Os desabrigados e os novos vizinhos

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Os desabrigados e os novos vizinhos

A construção de casas populares em Lajeado pode esbarrar em um problema verificado em diversas outras cidades que já passaram por catástrofes naturais: a resistência dos futuros vizinhos. Eu explico. Moradores de áreas próximas aos terrenos escolhidos para receber as futuras unidades habitacionais temem a desvalorização imobiliária e outros possíveis impactos negativos.

É isso mesmo. Parece desumano, eu sei. Mas é real e público. Inclusive foi assunto na mais recente sessão plenária da câmara de vereadores lajeadense. Aliás, é um problema que já foi verificado em Arroio do Meio. E, infelizmente, será um delicado desafio para outros gestores de cidades impactadas.

PL conversa com o PP e, também, com o MDB em Lajeado

Chefe do Partido Liberal (PL) em solo gaúcho, o deputado federal Giovani Cherini foi claro durante o mais recente encontro regional da sigla em Lajeado, realizado no dia 28 de junho. Ele garantiu e cobrou publicamente uma chapa na majoritária para disponibilizar, ao eleitor lajeadense, opções do PL para os cargos máximos do Executivo. Na semana seguinte, no dia quatro de julho, o ex-secretário de Meio Ambiente Luís Benoitt (PP) confirmou a pré-candidatura a prefeito, e o PL também anunciou Everton Giovanella (PL) para compor a dobradinha e ser o pré-candidato a vice. Entretanto, e mesmo diante do apelo de Cherini e do anúncio da “chapa pura”, os dirigentes do PL seguem em negociações e conversações com líderes do PP e, também, do MDB. Ou seja, e muito provavelmente, teremos novidades contundentes e curiosas nas próximas duas ou três semanas.

Educame na hora certa!

O projeto educacional para conscientização ambiental de crianças e adolescentes é o novo projeto do Grupo A Hora. O Educame chega em momento crucial para virar um jogo que estamos perdendo. O movimento reforçaa a necessidade de melhor educarmos – e treinarmos – a nossa população sobre os desastres naturais. É preciso entender mais sobre hidrologia e meteorologia, por exemplo, ou sobre prevenção e evacuação. De alguma forma, era preciso incluir conteúdos voltados aos fenômenos climáticos em todas as escolas. Obras edificantes são importantes, sim. Mas só a educação vai evitar mortes. E a necessária revolução começará nas salas de aula!

Atenção, eleitor. Fique atento às datas

Os agentes políticos resolveram levar a cabo a programação original das eleições municipais gaúchas e, portanto, é preciso redobrar a atenção aos prazos, deveres e responsabilidades dos eleitores e dos pré-candidatos. No próximo sábado, dia 20, por exemplo, inicia o período reservado às convenções partidárias, momento no qual as siglas e coligações confirmam as chapas nas majoritárias e as nominatas de candidatos a vereador ou vereadora nas proporcionais. O prazo para tal se encerra no dia cinco de agosto. Após a definição das candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.

A partir do dia 16 de agosto, e isso é muito importante, inicia oficialmente a propaganda eleitoral. Até lá, caro leitor, toda e qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto pode ser considerada irregular e é passível de multa. E aí mora um detalhe crucial nessa complexa corrida aos cargos públicos. O tal “pedido explícito de voto” é subjetivo. Há quem discorde, por exemplo, que as chamadas “palavrinhas mágicas” não configuram um “pedido explícito de voto”. E aqui poderíamos citar o popular “conto contigo”, o “tamo junto”, entre outras formas subliminares de pedir apoio ao eleitor. Mas há, também, quem criminalize essas artimanhas.

Consenso em Colinas?

Prefeito de Colinas em fim de segundo mandato, Sandro Hermann (PP) não esconde a vontade de construir uma pré-candidatura única entre os principais partidos e, com isso, garantir uma eleição “por consenso”. A intenção é criar uma coligação do PP, MDB, PSDB e PL. Cada sigla indicaria nomes para a majoritária e, ao fim dos inevitáveis debates – e pesquisas internas –, dois agentes seriam escolhidos de forma democrática para representar a grande coalizão. Entre as justificativas para o inédito movimento, é claro, a catástrofe que assolou toda a região. Há o entendimento que as tradicionais rixas políticas poderia atrapalhar a reconstrução e, também, colocar em risco as ações – e seus personagens – já realizadas até o presente momento pelos atuais administradores públicos. Aliás, outras administrações municipais pensam de forma semelhante aqui na região. E com razão.

TIRO CURTO

  • Em Teutônia, todos os pré-candidatos parecem confiantes na eleição municipal. Mas, e a bem da verdade, o que mais impera são as incertezas.
  • Já em Estrela, há fortes indícios de um pleito ainda mais acirrado do que a eleição de 2020.
  • A política requer “ocupação de espaços” e presença em eventos. E isso pode ser muito determinante no pleito municipal de Encantado.
  • Em Taquari, o PT ainda não se manifestou de forma oficial sobre a evidente ruptura com o PDT.
  • Nos bastidores, há quem aposte que o governador Eduardo Leite (PSDB) e o Ministro da Reconstrução Paulo Pimenta (PT) devem buscar o Senado Federal no próximo pleito nacional. E há quem aposte que Leite vai concorrer a presidente, e Pimenta a governador. Fato é que ambos precisam fazer muito mais para conquistar a confiança dos gaúchos neste momento de colapso.
  • Aliás, não é demais lembrar. O RS segue sem aeroporto, com diversas ligações rodoviárias comprometidas, milhares de empresas e empregos ameaçados, e outras milhares de pessoas sem casas.
  • A câmara federal aprovou o requerimento de urgência para análise do projeto de lei 1915/2024, que “zera a alíquota de impostos federais para o comércio de bens e serviços, turismo e eventos no Rio Grande do Sul”. A proposta é do deputado federal Alceu Moreira (MDB).
  • Há quem insista em culpar os atordoados prefeitos e equipes municipais pelo inaceitável atraso na construção de casas populares. É preciso cobrar, sim, mas não jogar contra a região só para defender partido e/ou político de estimação. A história há de ser justa com todos. Bom fim de semana!

Acompanhe
nossas
redes sociais