Cenário (quase) pronto na “capital” do Vale

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Cenário (quase) pronto na “capital” do Vale

A poucos dias do período reservado às convenções partidárias, o cenário na principal cidade do Vale do Taquari está 99% ajustado. O PP vai encarar o pleito com Gláucia Schumacher (PP) e Guilherme Cé (Novo) como pré-candidatos a prefeita e a vice. Também já está sacramentada a chapa pura do MDB com Carlos Ranzi e Márcio Dal Cin para prefeito e vice. E o Partido dos Trabalhadores, a última sigla a encabeçar uma chapa que venceu o PP na cidade, também oficializa o nome do vereador Sérgio Kniphoff (PT) na busca pelo cargo de chefe do Executivo municipal.

Resta saber, apenas, quem será o companheiro do petista na majoritária. Aliás, também resta saber para quais trincheiras irão os partidos Republicanos, PSD e PSB, especialmente. O primeiro está próximo de se aliar com PP/Novo/PSDB/PL. Já as outras duas siglas são aguardadas pelos líderes emedebistas.

Mas pra onde vai a Direita em Lajeado?

É notório que o PL possui uma “marca” forte em âmbito nacional e, há quem diga, estaria sendo a mais lembrada em solo lajeadense. Afinal, o fator “Bolsonaro” ainda é muito forte em todo o Vale. Entretanto, e no fim das contas é o que mais interessa, nem tudo que reluz é ouro. Ou seja, não há garantias ou certezas de que essa lembrança será traduzida em votos ao PL. Mas o que eu quero dizer com tudo isso? Pensa comigo. Existe um grande contingente de eleitores com pensamentos mais à Direita e com pouca intimidade com siglas mais tradicionais da Direita local, como por exemplo o PP, cuja origem é a extinta Arena. E como o PL ainda não possui expertise e “corpo” para aproveitar toda a própria referência junto aos eleitores, há uma parcela de votantes que pode enxergar os ideais conservadores em parte da atual oposição. Ou seja, a confusão ideológica gerada pela polarização pode embaralhar as expectativas (e certezas absolutas) do pleito lajeadense.

Um memorial à Ponte de Ferro

O empresário Roberto Lucchese liderou o movimento que devolveu a conexão viária entre Lajeado e Arroio do Meio e, portanto, conquistou legitimidade para sugerir uma destinação à estrutura de ferro original da ponte, que foi derrubada pelas águas dos rios Forqueta e Taquari na enchente de maio. A peça repousa às margens do leito e o diretor da Construtora Lyall quer levá-la até o bairro São Cristóvão, para criar um espaço lúdico junto à praça da Av. Piraí, junto ao icônico Arroio do Engenho. Aliás, conselheiros culturais de Lajeado e Arroio do Meio também buscam formas de preservar tal estrutura. E me parece que a solução encontrada por Lucchese será aceita.

O “povo pelo povo” incomoda políticos

Desde o início da tragédia e dos movimentos capitaneados, custeados e executados de forma voluntária por trabalhadores e empresas, uma parte da sociedade civil passou a utilizar uma instigante frase para se referir às ações: é o “povo pelo povo”. E o jargão viralizou. Diante disso, muitos representantes e políticos do setor público demonstram publicamente um certo incômodo. Para eles, falta reconhecimento aos serviços prestados pelos entes municipais, estadual e federal em razão de um certo “romantismo”, afirmam eles. Ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta tocou no assunto durante discurso no Congresso da Famurs. Ele citou uma reportagem que enaltecia as pontes reconstruídas pelo setor privado e comparou com o número superior de pontes anunciadas pelo setor público. Mas vamos combinar. Nem oito e nem oitenta. O “povo pelo povo” é muito importante, sim, e o poder público também é essencial à reconstrução. E “c’est fini”.

TIRO CURTO

  • Em Encantado, o PSDB insiste em uma aliança com o MDB para enfrentar a chapa pura do PP e, também, a possível chapa pura do PT. Os tucanos querem Baixinho Orsolin (MDB) como pré-candidato a vice ao lado de Jonas Calvi (PSDB). Mas nas últimas horas também ganhou força o nome do advogado Gustavo Mezzomo (MDB).
  • Também em Encantado, e durante evento de turismo na sexta-feira, na Churrascaria e Paradouro Cristo, diversos encontros chamaram a atenção. Como por exemplo a conversa entre o prefeito e pré-candidato à reeleição Jonas Calvi com o ex-vereador Cláudio da Silva (MDB), logo após o emedebista conversar com outro pré-candidato a prefeito, Luciano Moresco (PT).
  • O PT de Venâncio Aires divulga os coordenadores da campanha de Cândido Faleiro e Sérgio Rosa a prefeito e vice. Fazem parte do grupo Adolfo da Rosa, Emerson Machado, André Puglia, Paulo Schirmann, Alexandre Rosa, Lauro Kist, Ricardo Stroschcoen, Celso Lucas e César Schumacher.
  • Em Arroio do Meio, o pré-candidato a prefeito Sidnei Eckert (MDB) ainda não definiu o companheiro (a) de chapa. E os nomes mais cotados são Rodrigo Kreutz e Andreia Barth.
  • Já em Teutônia, o pré-candidato a prefeito Renato Altmann (PSD) deve compor chapa com o vereador Evandro Biondo (MDB). E o também pré-candidato a prefeito Jonatan Brönstrup (PSDB) avalia três nomes (uma mulher e dois homens) para fechar a chapa.
  • Vereador e pré-candidato a prefeito em Estrela, João Braun (PP) vai anunciar o postulante a vice no fim da próxima semana. Sobre o PP estrelense, aliás, a sigla deve confirmar o nome de Pedro Barth como pré-candidato a vereador. Ele já exerceu a vereança em três oportunidades e também já presidiu a Cacis e a CIC/VT.
  • O governador Eduardo Leite (PSDB) engrossou o caldo contra o governo federal e tem cobrado publicamente a renegociação da dívida com a União e/ou incentivos condizentes com àqueles disponibilizados a outras regiões do país. E ele está certíssimo.
  • Ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta (PT) criticou as prefeituras que criaram sites para o cadastro de pessoas no Auxílio Reconstrução. Segundo ele, tal movimento gerou um alto número de possíveis fraudes.
  • “Doença de Newcastle”, agora? Olha, haja resiliência ao Vale do Taquari. Bom finde a todos!

Acompanhe
nossas
redes sociais