Erich Fromm, psicanalista alemão, mais um dos tantos pensadores importantes da humanidade que adotou os EUA como país para viver, durante o apogeu do nazismo, foi mais um pesquisador responsável pela sinalização da ruptura da empáfia humana que estava se criando ao longo de séculos. A Primeira Grande Guerra mostrou, e Fromm fez a humanidade refletir sobre esse aspecto, que o ser humano não é tão maravilhoso, como o Zeitgeist da época, onde apenas o positivismo imperava como forma de interpretar e estudar a ciência, destacava. A possibilidade da destrutividade, do irracional que uma guerra escancara, da ganância, do poder pelo poder, do ser mesquinho e tantas outras qualidades nada agradáveis, vieram à tona sem nenhum filtro.
Embora Fromm não seja destacado como um dos grandes pensadores que foram responsáveis pelos ataques narcísicos do homem (como Galileu, Darwin e Freud), são dele obras respeitáveis que questionam o papel do ser humano em suas relações: a alma humana, o narcisismo, o amor, a influência familiar e as falhas impostas pela cultura onde estamos inseridos, na nossa formação . Em especial sobre a família, ele afirma (discordando de Freud), que “ o pai é, em relação ao filho o primeiro veiculador da autoridade social, não sendo, em relação ao conteúdo, seu modelo, mas sim sua cópia.” Diz o pesquisador também que o estado de saúde de uma sociedade pode ser examinado.
O preâmbulo se faz necessário para chegarmos a uma análise superficial de nossa sociedade atual.
Nos confrontamos com atitudes cada vez menos civilizadas nas relações. No país, vivemos uma grenalização ideológica ufanista, nada inteligente. Nesse quesito, parece que nós gaúchos somos especialistas. Tudo deve ser 8 ou 80, esquecendo que existe o 40 (ou próximo dele), que é o ideal utópico. Ideal esse com o qual não arredo pé e, continuarei trabalhando e sonhando que é uma prática possível, em especial no que diz respeito à educação. Nas relações trabalhadas no mundo da formação de seres humanos mais inteligentes, mais fraternos, empoderados de um saber relacional de sensibilidade no trato com qualquer ser vivo.
Precisamos acreditar em nós, aprender a nos amar, para que tenhamos a condição de amar o próximo, desde que não se caia no entorpecimento, no modelo do ego exacerbado do Meu Eu, igual à Narciso. Fica o convite a todos os educadores para que façamos, incessantemente, o exame do estado de saúde da sociedade onde estamos inseridos, e que, em seguida, possamos colocar nossas mãos à obra, no sentido de avançar para uma sociedade mais saudável e educada no que diz respeito às relações humanas.