Em meio a um cenário desafiador, o coordenador do Trem dos Vales, Rafael Fontana destaca tratativas ao retorno dos passeios para movimentar o setor do turismo e a economia da região.
O setor de turismo foi fortemente impactado e, aos poucos, retoma atividades. Segundo o Observatório do Turismo do RS, o Vale do Taquari emprega mais de duas mil pessoas, o que evidenciaa relevância econômica. No cenário global, o turismo representa 12% da economia mundial, 8% no Brasil e 4% no Rio Grande do Sul.
Desde os primeiros dias após a enchente, esforços têm sido desenvolvidos para recuperar a ferrovia. O trecho mais crítico, conforme Fontana é entre Muçum e Guaporé, enquanto de Guaporé até Passo Fundo a ferrovia já está liberada. No entanto, o impacto mais significativo ocorreu entre Roca Sales e Vacaria, incluindo trechos entre Santa Tereza, Bento Gonçalves e Vacaria, que sofreram deslizamentos. “A ausência de ligação do trem do Centro do país até Canoas agrava a situação, e outros trechos, como entre Canoas e Santa Maria, também foram afetados”.
Ainda sem prazos e custos definidos, os levantamentos estão em andamento. Fontana reforça a confiança na recuperação da ferrovia do trigo que conta com o apoio da Rumo, dos governos estadual e federal, além das prefeituras. “Dos 46 km da ferrovia, cerca de 10% dos trilhos e dormentes precisam de recuperação, sendo necessário a remoção de material deslizado dos morros, que é uma das maiores dificuldades”. Sete a oito pontos necessitam de aterros. “Precisamos finalizar o plano de ação e definir as estruturas para recuperação”.
Com a concessão vigente até fevereiro de 2027, há expectativa de uma solução em curto prazo com o apoio das esferas estadual e federal, minimizando custos. Fontana acredita que é possível retomar as atividades do Trem dos Vales em um período razoável, recuperando não apenas o transporte de passageiros, mas também de outros produtos, além de combustíveis. “Estou otimista com a recuperação da ferrovia. Vamos voltar a ter o trem de carga e o trem dos Vales. O desafio maior foi construir ela. Agora precisamos recuperar uma parte dela”.
Acompanhe a entrevista na íntegra