Líderes debatem uma “Zona Franca” no Vale e RS

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Líderes debatem uma “Zona Franca” no Vale e RS

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O auditório do prédio 7 da Univates recebeu um interessante debate na tarde de ontem. Com a presença do senador licenciado Luís Carlos Heinze (PP), de empresários, políticos e líderes regionais, o evento serviu para debater as possibilidades de desassoreamento do Rio Taquari e, especialmente, a implementação da Zona Franca do Rio Grande do Sul (ZF-RS). Sobre a zona, os representantes do Vale do Taquari foram apresentados a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tem por objetivo criar a ZF-RS e incentivar a geração de novos negócios.

Provocada pela OAB/RS, a PEC já conta com assinatura de senadores de 17 estados e 10 partidos políticos diferentes, e está sob análise na CCJ. Entre as justificativas, estudos que indicam impactos em 94,3% da atividade econômica do estado, resultando em prejuízos acima de R$ 500 bilhões.

No texto da PEC 26, os parlamentares citam que a ZF-RS terá “característica de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de 30 anos”. A área abrangida pela proposta é limitada por um raio de 20 quilômetros no trajeto entre o Vale do Taquari e o município de Eldorado do Sul – algumas das áreas mais devastadas pelas inundações, além de estarem próximas ao porto de Rio Grande. Poderão usufruir dos benefícios da ZF-RS os empreendimentos industriais de setores estratégicos que já estão ou que vierem a ser instalados em sua área de abrangência. Entretanto, a instalação de novo empreendimento industrial na área da ZF-RS “não poderá implicar transferência, sob qualquer forma, de empreendimento já instalado em outras áreas do território nacional”. “E precisa atrair novos negócios”, reforça Heinze.

Momento para novos aeroportos

O fechamento temporário do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, despertou diversas oportunidades no interior gaúcho. Alguns pequenos aeroportos já estavam adiantados e angariaram novos recursos com muita mais facilidade. Outros tantos andavam desacreditados e, a partir da inesperada demanda, passaram a ser vistos com muitos bons olhos pelos setores público e privado e devem receber volumosos investimentos. Da mesma forma, as dificuldades despertaram a imaginação de empreendedores do Vale do Taquari que, diante do histórico DNA da região para o modal aeroviário, e diante das condições geológicas e financeiras para uma estrutura segura às aeronaves, projetam grandes empreendimentos para um futuro nem tão distante. E a hora é essa.

Marketing e oportunidade

Prefeito de Estrela, Elmar Schneider (MDB) utilizou as redes sociais para celebrar publicamente a instalação de uma nova indústria em solo estrelense. No caso, a Vinagres Prinz, cuja história quase centenária em Lajeado foi encerrada de forma abrupta após a pior e maior enchente já registrada na história do município. A imagem repercutiu. Muitos gostaram, e outros não. Fato é que o município estrelense sofreu e muito com as recentes catástrofes, mas a mesma comunidade soube aproveitar algumas oportunidades com o recente movimento de migração empresarial. E vida que segue.

PDT e PT rompem parceria e buscam novas alianças em Taquari

A parceria entre o PDT e o PT de Taquari na majoritária acabou oficialmente na noite dessa quarta-feira. Atual prefeito e pré-candidato à reeleição, André Brito (PDT) anunciou uma nova coligação com o PP, e confirmou o nome da professora aposentada Rose Campos (PP) como a pré-candidata a vice-prefeita. Com isso, o atual vice-prefeito, Ramon de Jesus (PT) – que celebrou aniversário ontem –, divulgou uma nota oficial para confirmar que não concorrerá ao lado de Brito em outubro. Entretanto, e embora pareça óbvio, nenhum dos agentes públicos cita a visível ruptura entre as siglas. Questionado sobre a relação com os petistas, Brito afirmou que a nova aliança “está aberta ao diálogo com todas as forças políticas”. À coluna, o gestor taquariense preferiu não falar em desunião. “Defendemos a união pela construção”, resume o experiente político pedetista.

Ramon também se manifestou de forma subjetiva sobre o futuro. Em nota encaminhada ao colunista, agradeceu “a todos e a todas” que confiam no trabalho dele e “partilharam e ainda vão partilhar gigantes momentos”, e apenas informou que “não será mais candidato a vice-prefeito com o André, que já anunciou outro vice”. Por fim, citou a lealdade e a transparência como qualificações pessoas e profissionais e garantiu que vai continuar trabalhando e se dedicando para a cidade de Taquari, “onde eu estiver”. Questionado sobre eventual pré-candidatura a prefeito, ele preferiu não se manifestar até o momento. Mas, e isso são informações de bastidores, há quem aposte que o PT vai buscar novo parceiro – ou parceiros – para resgatar a principal cadeira do Executivo. E se observarmos o cenário político taquariense, é natural imaginar uma coligação entre o PT e o PSDB.

TIRO CURTO

  • O MP/RS, por intermédio do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), contratou o Grupo de resgate de Animais em Desastres e vai repassar R$ 999,8 mil para o projeto “Programa de Controle Populacional Ético de Cães e Gatos Vitimados pelos Desastres do RS”, que tem por objetivo a prestação de serviços de transporte, esterilização, microchipagem e cadastro em plataforma oficial definida pelo Governo Estadual. A medida vale para a Região Metropolitana.
  • O foro da Comarca de Arroio do Meio está fechado para reforma até o dia 21 de julho. O prédio foi atingido com a enchente até o segundo andar. Nesse período, estão suspensos os prazos processuais, e a realização de audiências, ressalvadas as audiências de custódia e aquelas consideradas urgentes, casos em que ocorrerão de forma virtual.
  • Em Lajeado, o governo de Lajeado alterou as regras para as casas populares. Com a mudança, que visa desburocratizar o processo, “fica autorizada a utilização de fossa séptica e sumidouro ou filtro anaeróbico como solução para o esgotamento sanitário, dispensada a execução de rede coletora em frente aos lotes”.

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