Buracos e falta de sinalização expõem riscos da ERS-332

Rota da Erva Mate

Buracos e falta de sinalização expõem riscos da ERS-332

Essencial para conectar o Vale ao norte do RS, rota para escoar produção sofre com falta de investimentos

Buracos e falta de sinalização expõem riscos da ERS-332
Buracos e falta de sinalização estão entre os principais problemas da rodovia (foto: Brayan Bicca)

Dirigir por uma estrada mal sinalizada, com buracos e falta de acostamento é o drama de quem utiliza a ERS-332. A rodovia liga a região alta do Vale, um dos principais polos da erva-mate, ao norte do estado. São 94,8 quilômetros entre Encantado e Soledade.

Há pouco mais de um ano foram concluídas obras do Estado. O recapeamento parcial da rodovia não resolveu o gargalo estrutural da estrada. Autoridades locais questionam os serviços pontuais e a falta de um investimento substancial na via.

Os pedidos por melhorias ocorrem mediante pressão de líderes. Ainda em 2022, por meio de solicitação do Ministério Público, a Justiça determinou obras entre Arvorezinha e o acesso de Anta Gorda. Há expectativa ainda, por aporte de recursos e inclusão no plano de concessões do governo gaúcho.

Municípios de perfil agrícola, com destaque na produção de queijo, nozes e erva-mate, pães e móveis, dependem da 332 para escoamento das produções. Além dos problemas históricos, as recentes enxurradas agravaram o cenário. Equipes ainda trabalham em pontos com deslizamentos de terra.

“Não podemos ser esquecidos”

O presidente da Associação dos Produtores de Erva-Mate do Alto Taquari, Clovis Roberto Roman, reforça os pedidos para melhorias nas estradas. “A região alta é o maior polo ervateiro do estado. Então, precisa ter uma rodovia trafegável”.

De acordo com ele, 60% da produção de erva-mate gaúcha está concentrada no alto Vale do Taquari. “A 332 é a principal via para escoamento. Seja em direção à Encantado, ou para a Serra do Botucaraí.”

Segundo ele as condições da rodovia pioraram nos últimos dois meses, isso porque a ERS-130 não pode mais ser utilizada em função da queda da ponte do rio Forqueta. Para Roman, é necessário uma intervenção e recuperação imediata no trecho seja com o tapa buracos e também na sinalização de muitos pontos íngremes e com pouca visibilidade por conta da serração. “A nossa preocupação é de que a rodovia fique esquecida. Hoje é uma das principais para o deslocamento dos caminhões até a região norte”, destaca.

Para o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Anta Gorda (CIC), Rafael Pavan, é imprescindível a recuperação da rodovia assim como a recuperação de pontes na região de Anta Gorda, Guaporé e Doutor Ricardo. “O movimento aqui aumentou muito, uns 70%, precisamos de uma resposta. Muitos municípios cobram do estado melhorias e nada acontece. A situação econômica aqui está inviável”. O presidente revela que os empresários locais estão apreensivos com a entrega dos produtos e serviços. “Tudo demora mais para transitar nestas condições”.

Último investimento foi em 2021

Todo o trecho da ERS-332 é administrado e gerido pelo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer). As últimas melhorias no trecho ocorreram em 2021, quando o governo do Estado anunciou o investimento de R$ 21,5 milhões no trecho entre Encantado e Arvorezinha dentro do programa Avançar RS. As obras foram concluídas em janeiro de 2023.

Risco aos condutores

Moradora da Linha Zanella, em Doutor Ricardo, Solange Venzo, 55, sofreu um acidente de moto no dia 10 de julho. Por volta das 6h40min, ela saiu de casa em direção ao asfalto da ERS-332.

“Cheguei para entrar no asfalto e vi que vinha vindo um carro e já fui para o acostamento. Logo que o carro me ultrapassou, eu voltei para o asfalto e veio um Gol na curva. Ele foi desviar dos buracos e acho que se perdeu no trecho e me pegou na contramão.Não consegui desviar e, por conta disso, fraturei o joelho”, conta.

Solange Venzo sofreu acidente após veículo desviar de buraco

Solange foi encaminhada para o hospital de Encantado, onde realizou uma cirurgia.

Condições da rodovia

  • Trecho do pórtico de Encantado até o acesso a Relvado com buracos e desníveis na pista. Cabeceira da “Ponte do Moinho” foi recuperada;
  • Sinalização inexistente em diferentes pontos. Há obras para recuperar trecho com desmoronamentos no Morro da
    Guabiroba;
  • Asfalto gasto e ondulações na estrada, ausência da sinalização horizontal e refletores entre Doutor Ricardo e Anta
    Gorda;
  • Na Linha Leopolda houve obras de recapeamento, mas buracos voltam a desafiar motoristas;
  • Asfalto com desgaste e remendos entre o acesso de Anta Gorda e Ilópolis;
  • Buracos e imperfeições no asfalto até entrada de Arvorezinha;
  • Cerca de 10 quilômetros foram recapeados entre Arvorezinha e Soledade, trecho também apresenta problemas.

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