Sicredi e governo federal  discutem 2ª fase do Pronampe

crédito Emergencial

Sicredi e governo federal discutem 2ª fase do Pronampe

Cooperativa solicita alterações nas regras para atender o maior número de empresas possível. Possibilidade de um segundo empréstimo para negócios do Simples Nacional dentro da área de inundação e retirada da obrigação de investimento no município de origem são os pedidos centrais

Sicredi e governo federal  discutem 2ª fase do Pronampe
Mais capilaridade da cooperativa Sicredi na região fez com liberação dos créditos ocorresse de forma mais ágil. Nas três regionais, montante destinado para empresas do Simples Nacional se aproxima dos R$ 90 milhões. (Foto: Filipe Faleiro)
Vale do Taquari

Representantes da cooperativa de crédito Sicredi Integração se reuniram com o secretário executivo do Ministério da Reconstrução, Maneco Hassen. O encontro na manhã de ontem ocorreu em Lajeado, na sede da instituição.

Como assuntos principais, o funcionamento do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e do fundo social de R$ 15 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Desde a autorização federal para a cooperativa operacionalizar o crédito calamidade (com subvenção de 40% para negócios do Simples Nacional) a cooperativa Sicredi liberou cerca de R$ 22 milhões para cerca de 700 negócios.

O presidente da Sicredi Integração, Adilson Metz, destaca que a instituição tinha demanda para R$ 100 milhões em contratos. “Como o recurso foi escasso, limitamos como teto R$ 100 mil por CNPJ, como uma forma de atender o máximo possível de empresas”, diz.

Na média, diz o gerente de negócios, Fabrício Diedrich, os contratos financiados pela instituição ficaram abaixo de R$ 50 mil. Neste aspecto, o pedido dos dirigentes do banco é proporcionar um segundo contrato para micro e pequenas empresas. “Adotamos critérios muito claros, para atender quem foi diretamente prejudicado. Algumas liberações foram abaixo do necessário. Então, ainda dentro do teto do programa, seria importante ter mais um contrato”, destaca Diedrich.

Para todo o RS, foram destinados pelo governo federal R$ 2,5 milhões como Fundo Garantidor de Operações (FGO). A partir dos dados do portal Brasil Participativo, foram liberados mais de R$ 2,2 bilhões em todo o RS. No Vale do Taquari, mais de 1,7 mil negócios foram contemplados, o que representa depósitos em torno dos R$ 220 milhões.

Demandas regionais

No Pronampe, a primeira reivindicação é ampliar a verba com FGO para atuação nas cooperativas de crédito. Em seguida, a possibilidade de um segundo contrato para empresas que não tiveram liberações no teto preconizado de R$ 150 mil pelo governo federal.

“Mostramos ao secretário que a capilaridade da cooperativa, a proximidade com a população local e com os associados, fazem com que consigamos atuar de maneira mais rápida para ajudar a comunidade”, destaca o presidente Metz.

Outra ação importante é voltada aos produtores rurais. Como o campo foi muito atingido, muitos agricultores familiares da região não conseguem retomar os trabalhos. “Tem propriedade que toda a área de plantio se foi. É só um torrão, barro e areia. Todo o solo tem que ser recuperado. Esse produtor já fez empréstimos e precisa de ajuda.”

Para Metz, é preciso de um programa de renegociação e de recuperação do solo. “É necessário alongar os prazos para que esse agricultor possa voltar a produzir.”

Regra do município sede

Nas políticas voltadas para médias e grandes empresas, pelo fundo social do BNDES, dois aspectos trazem dificuldades às liberações. Equívocos na mancha de inundação (critério central do governo federal para evitar que recurso vá para negócios não atingidos de forma direta) e a obrigação do investimento ocorrer na cidade sede do CNPJ.

De acordo com o secretário do Ministério da Reconstrução, a partir desta semana, serão autorizados financiamentos para aplicação em outras cidades, desde que sejam no RS. “Já na sexta-feira conversamos sobre isso. Entendemos que tem empresas que terão de se deslocar. Essa mudança está em curso. Entre a segunda e terça, o governo fará uma circular para os bancos para autorizar esse tipo de contrato”, afirma Maneco Hassen.

Mais R$ 2,5 bilhões

A segunda fase do Pronampe deve ser apresentada nesta semana. Os recursos destinados como FGO variam entre R$ 2,2 bi até R$ 2,5 bilhões, afirma Maneco. “Esperamos que sejam suficientes para a demanda das empresas do nosso Estado.”

Para evitar liberação para negócios não atingidos de maneira direta, essa etapa seguirá a regra da mancha de inundação (como ocorre no fundo social do BNDES). “Vamos avaliar quais CNPJs receberam e priorizar aqueles atingidos de forma direta e que não tiveram acessos.”

Depois desta análise, o governo poderá verificar se um segundo contrato será viável ou não, destaca Maneco Hassen. A expectativa é que, após a análise, seja possível lançar uma nova rodada de crédito para atender quem ainda precisa de apoio.

Detalhes

  • Reunião na manhã de ontem teve a participação do presidente da Sicredi Integração, Adilson Metz, do vice, Luiz Mário Berbigier, do diretor de negócios, Fabrício Diedrich, com o secretário Executivo do Ministério da Reconstrução, Maneco Hassen. Também esteve presente o presidente da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Angelo Fontana.
  • Os objetivos eram discutir a segunda fase do Pronampe, previsto para ser lançado nesta semana.
  • A cooperativa solicita mais recursos para operação no RS e no Vale do Taquari; possibilidade de mais um contrato até o limite de R$ 150 mil por CNPJ.
  • Para o fundo social do BNDES, o governo federal confirma o fim da obrigação de investir no município sede do CNPJ.
  • Nas três linhas dos R$ 15 bilhões (para reconstrução, compra de maquinário e capital de giro), a região solicita a criação de um fundo garantidor para empresas com financiamentos já contratados.

Acompanhe
nossas
redes sociais