Esforço comunitário recupera escola

ENSINO EM ESTRELA

Esforço comunitário recupera escola

Em mais de 60 anos, o colégio técnico estadual de Estrela foi atingido pela primeira vez por uma inundação. Mais de 300 computadores foram perdidos. Força-tarefa de pais, alunos, professores, direção e voluntários garantiram a limpeza do pátio e das salas

Esforço comunitário recupera escola
Passados 80 dias da inundação, todas as salas da escola foram limpas e os entulhos recolhidos. Falta o Estado refazer a fiação elétrica para uso das salas mais atingidas. (Foto: Filipe Faleiro)
Estrela

“Foi uma tristeza. A gente tirava a lama com lágrimas nos olhos. Muitos daqui foram atingidos e, mesmo assim, todo mundo deu um jeito de ajudar”. As palavras da funcionária da Escola Técnica Estrela, Sinara Marques, remontam ao dia 6 de maio, data em que a equipe conseguiu entrar na instituição.

Pela primeira vez em mais de 60 anos, entrou água no colégio. “Houve um grande esforço da comunidade para a limpeza e organização da escola. A água atingiu mais de dois metros”, relembra a diretora, Claudia Petter.

A diretora destaca o esforço para limpar a escola. “Temos muito que agradecer. Em meio a tanta tristeza, professores, funcionários e alunos vieram ajudar. Os bombeiros de Estrela trouxeram água, e a prefeitura enviou caminhões para levar os entulhos.”

Claudia relembra ainda a atuação da comunidade escolar da escola Moinhos, instituição devastada pela catástrofe. “A diretora Beatriz e a equipe vieram nos ajudar. Como lá não sobrou nada, se solidarizaram conosco. Tivemos ainda voluntários da cidade de São Marcos que vieram em um sábado inteiro para limpar a escola.”

A escola é a única com cursos técnicos de nível médio gratuitos na rede estadual do Vale do Taquari. São quatro formações: Confeitaria, Edificações, Informática e Recursos Humanos.

Prejuízos passam de R$ 1,5 milhão

Foram seis laboratórios de informática atingidos. Mais de 300 computadores, projetores multimídia, mobiliário, climatizadores de ar, além de danos estruturais no piso e na fiação elétrica.

Conforme a diretora, são mais de R$ 1,5 milhão em prejuízos. Passados 80 dias da catástrofe, a energia elétrica ainda não foi retomada em todo o prédio. As aulas precisaram ser adaptadas.
Os encontros presenciais foram limitados para quatro turmas por turno. “Hoje, funciona parecido com o que foi na pandemia. Aulas remotas e alguns encontros. As aulas de informática e edificações foram as mais atingidas.”

São oito salas entre o térreo e o segundo piso em condições de receber os alunos.

Desistências

Em abril, a escola tinha 289 alunos matriculados. Depois da inundação, caiu para 206. “Muitos se mudaram. Foi um trauma muito grande. Famílias inteiras foram embora. Tivemos até uma professora que desistiu de morar na região.”

Junto com isso, como boa parte dos estudantes também trabalham, houve empresas que encerraram as atividades e demitiram os trabalhadores. “Infelizmente, o impacto foi material e também de pessoas. Falamos com os alunos, eles desejam continuar, mas a vida deu uma guinada e tiveram de buscar outras oportunidades.”

Detalhes

Impacto

  • Mais de R$ 1,5 milhão em prejuízos
  • 300 computadores perdidos.
  • Seis laboratórios de informática danificados.
  • Térreo da escola atingido com 2,20 metros de água.

Esforço Comunitário

  • Participação de pais, alunos, professores, direção e voluntários na limpeza.
  • Colaboração de bombeiros, prefeitura de Estrela e da comunidade da escola Moinhos.
  • Ajuda de voluntários de São Marcos.

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