A morte de Jadir Paulo Mantovani, 64, proprietário do Mercado Mantovani, no São Cristóvão, gerou comoção na comunidade. O morador de Lajeado foi morto após um assalto ao estabelecimento, que fica na rua Otelo Rosa, na tarde de sábado, 27. Conforme a Brigada Militar, ele foi encaminhado com vida ao Hospital Bruno Born (HBB), mas não resistiu.
VÍDEO: Imagens do assalto que vitimou empresário em Lajeado
De acordo com a Polícia Civil, o assaltante desferiu facadas na região do peito de Mantovani, quando o empresário teria feito menção de fugir. O HBB confirmou o óbito por volta das 16h30min.
Delegada Regional da Polícia Civil do Vale do Taquari, Shana Luft Hartz afirma que, na tarde de domingo, 28, dois indivíduos, de 42 e 34 anos, de Venâncio Aires, tiveram prisões preventivas. O mais velho deles foi identificado como o autor do crime. O veículo utilizado pelos criminosos foi apreendido em Estrela. O caso segue em investigação na Draco, em Lajeado.
OPINIÃO: Uma cicatriz eterna no São Cristóvão
Legado de generosidade
Familiares se despediram de Jadir Paulo Mantovani no fim de semana. Um dos sobrinhos, Rafael Mantovani Soldi, 36, diz que Paulinho, como o tio era chamado, foi um grande homem. “A sua vida foi um facho de luz que, com certeza, fez do mundo um lugar melhor, deixando uma marca de bondade em cada um que tenha cruzado seu caminho”.
Soldi era próximo do tio e diz que Paulinho deixou um legado para toda a comunidade, pelo exemplo de caráter e honestidade. O sobrinho ainda diz que, desde criança, percebia o tio como pilar da família e estava sempre disposto a ajudar.
Soldi destaca a falta que o tio fará para toda a comunidade. “Em dias bons ou ruins, de chuva ou de sol, ele estava lá assobiando alegre com seu mercado aberto, pronto para acolher qualquer um que lá entrasse”.
Soldi afirma que, independente do fardo que carregava nas costas, Paulinho sempre tinha palavras generosas e ouvidos que serviam de abrigo para quem precisasse. Para a família, a saudade será eterna. Paulinho deixa a esposa e duas filhas.
Testemunha
Na vizinhança, em frente ao supermercado, reside Clarice Kalkmann, 72. Moradora do bairro há 50 anos, ela diz que a região era tranquila, mas, de alguns anos para cá, os vizinhos têm presenciado momentos de insegurança.
Clarice conta que a nora estava no estabelecimento no instante do assalto, por volta das 14h10min. A aposentada ouviu gritos e em seguida pedidos de ajuda. Clarice trabalhou como técnica em enfermagem e assim que viu Paulinho sangrando, tentou estancar os ferimentos até que a ambulância chegasse.
“Todo mundo está em choque com o que aconteceu. Lamentamos muito, porque ele era muito querido na vizinhança. Abria o mercado e não tinha hora para fechar”. Segundo Clarice, o estabelecimento já havia sido assaltado outras vezes. Dessa vez, conta que uma das filhas do empresário entregou um envelope com dinheiro.
Clima de insegurança
O crime deixa a vizinhança e o bairro insegura. Cunhada de Paulinho, Deorides Dalponte, 68, lamenta a perda do familiar. Também moradora do bairro, ela recorda que, durante os primeiros dos 30 anos em que trabalha como técnica de enfermagem no HBB, voltava para casa a pé. Hoje, tem medo de sair na rua sozinha. “Tá tudo muito perigoso, todos estamos preocupados”.
Idalmo Valerius também possui um supermercado nas redondezas e diz que já foi assaltado mais de 10 vezes. Faz algum tempo que o portão do estabelecimento, que possui mais de quatro décadas de história, está sempre trancado. Com a notícia do falecimento do vizinho, ele afirma que a comunidade toda está muito abalada.
COMO ACONTECEU O CRIME
Mantovani abriu o supermercado perto das 14h de sábado, 27, como costumava fazer. Por volta das 14h10min, o criminoso iniciou o assalto no estabelecimento. A vítima foi agredida e, após, esfaqueada, antes do criminoso fugir. Dois indivíduos, de 42 e 34 anos, de Venâncio Aires, foram presos preventivamente. O mais velho deles foi identificado como autor do crime