O que mudou?

Opinião

Mateus Souza

Mateus Souza

Jornalista e colunista do caderno Lajeado - Um novo olhar sobre os bairros

O que mudou?

Lajeado

Este texto não tem o propósito de desmerecer o bairro Jardim Botânico nem seus moradores, tampouco quem teve a ideia de assinar um projeto de lei para criar um novo bairro na cidade. E, sim, refletir e questionar. O que mudou desde que as novas delimitações entraram em vigor, em abril de 2023? Aparentemente, pouca coisa. Mas, ao conversar com líderes da comunidade, vejo que a justificativa se encontra na burocracia. Somente em junho deste ano, 14 meses após a sanção da lei que criou o bairro, a Associação de Moradores obteve o CNPJ. Algo necessário para, por exemplo, protocolar solicitações na prefeitura. Compreensível.

Legado de Beto

Não há quem não conhecia Paulo Roberto “Beto” Schneider em Lajeado. Sempre bem humorado, o eletricista e suplente de vereador era um engajado líder comunitário no Moinhos D’Água. Defendia com unhas e dentes o seu bairro. Infelizmente, veio a falecer na segunda-feira, 15, após ficar quase duas semanas internado no Hospital Bruno Born. Sofreu dois AVCs. Meus sentimentos a familiares e amigos. E espero que o legado de Beto seja mantido, com uma diretoria atuante na Associação de Moradores.

Antes e depois 

Imagens comparam a rua João Reinaldo Saffran em dez anos. A via, que conecta os bairros São Bento e Conventos era totalmente de chão batido em 2014. Agora, em 2024, toda a extensão está asfaltada, numa obra finalizada no ano passado.

 

O perigo e o futuro

A Carlos Spohr Filho foi municipalizada há dois anos. Desde então, moradores esperavam por grandes intervenções, o que ainda não ocorreu. Para piorar, o trecho do bairro São Bento tem registrado sucessivos acidentes de trânsito, alguns com gravidade. Vale lembrar, ali passam não apenas moradores das imediações, mas também da vizinha Santa Clara do Sul, uma cidade também em constante expansão. Isso precisa ser levado em consideração por autoridades para futuros investimentos em infraestrutura e mobilidade.

Benefícios e críticas

A rotatória da RSC-453 era um sonho antigo da comunidade do Floresta. A obra trouxe mais segurança não apenas a motoristas que trafegam pelo trecho, mas também de moradores que precisam levar seus filhos à escola do bairro. Sem dúvidas, um ganho em mobilidade urbana. No entanto, ainda há melhorias a serem feitas. Falta iluminação nas imediações da rótula, o que torna a travessia perigosa à noite. Essa reclamação não vem de hoje. E parece ter sido esquecida em meio a tantas obras executadas na rodovia nos últimos meses.

Das ruas

  • O colega Rodrigo Martini lembra com frequência, em sua coluna diária no A Hora. E eu aproveito este espaço para reforçar: já estamos no fim de julho e, até o momento, nenhum tijolo foi cimentado para a construção das casas às famílias atingidas pela enchente. E não falo apenas da catástrofe de maio, mas também a de setembro. Em síntese: nenhuma casa entregue, nem em Lajeado.
  • Aliás, ainda sobre habitação, movimentos tentam barrar a construção de loteamentos e casas populares em alguns bairros. As justificativas são várias. Entre elas, o argumento de que são áreas públicas, que poderiam sediar investimentos como escolas e espaços de lazer. Essa é uma discussão válida. Mas o preconceito notado em postagens e comentários nas redes é inaceitável.
  •  Ao que tudo indica, a obra os pavilhões 2 e 3 do Parque do Imigrante vai sair do papel em breve. É necessária e importante para valorizar o maior evento da região. Mas é sempre bom lembrar: tivemos uma Expovale em 2022. A anterior foi quatro anos antes. Houve tempo de sobra em executar uma reforma. Ou não?
  • A realocação das famílias que ainda estão no parque deve ser feita em agosto. A reforma do antigo Hotel Brasil vai suprir parte dessa demanda. O governo de Lajeado busca alternativas. Analisou, entre outras opções, um imóvel no bairro Santo André. Há, ainda, a possibilidade de usar os pavilhões 1 e 4 do parque. Mas essa seria a última cartada.
  • Nem parece, mas chegamos a três anos de obras de duplicação da BR-386, entre Lajeado e Marques de Souza. O prazo inicial de conclusão já foi superado. O segundo e o terceiro prazo também. Será que teremos o trecho de 20,3 quilômetros totalmente liberado para o tráfego de veículos no primeiro semestre de 2025? Eu espero que sim!

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