Líderes reivindicam mais atenção e planejam trabalho conjunto

Um novo olhar sobre os bairros

Líderes reivindicam mais atenção e planejam trabalho conjunto

Debate deste mês abordou quatro bairros localizados em uma das regiões de maior expansão na cidade. Representantes das associações de moradores pretendem somar esforços em prol das comunidades

Líderes reivindicam mais atenção e planejam trabalho conjunto
Debate realçou importância das comunidades atuarem de forma conjunta (foto: Eloisa Silva)
Lajeado

Não é de hoje que lideranças de bairros buscam maior integração. Em comunidades próximas, a união de esforços facilita no atendimento de demandas. E somar para crescer foi um dos focos do debate deste mês do projeto “Lajeado – Um novo olhar sobre os Bairros”. Em pauta, umadas regiões de maior expansão populacional na cidade.

Embora seja uma região relativamente nova no contexto da urbanização, hoje apresenta grande ocupação territorial, mas ainda é uma das áreas com possibilidade de expansão. Para que isso ocorra, no entanto, presidentes das associações de moradores lutam por melhorias em infraestrutura e na oferta de serviços.

Participaram do debate os presidentes dos bairros Floresta, Jaime Borger; do Jardim Botânico, Alfredo Farinhas Neto; e do São Bento, Marcos Linke. A Associação de Moradores do Moinhos D’Água foi representada pela ex-presidente e atual secretária da entidade, Janara Silva.

Juntos, os quatro defenderam uma atuação mais conjunta das associações – somada a Associação de Moradores do Bom Pastor – para lutar por melhorias nestas localidades. “Se incluirmos Santa Clara do Sul, falamos de um núcleo que concentra mais de 20 mil habitantes. É um número muito expressivo”, lembra Alfredo.

Avanços e cobranças

Morador do Floresta desde 2005, Borger viu o bairro se transformar em duas décadas. Ele ingressou na entidade como vice-presidente e agora está em seu segundo mandato a associação.

“Quando cheguei, a população era de pouco mais de 500 pessoas. Hoje esse número mais do que triplicou”, estima.

Embora reconheça avanços nos últimos anos, ele frisa que existem demandas que precisam de atenção do Poder Público, tanto o municipal quanto o estadual. “Lutamos muito para conseguir as rótulas aqui. Foi uma conquista grande. Mas ainda falta muito. Até a questão da iluminação nas rotatórias, é algo que foi esquecido”.

Na mesma linha, Linke percebe um crescimento exponencial do São Bento nos últimos anos, ainda que, em alguns setores, o bairro ainda seja carente. “Quando vim para cá, era tudo estrada de chão. Agora vemos essa crescente da população, o comércio expandindo. Vemos isso com bastante alegria”, cita.

Localização

Outro ponto que favorece o desenvolvimento dos bairros é a localização. Vias importantes, como a rua Carlos Spohr Filho, as avenidas Benjamin Constant e dos Ipês e a RSC-453 são atrativos. No entanto, os problemas de infraestrutura viária preocupam, sobretudo onde há pouca margem para intervenções.

No caso do Moinhos D’Água, Janara comenta que a expansão da Benjamin Constant influenciaram nos rumos do bairro. “Moro aqui desde 2008, era um bairro que nem existia pavimentação. Foi uma das primeiras coisas que começamos a buscar e hoje não é só isso que queremos. Tem mais
coisas que precisamos”, pontua.

Mais serviços

Durante o debate, ficou evidente também a necessidade de mais serviços que contemplem os quatro bairros. Há escolas de ensino fundamental em três deles, mas duas possuem estruturas pequenas e sem possibilidade de expansão. Já o único posto de saúde da região fica em São Bento. Por isso, os líderes dos bairros se mobilizam por maior oferta.

“Nós estamos engajados e vamos questionar os próximos políticos que irão nos representar. Precisamos de um colégio novo no Floresta, que atenda pelo menos o ensino fundamental. Hoje nós temos apenas uma creche”, relata Borger.

Mudança de cultura

Inspirado em um projeto adotado no bairro Centenário há quase cinco anos, Linke decidiu propor a retirada das lixeiras no São Bento. A proposta começou a ser implementada ainda no ano passado e, segundo ele, busca uma mudança na cultura das pessoas. Ainda que tenha recebido críticas, acredita ter feito o melhor.

“Tivemos êxito na aprovação do projeto. O São Bento é um bairro muito grande territorialmente, mas as pessoas estão comprando a ideia. Estão saindo do comodismo. Claro, teve alguns que não conseguiram assimilar muito bem. Apanhamos muito, mas é importante isso. Houve relutância de alguns”.

Plantio de árvore

Ao final do debate, Alfredo sugeriu que os participantes do debate se reunissem novamente, em outra oportunidade, para o plantio de cinco árvores.

O local escolhido seria o próprio Jardim Botânico de Lajeado, símbolo da preservação ambiental da cidade e um dos principais pontos turísticos da região.

“Seria uma boa forma de simbolizar esse momento, de união entre as comunidades. Nós precisamos nos dar as mãos para continuarmos brigando, se necessário, para que nossos bairros sejam vistos pelo Poder Público”, realça.

Acompanhe
nossas
redes sociais