Lajeado institui o “Julho Laranja” para falar (mais) de enchentes

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Lajeado institui o “Julho Laranja” para falar (mais) de enchentes

O governo de Lajeado oficializou a lei de origem legislativa – ou seja, criada e aprovada na câmara de vereadores – para a implementação do mês “Julho Laranja” no calendário da municipalidade. O objetivo é concentrar nesses 30 dias uma série eventos, ações e movimentos voltados à conscientização e prevenção aos desastres e catástrofes. Nada diferente de outros tantos meses e cores, mas com uma necessidade cada vez mais latente de ser implantado não só em solo lajeadense, e sim em todo o Vale do Taquari. O propósito é claro, reforço. Precisamos falar mais sobre enchentes, deslizamentos de terra e outros fenômenos que só nos últimos 10 meses deixaram um saldo negativo com mais de 100 mortos e bilhões em prejuízos financeiros e estruturais.

Crédito: ALDO LOPES

É preciso mudar nossa cultura. Aliás, o “Julho Laranja” já existe na cidade catarinense de Blumenau, um município que já apanhou muito em um passado nem tão distante, e cujas ações de controle às cheias servem de modelo ao país. E por lá o “Julho Laranja” tem funcionado bem. Embora sempre exista a constante necessidade de evoluir e avançar neste tema que tanto machuca e desafia.

MPF visita o Vale

Representantes do Ministério Público Federal (MPF) estão no Vale do Taquari para acompanhar a Caravana de Direitos na Reconstrução do Estado do Rio Grande do Sul. A equipe já havia passado em Lajeado, Canoas, Santa Cruz do Sul e Sinimbu na semana passada. Nesta semana, realizou atendimentos na segunda e na terça-feira em Cruzeiro do Sul, e a partir de hoje (até sexta-feira) o serviço está disponível em Estrela, na sede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, no bairro das Indústrias. A partir da próxima semana, os encontros ocorrem em Nova Petrópolis, Gramado, São Leopoldo, Novo Hamburgo. E em resumo, se trata de uma ação itinerante com a colaboração de mais de 20 órgãos, entre eles o MPF, para atender pessoas em situação de vulnerabilidade social, em situação de rua e comunidades indígenas e quilombolas atingidas pelas enchentes de maio.

Bolsonaro vai passar amanhã pelo Vale do Taquari

No apagar das luzes, os líderes regionais do Partido Liberal (PL) conseguiram convencer a caravana do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a passar pelo Vale do Taquari. E mais. O líder máximo da direita nacional vai se encontrar com apoiadores e correligionários no trevo de acesso ao município de Teutônia, uma das cidades da região que terá candidatura própria do PL na majoritária – no caso, a atual vice-prefeita, Aline Köhl (PL). Segundo a previsão inicial, Bolsonaro deve chegar ao Vale por volta do meio dia. Mas ainda não há confirmação do horário por parte da coordenação regional do PL. A expectativa, mesmo com o inusitado local escolhido para o encontro, é de um expressivo número de apoiadores presentes ao ato. Logo após, ele segue viagem para Santa Cruz do Sul, onde deverá ser recebido por volta das 17h pelo deputado federal Marcelo Moraes (PL).

Comunidades (ainda) isoladas

Na próxima semana a maior tragédia da nossa história vai completar três meses. E ainda há comunidades isoladas ou com muitas dificuldades para acessar as próprias residências. Em suma, o direito de ir e vir não está garantido para dezenas – ou centenas – de pessoas. É o caso das comunidades de São Miguel, Bom Fim e arredores, no interior de Cruzeiro do Sul. As localidades ficam próximas ao leito do Rio Taquari, e são (mal) conectadas por um trecho sem asfalto da ERS-130. Aliás, um trecho já problemático antes mesmo da pior enchente da história – especialmente em um trecho mais baixo e popularmente chamado de “demanda” – e que agora se tornou quase intransitável para veículos leves. Passados quase três meses, reforço, o sentimento em algumas regiões menos abonadas do Vale do Taquari é de que as águas recém voltaram ao nível normal.

TIRO CURTO

  • Em tempo: o prazo para cadastro no programa Auxílio Reconstrução termina nesta sexta-feira.
  • A Empresa Pública de Logística Estrela (E-Log) ainda existe e, mediante aditivo, altera valor de contrato com a empresa Nutritec Suprimentos Agropecuários, que passa a pagar R$ 50,6 mil mensais pelo uso dos silos que restaram no Porto de Estrela.
  • Um fato curioso. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou – com ressalvas – as contas do exercício de 2022 do prefeito e vice prefeita de Lajeado. E o relatório é assinado pelo Conselheiro Edson Brum, ex-deputado estadual do MDB.
  • Secretário Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Rafael Mallmann convidou prefeitos da região para um encontro hoje, às 14h, em Porto Alegre. No evento, ele vai entregar o material desenvolvido em parceria com a Univates para subsidiar os municípios na elaboração dos planos de trabalho, com os laudos necessários à reconstrução sustentável das cidades.
  • E uma baita notícia: o Sicredi Integração RS/MG vai doar R$ 1 milhão para a reconstrução da ponte sobre o Rio Forqueta, entre Marques de Souza e Travesseiro. Aliás, o programa Frente e Verso de hoje será realizado naquela comunidade.

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