O caso Castelinho e a resposta insuficiente do Estado

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

O caso Castelinho e a resposta insuficiente do Estado

O resumo da história: a maior escola pública do Vale do Taquari foi atingida por três inundações desde setembro passado. Reforma em curso foi suspensa e entulhos da destruição de maio continuam no pátio da instituição.

Vou ser direto: a situação do Colégio Castelo Branco é um absurdo. Sabe o que é pior? A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não solta uma única palavra concreta sobre o futuro da instituição.

Na edição impressa do A Hora de ontem, reportagem detalhou a situação e alguns encaminhamentos. A resposta oficial da Seduc foi lamentável: “qualquer decisão relacionada a Castelinho será avaliada com as comunidades envolvidas.”

Pouco, muito pouco. Uma latente transferência de responsabilidade e que deixa o futuro da instituição ainda mais nebuloso.

Ensino prejudicado

Não é só a estrutura física do Castelinho que está abandonada. O ensino também foi afetado. Cerca de 900 alunos foram transferidos para a Univates. Uma solução paliativa que tem tudo para se tornar definitiva.

Professores relatam perdas pedagógicas significativas devido à distância e ao improviso. O trânsito constante entre prédios causa atrasos, dispersão dos alunos e até incidentes de vandalismo. A merenda escolar, distribuída em dois momentos e consumida nas salas, interrompe as aulas todos os dias.

História para boi dormir

O projeto de transformar o Castelinho em uma escola resiliente é uma grande desculpa. Não existe esse projeto. Ele começa a ser ela-
borado. Difícil acreditar que isso vá acontecer em menos de dois anos. E a comunidade? Fica só na esperança de que, algum dia, o colégio volte a ser o que era.

Estamos falando de um lugar que formou diversos líderes regionais, um verdadeiro berço de educação e cultura. A desvalorização das escolas públicas pelo Estado é gritante. A Seduc precisa parar de empurrar com a barriga e tomar decisões concretas. A continuidade das aulas na Univates por mais dois anos é inaceitável.

Maneco chuta o balde

O secretário executivo do Ministério da Reconstrução, Maneco Hassen, foi taxativo. A culpa por menos de 10% dos créditos do Pronampe terem sido para empresas do Vale do Taquari é dos bancos.

O porta-voz também considerou “ilegal” ofertar os financiamentos com subvenção de 40% para negócios que não tiveram prejuízos diretos. Maneco colocou o bode na sala. Inclusive essa atuação dos bancos (em especial os públicos, Caixa e Banco do Brasil) foi vista na enchente de setembro.

Agora, as regras mudaram. Só na mancha de inundação. Para isso funcionar bem, o governo federal precisa errar menos neste sistema de mapas, pois não tem cumprido com o combinado.

Olho vivo

Deixo aqui registrado. O governo do Estado mantém a narrativa de entregar a ponte da ERS-130, sobre o Rio Forqueta, entre Lajeado e Arroio do Meio, até o fim do ano. Improvável é o mínimo que posso dizer. Pelo histórico das obras públicas, pelo formato que foi feito o processo de contratação do serviço e pela complexidade de uma ponte cinco metros acima do que era no passado. Aguardemos.

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