Justiça suspende tramitação de projeto na câmara de Lajeado

APÓS PEDIDO DE VEREADOR

Justiça suspende tramitação de projeto na câmara de Lajeado

Permuta de áreas no bairro Jardim do Cedro entre município e empresa Comércio de Paletes Widthauper Ltda infringiria legislação ambiental. Mandado de segurança solicitado por Waldir Blau (MDB) foi deferido pela juíza Carmen Luiza Rosa Constante

Justiça suspende tramitação de projeto na câmara de Lajeado
Foto: Henrique Pedersini
Lajeado

Uma decisão judicial suspendeu a tramitação de um projeto encaminhado pelo governo de Lajeado para câmara de vereadores. O mandado de segurança foi expedido pela juíza Carmen Luiza Rosa Constante e atende a um pedido feito por Waldir Blau (MDB).

O impasse é referente ao projeto 37/2024, em que o Executivo solicita autorização para desmembrar, desafetar e permutar área com a empresa Comércio de Paletes Widthauper Ltda. O terreno fica na Rua Luiza Stein, bairro Jardim do Cedro. Na prática, o município repassaria para empresa um espaço de 634 m² em troca de outra área com 471, 33 m² no mesmo lote. Como os dois locais foram avaliados em R$ 207 mil, não há pagamentos envolvidos na negociação.

Na justificativa do projeto, o governo define que o terreno a ser transferido para patrimônio de Lajeado seria destinado a viela municipal. No pedido feito para justiça, Blau argumenta que a empresa ocupa de forma irregular o lote em que está instalada e a aprovação consolidaria a situação ilegal, por se tratar de Area de Preservação Permanente (APP).

Em despacho, a magistrada cita que o interesse da empresa beneficiada com a permuta foi privilegiado em detrimento do interesse social. Além disso, a juíza considera temerária a construção de prédios em área de preservação permanente, que têm a função de manter a cobertura vegetal, visando à estabilidade geológica. “Ou seja, retirada da cobertura vegetal deixa o solo diretamente exposto à ação climática (principalmente chuvas e ventos), potencializando o risco de deslizamentos e erosões. Portanto, presente violação da legislação ambiental vigente”, cita o documento assinado pela magistrada.

No momento em que o presidente da câmara, Lorival Silveira (PP), foi comunicado da decisão pelo oficial de justiça, a votação do projeto havia sido adiada por pedido de maior tempo para análise por Natan da Silva (MDB)

O texto foi criado em 22 de abril e desde que deu entrada no Legislativo chegou a integrar a Ordem do Dia por algumas sessões, mas nunca avançou para votação. Agora, o governo, a câmara e a empresa deverão ser intimados para prestar esclarecimentos perante a justiça.

Auxílio para nova sede de empresa

Os vereadores autorizaram a concessão de auxílio por meio de 440 horas-máquina para a empresa Lopes – Indústria e Comércio de Papéis Ltda transferir sua sede para o bairro São Bento. A fábrica fica no bairro Hidráulica e foi severamente atingida pela enchente de maio.

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