A reconstrução da icônica Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio é um dos marcos históricos da retomada do Vale do Taquari pós-catástrofe de maio. Ainda há quem critique tal movimento, é bem verdade, mas a história vai demonstrar quem estava certo e quem estava equivocado com relação à obra. E está tudo certo. É preciso respeitar todas as opiniões em um momento de colapso e fragilidade emocional.
É do jogo. E o jogo está aí para ser jogado. Mas, e independente das opiniões diversas, é preciso aplaudir o número divulgado ontem pelos responsáveis pelo histórico movimento voluntário. Desde o dia 10 de junho, quando a primeira ambulância cruzou a travessia sobre o Rio Forqueta, aproximadamente um milhão de pessoas já utilizaram a estrutura de ferro e madeira. Um dado contundente e que justifica todo o esforço das empresas e agentes públicos envolvidos no processo. Mais uma vez, parabéns a todos!
Novas delegacias
Chefe da Delegacia Regional de Polícia Civil, Shana Luft Hartz trabalha desde a catástrofe de setembro do ano passado para realocar as diversas equipes e delegacias do Vale do Taquari. Na enchente de maio deste ano, por exemplo, as sedes em Lajeado e Encantado foram atingidas, assim como o terreno previsto para a nova delegacia de Arroio do Meio, no bairro Medianeira. Diante dos fatos, a delegada corre atrás das imobiliárias e dos gestores municipais para encontrar novos e seguros espaços para receber a corporação. Em Lajeado, a principal expectativa gira em torno do novo prédio anunciado para o bairro São Cristóvão, mas cuja licitação ainda não está finalizada. Já em Encantado, tudo indica que a delegacia será instalada próximo ao estacionamento do Fórum.
Auxílio Reconstrução e o MPF
O prazo para entrega dos cadastros do programa Auxílio Reconstrução encerra amanhã. Paralelo a isso, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) que “adote as medidas necessárias para garantir a transparência em relação ao pagamento do apoio financeiro destinado às famílias desabrigadas ou desalojadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul”. De acordo com o MPF, deve ser publicado na internet, com atualização diária, um painel contendo o número de famílias cadastradas para receber o benefício por município, a quantidade de auxílios deferidos, em análise ou indeferidos em relação a cada uma das cidades afetadas. O apoio financeiro do governo federal prevê R$ 5,1 mil em parcela única.
Novo encontro de prefeitos
A Famurs realiza o 42º Congresso de Municípios do RS nos dias 16 e 17 de julho, na Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), em Porto Alegre. No evento, que contará com a presença do presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o gaúcho Paulo Ziulkoski, serão debatidos assuntos referentes ao andamento das principais pautas municipalistas. Com o tema “Reconstruir é acreditar de novo”, a programação é voltada à reconstrução do estado e prevenção de novos eventos climáticos. Com isso, a “Casa Municipalist”a gaúcha visa promover um espaço ideal para buscar soluções que auxiliem os municípios e gestores a atravessarem esse momento desafiador e sem precedentes, considerado a maior tragédia climática da história do RS.
Lajeado X Gramado
Não há o que não haja. E a administração municipal de Lajeado se esforçou para criar uma desnecessária polêmica (ou seria uma piada?) na divisa entre os bairros Florestal e Moinhos, mais precisamente na Rua Irmão Emílio Conrado – que passou a ser chamada de “rua torta” por populares, em alusão ao famoso ponto turístico da cidade de Gramado. O fato é tragicômico. Diante da inércia para reestabelecer as condições necessárias de segurança naquela importante via de ligação entre os bairros, que restou muito avariada após as enchentes de setembro de 2023 e maio de 2024, o governo literalmente optou por desviar do problema. E a foto fala por si. Menos mal que o prefeito já mandou os responsáveis corrigirem imediatamente essa verdadeira “patacoada”.
TIRO CURTO
- As municipalizações de estradas estaduais avançam nos vales do Taquari e Rio Pardo. Em Lajeado, por exemplo, o Executivo municipalizou nos últimos anos as estradas de Conventos (ERS-421) e São Bento (ERS-413). Estrela não ficou para trás e resolveu municipalizar a popular “Trans Santa Rita”, no trecho entre a BR-386 e o acesso à área urbana da cidade. E o próximo movimento será em Venâncio Aires, com a VRS-816.
- Muito além de assumir a responsabilidade pela manutenção dessas “estrada urbanas”, a municipalização reduz a chamada “área de domínio do Daer” e permite mais empreendimentos e demais edificações às margens da pista. Ou seja, é mais geração de renda e impostos à comunidade.
- Em Lajeado, o governo municipal vai buscar um Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para barrar o projeto criado, aprovado e promulgado na câmara de vereadores, e que prevê isenção total de IPTU a todos os imóveis atingidos pelas recentes enchentes. O prefeito poderia ter vetado a matéria, é claro. Mas a manchete seria muito mais danosa junto à opinião popular.
- Já em Arroio do Meio, e para desgosto de muitos ambientalistas e apreciadores da natureza, o projeto de uma estátua e um complexo turístico nos morros Gaúcho, São José e Ventania avançou nos corredores da prefeitura municipal. As críticas são do jogo. Assim como o empreendimento.