Vale representado nas Olimpíadas

paris 2024

Vale representado nas Olimpíadas

Competição é uma das maiores do mundo e tem abertura oficial na tarde desta sexta-feira. Entre os participantes da região, está Lucão, central da seleção brasileira de voleibol, além de voluntários

Vale representado nas Olimpíadas
Natural de Colinas, Lucão é um dos atletas da seleção brasileira de voleibol masculino. (Foto: WANDER ROBERTO/DIVULGAÃO)
Vale do Taquari

Com 274 atletas divididos em 39 modalidades, a delegação brasileira está em Paris, na França, para disputar os Jogos Olímpicos 2024. Na tarde de ontem, 25, os primeiros brasileiros competiram. Mas a abertura do evento está marcada para a tarde desta sexta-feira, 26, às 14h30min, horário de Brasília. Entre atletas e voluntários, o Vale do Taquari tem representantes na Europa que participam de uma das maiores competições esportivas do mundo.

Um deles é Lucas Saatkamp, conhecido no voleibol como Lucão. Atleta já consolidado na seleção brasileira, é natural de Colinas e viveu no Vale até os 17 anos. Foi aqui que iniciou sua trajetória no esporte e é na região que a família ainda reside.

Além de se destacar em equipes brasileiras de vôlei de Santa Catarina e São Paulo, o central também jogou fora do país e, com a seleção, esta é a quarta participação em Jogos Olímpicos.

Lucão recorda que a primeira foi em Londres, em 2012. “Eu era garoto, então foi aquele sonho realizado, foi muito bacana, a quantidade de ídolos que a gente enxerga. E ainda ficamos com a prata”, comenta. Já a segunda participação foi no Rio de Janeiro, em 2016, quando a equipe brasileira conquistou a medalha de ouro.

Ainda, o atleta foi para Tóquio para disputar os jogos em 2020, durante a pandemia. Ele diz ter sido uma experiência diferente por não ter público e destaca a volta da torcida neste ano. “Foram três Olimpíadas bem diferentes em termos de emoção que a gente sentiu”.

Para os Jogos Olímpicos de Paris, Lucão afirma que as equipes estão muito equilibradas. “Talvez vai ser a mais difícil das que participei. As equipes estão muito iguais, o voleibol mascuino, assim como o feminino, está muito equilibrado, mas a gente está treinando bem, fizemos dois amistosos, ganhamos dois”.

A expectativa, segundo o atleta, é conseguir se classificar para as quartas de final e chegar ao pódio, trazendo medalha ao Brasil.

Voluntário no Palácio de Versalhes

Elias Fell Plentz, de Estrela, mora hoje na França e é voluntário nas Olimpíadas desse ano. (Foto: Arquivo pessoal)

Natural de Estrela, o engenheiro mecânico Elias Fell Plentz, também está em Paris, mas para ser voluntário. Amante dos esportes, desde pequeno jogava futebol, vôlei e participava de competições de atletismo. Ao se candidatar como voluntário para os Jogos Olímpicos, viu a oportunidade de se aproximar ainda mais dessa paixão. Sua missão será junto ao Palácio de Versalhes, na prova de salto de obstáculos.

“Estou muito feliz por ter sido selecionado. Acho que será uma experiência única na minha vida. Estamos agora em preparação final para a competição, que será no domingo. Estou bem entusiasmado”, conta.

Para fazer parte do grupo de voluntários, Plentz precisou passar por treinamentos, o que o permitiu ficar ainda mais próximo da organização do evento. “Percebo que eles estão bastante engajados. Estão há mais de 10 anos nesse projeto dos Jogos Olímpicos de Paris”. A última vez que a França sediou os jogos foi em 1924, há exatos 100 anos.

“Eles têm bastante consciência que é uma vez na vida que tu faz um espetáculo desses. Então, querem entregar um ótimo evento, uma boa experiência para todas as pessoas que vão participar. E, claro, vão mostrar o que é a cultura francesa para o mundo”, afirma.

