Expansão populacional atrai empresas e consolida autonomia

Um novo olhar sobre os bairros

Expansão populacional atrai empresas e consolida autonomia

Chegada de novos negócios e fortalecimento de empreendimentos antigos impulsiona economia em região antes estritamente residencial. Moradores ainda sentem falta de maior diversificação

Expansão populacional atrai empresas e consolida autonomia
São Bento experimenta “boom” de novas empresas (foto: Mateus Souza)
Lajeado

Quando abriu um pequeno mercado dentro da garagem de casa, há quase 15 anos, Volnei Battisti acreditava no potencial do Moinhos d’Água. O bairro começava a despontar no setor imobiliário, com a construção de casas e sobrados e a pavimentação de ruas. A expansão populacional, no entanto, superou as expectativas. E mudou a dinâmica local.

Para acompanhar a demanda crescente, Battisti apostou em expansões e constantes reformas. O negócio familiar deu lugar a um supermercado que hoje emprega cerca de 50 pessoas. Um empreendimento que, como outros tantos, ajuda a consolidar a autonomia do entorno do bairro, cada vez menos dependente do Centro.

Comércio no Moinhos d’Água acompanha crescimento do bairro

Localizada na rua Ana Judite Pitol, a empresa liderada por Battisti está próxima a uma das principais vias da cidade, a avenida Benjamin Constant. A localização, por sinal, tem sido um atrativo para empresários investirem nessa região. Além de ser uma região em constante crescimento, tem fácil acesso à área central e às rodovias ERS-130 e BR-386.

Satisfeito com o momento do bairro, o empreendedor acredita que, com a nova realidade de Lajeado após a enchente de maio, o Moinhos D’Água tende a crescer ainda mais. E isso, para ele, exigirá uma diversificação maior na oferta de serviços e na abertura de estabelecimentos.

“Dá para dizer que ainda faltam algumas coisas, como uma farmácia ou uma academia. Então, para quem quer investir, digo que vale a pena vir para cá, pois é um bairro em crescimento. Vai aumentar muito, assim como Conventos e toda essa região da cidade”, reforça.

Escolha acertada

Muito antes das enchentes históricas dos últimos meses, Luís Antônio dos Santos já tinha preocupação em ter um negócio em área alagável. Em 2013, após buscar locais para investir, deixou o Cantão, no Centro, e reabriu sua empresa de esquadrias – que já tinha duas décadas de atuação – no bairro Floresta, próximo ao acesso a RSC-453.

Para Santos, uma escolha mais do que acertada. Primeiro, por estar em um local seguro, sem risco de alagamentos. E também da mudança para um bairro em expansão. Na época, o Floresta tinha menos de mil moradores. Hoje, esse número mais do que dobrou.

“Sonhava em sair daquele local. Foi uma benção de Deus. No início era tudo mato e parecia longe demais. O nosso crescimento veio com o passar dos anos. Hoje vejo como um bairro com grande potencial de expansão, tanto comercial quanto industrial”, salienta.

Mudança de cenário

Se até o começo dos anos 2000 o São Bento ainda mantinha características de zona rural, em 2024 o cenário é bem diferente. Com um perfil cada vez mais urbano, o bairro hoje vive um “boom” de empresas. Cada vez mais empreendimentos têm optado por abrir as portas na localidade, sobretudo nas imediações da rua Carlos Spohr Filho.

Nas proximidades da Escola Municipal São Bento, empreendimentos comerciais chamam atenção da população. O movimento inclui negócios antes escassos na região, como supermercados e farmácias. Placas indicam a abertura de novas empresas nas imediações.

Descentralização

Na última década, o número de novas empresas nestes bairros cresceu de forma exponencial. Dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura mostram uma alta de até 400% no Moinhos D’Água. Conforme o titular da pasta, André Bücker, os números reforçam uma tendência na cidade.

“É um crescimento muito acentuado, quase quadruplicando o número de estabelecimentos comerciais. É reflexo da expansão de Lajeado para essa região da cidade. O empreendedor, quando identifica a necessidade, vai para este local. Acho que este é o melhor termômetro para dizer quando um bairro ou uma região da cidade está se desenvolvendo”, afirma.

Segundo Bücker, o momento também tem relação com as mudanças do novo Plano Diretor, que busca descentralizar Lajeado. “A ideia é que cada bairro ou região da cidade tenha vida própria e não fique dependente da parte central. Conseguimos verificar o sucesso desse tipo de
divisão e identificar que tem muita gente morando e vindo morar em Lajeado”.

Números de empresas registradas nos bairros

Floresta
2017: 77
2024: 247

Moinhos D’Água
2017: 59
2024: 303

São Bento
2017: 97
2024: 401

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