“A música me levou a conhecer lugares que eu nunca imaginei”

ABRE ASPAS

“A música me levou a conhecer lugares que eu nunca imaginei”

O violonista André Schmidt Ely, 31, percorre o mundo com a sua arte. Em uma recente turnê, como integrante do grupo Alejandro Brittes Quartet, fez 28 shows pelo leste dos Estados Unidos. E em agosto, o lajeadense deve retornar ao país norte-americano, desta vez rumo à costa Oeste, para uma maratona de 50 shows. A paixão pela música, que começou ainda na infância, permitiu que Ely viajasse para mais de dez países, da América Latina e Europa. Além de tocar com importantes nomes da música nativista e brasileira

“A música me levou a conhecer lugares que eu nunca imaginei”
Foto: acervo pessoal

Como começou sua paixão pela música e desde quando toca violão?

Desde muito cedo tive contato com a música, através da minha família e, sobretudo, do meu pai, Jair Ely. Ele sempre esteve envolvido com atividades musicais e artísticas regionais, tanto no CTG Bento Gonçalves que foi onde iniciei o aprendizado do instrumento, quanto no Grupo de arte e cultura Os Costeiros do Rio Taquari, onde ele foi um dos fundadores e o primeiro presidente.

Em que momento você resolveu transformar essa paixão em uma profissão?

Não foi uma decisão tomada em um momento específico. Sempre digo que nem me lembro de não ser músico, justamente por ter começado desde muito cedo (11 anos). Acho que foi uma possibilidade natural e que esteve presente constantemente durante a minha vida.
Se tivesse que marcar um fato pontual, eu diria que foi a chegada ao Brasil do acordeonista argentino Alejandro Brittes, quando eu tinha 17 anos. Na época, fui convidado a participar dos seus projetos, os quais participo até os dias de hoje.

O que te inspira para as composições?

Acho que são os mesmos momentos que inspiram uma pessoa no seu cotidiano. Qualquer situação, acontecimento, lembrança que provoque alguma emoção, seja felicidade, tristeza, saudade ou medo. Acho que a música é sobretudo isso, para além dos conhecimentos técnicos e teóricos é uma forma de expressar o que se sente. Uma forma de se comunicar com as pessoas, consigo mesmo, com a natureza, com o universo talvez. É bonito por ser complexo e simples ao mesmo tempo.

Qual o estilo musical com o qual tu te identificas hoje?

Eu gosto de muitos estilos, desde Jazz até música Clássica. Como violonista, escuto e toco muito repertório de violão brasileiro: Choro, Bossa Nova e MPB. Cresci escutando e tocando música Nativista e participando de festivais e concursos pelo CTG Bento Gonçalves. Então, a música do Rio Grande do Sul sempre esteve presente na minha formação como músico e como pessoa. Hoje, além de gravações e participações em shows com grupos variados, sou integrante do Quarteto de Tango, da cantora Denise Lahude, e faço alguns trabalhos com o cantor Atahualpa Maicá. Mas meu principal trabalho é como violonista do acordeonista argentino Alejandro Brittes. Ele toca Chamamé, um ritmo que tem origem em uma microrregião do nosso estado, assim como Argentina, Paraguai e parte do Uruguai.
Chamamé era o gênero preferido do meu Pai e que profissionalmente também me deu as maiores oportunidades. Diria que é o ritmo que mais me identifico.

Muito se fala que para a música não há limites. Até onde ela te permitiu chegar?

A música me levou a conviver com pessoas e a conhecer lugares que eu nunca imaginei. Dentre os artistas poderia nomear Renato Borghetti; Yamandú Costa; Luiza Possi; Raul Barboza; Os Fagundes; Elton Saldanha e Lucio Yanel. Entre tantos outros que gravei e toquei, seja em um palco, numa roda descontraída de música ou em um camarim.
Na América Latina, conheci países como Argentina, Paraguai e Colômbia. Já fui três vezes para a Europa fazendo turnês em Portugal; Espanha, Itália; França; Áustria; Alemanha e República Tcheca, com o Alejandro Brittes.

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