A falta de locais para retomar as atividades obriga empresas da região a buscar áreas em outros municípios. Uma das regras instituídas pelo governo federal para liberação dos créditos com juros especiais é investir na cidade sede.
“Essa condição atrapalha. Há indústrias que mudaram parte das produções por não haver como manter as atividades. Os bancos já disseram que é uma decisão política, que podem liberar, mas tem que vir do comando”, diz o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região, Angelo Fontana.
O dirigente é sócio da Fontana S.A, em Encantado, uma das prejudicadas. “Não é só para nós, mas várias empresas tiveram de sair de onde estavam para não quebrar. Agora não conseguem acessar o recurso. Basta um comando de Brasília para mudar essa regra”.
Sem essa revisão, negócios do Vale do Taquari perdem tempo. “Corremos o risco de ver os recursos acabarem sem termos sido contemplados”, adverte Fontana. Desde a inundação de setembro, uma série de empresas de médio e grande porte mudaram parte das linhas de produção.
Nesta lista também está a Vinagres Prinz, que se organiza para investir em Estrela. “A mudança é pequena. Basta dizer que o investimento deve ocorrer no Estado ou dentro das regiões.”
Os recursos do Fundo Social do BNDES, na ordem de R$ 15 bilhões, foram liberados para uso na quarta-feira. Menos de 48 horas depois, já foram liberados R$ 8 bilhões. São três linhas, reconstrução, máquinas e capital de giro. Nesta última, já não há mais verba disponível para novos contratos.
Conforme o secretário Executivo do ministério da Reconstrução, Maneco Hassen, foi encaminhado um ofício ao Tesouro Nacional solicitando mais verbas dinheiro para os créditos às empresas gaúchas.
A lista de instituições financeiras autorizadas tem bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil e Banrisul), privados e também cooperativas de crédito (Sicredi, Sicoob, por exemplo).
Os juros máximos de 0,6% e 0,8% por mês incluem o spread bancário (lucro do banco).