Torcida dividida

Apesar das raízes brasileiras, Plentz vai torcer para as duas nações durante os jogos. A paixão pelo país natal vai predominar caso Brasil e França se enfrentem em alguma final. “Vou torcer para os dois, para que eles consigam uma boa classificação. Espero que as duas nações consigam ouros e muitos lugares no pódio”.

Para os brasileiros que vão participar dos jogos e visitar Paris, a dica é aproveitar cada minuto, em especial, a cerimônia de abertura, que será um dos pontos altos da programação. Segundo o engenheiro, as delegações farão o desfile a bordo de barcos no Rio Sena. Será a primeira vez que a cerimônia ocorre ao ar livre.

Dos bastidores, Plentz acredita que o público se surpreenderá com a produção inédita. Um exemplo está na prova de obstáculos, em que as barreiras terão formas diferentes para ressaltar detalhes da cultura francesa.

Ar olímpico

Plentz reside na cidade de Sainte Geneviève des Bois, bem próximo a Paris. Mesmo que o país esteja envolto no clima olímpico, ele conta que a capital francesa concentrará todas as ações relacionadas aos jogos. “A maioria das pessoas que estão aqui e querem acompanhar os jogos, vão a Paris”. As demais cidades terão telões nas ruas para a população assistir.

A logística de concentrar as atividades na cidade da Torre Eiffel se deve, em partes, ao tamanho da França. Em comparação com os estados brasileiros, o país europeu equivale às dimensões da Bahia.

Rio 2016

Treinador de ginástica em Lajeado, Minoru Otsuka foi voluntário especialista nas Olimpíadas de 2016, e esteve ao lado de atletas como o ginasta Arthur Zanetti. (Foto: Arquivo pessoal)

Treinador de ginástica em Lajeado, Minoru Otsuka também foi voluntário, mas nos Jogos Olímpicos de 2016, sediados no Brasil. Ele conta que a vontade sempre foi de participar dos eventos como treinador, sonho que ainda mantém e espera alcançar em breve.

Otsuka recorda que, em 2016, ainda não treinava atletas de ponta e a possibilidade de ter um ginasta nas Olimpíadas era remota. Por outro lado, tinha envolvimento com a confederação brasileira de ginástica e na competição sediada no Rio de Janeiro, surgiu a oportunidade de trabalhar com a equipe, ou ser voluntário especialista. Para não largar os empregos, decidiu pela segunda opção.

“Fui para auxiliar os atletas da melhor forma possível. A principal função foi de segurança dos atletas durante os saltos”. Esses especialistas são chamados de spotters e Otsuka desempenhou a função na ginástica de trampolim. O morador de Lajeado também teve acesso liberado aos locais de provas e acompanhava os treinos. A expectativa de Otsuka é participar dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, mas, desta vez, como treinador.

Brasil nos Jogos Olímpicos

  • 24 participações desde 1920
  • 150 medalhas olímpicas conquistadas
  • 37 medalhas de ouro, 42 de prata e 71 de bronze
  • Em 2016, o país sediou os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro
  • Na edição de 2016, o time brasileiro contou com a maior delegação da história na competição: 465 atletas
  • Entre os maiores medalhistas olímpicos brasileiros, estão: Torben Grael e Robert Scheidt, com cinco medalhas (tênis), e Isaquias Queiroz, com quatro medalhas (canoagem)
  • O judô é o esporte que rendeu mais pódios para os brasileiros, com 22 medalhas olímpicas conquistadas

Medalhas nos últimos jogos

  • Atenas 2004: 5 ouros, 2 pratas, 3 bronzes (total: 10)
  • Pequim 2008: 3 ouros, 4 pratas, 8 bronzes (total: 15)
  • Londres 2012: 3 ouros, 5 pratas, 9 bronzes (total: 17)
  • Rio 2016: 7 ouros, 6 pratas, 6 bronzes (total: 19)
  • Tóquio 2020: 7 ouros, 6 pratas, 8 bronzes (total: 21)

 

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