitadas pelo Minha Casa Minha Vida e Minha Casa Minha Vida Calamidade, o município garante que estão sendo concluídos os últimos detalhes para viabilizar a assinatura do contrato entre a Caixa e a construtora. Uma vez assinado, a Caixa exige até 18 meses para a conclusão.
As unidades habitacionais, incluindo as construções por voluntários e iniciativa privada, estão previstas para os bairros Conservas, Morro 25, Santo Antônio, Igrejinha, Jardim do Cedro, Conventos, Floresta e São Bento. Segundo Caumo, o governo de Lajeado vai lançar edital para a aquisição de mais 30 terrenos, totalizando 60 destinados às construções.
Na espera
Enquanto isso, famílias que perderam residências ficam em casas de amigos, recebem aluguel social da prefeitura, ou tentam reformar. Esse é o caso do morador do bairro Conservas, Dorival Henicka, 64. Ele conta que os filhos aguardam as casas que serão construídas no município, seja pelo governo ou por iniciativas privadas, mas ele e a esposa querem voltar para o espaço onde sempre moraram.
Após as cheias que destruíram parte da residência deles, além da moradia dos filhos, o casal ficou três semanas na casa de amigos até alugar um espaço onde estão hoje. Mas, assim que as águas baixaram, Henicka já voltou para a propriedade para começar a limpar. Reconstruiu paredes, recolocou iluminação e agora aguarda a pintura.
“Não vou perder um terreno de mais de 760 metros quadrados. Em 40 anos, nunca tinha pego água”, diz. Henicka faz todo o trabalho sozinho e tem esperanças de poder voltar nas próximas semanas.
Casas para Lajeado
- Governo Federal
Minha Casa Minha Vida Calamidade (set/2023): 150
Minha Casa Minha Vida (set/2023): 150
Defesa Civil Nacional (set/2023): 56 - Governo Estadual
A Casa é Sua/ Calamidades (set/2023): 30 - Iniciativa privada/voluntária
Uma casa por dia (maio/2024): 10
Go Click (maio/2024): 4
Ong norte-americana Volunteer Emergency Relief: 6
