As recentes entrevistas coletivas de Renato Portaluppi e Eduardo Coudet desafiam a compreensão da torcida e beiram a falta de senso da realidade. Seja pelo otimismo do técnico gremista em dizer que sairá facilmente da zona de rebaixamento, ou pelo pessimismo do técnico colorado que tem tudo que pediu e não consegue fazer o time jogar bem.
As atuações e resultados do fim de semana foram desastrosos tanto para o lado azul, quanto para o lado vermelho. Com o segundo pior início de Campeonato Brasileiro de sua história, o Grêmio foi achincalhado pelo Juventude. Antes, cedeu empate ao Palmeiras em um jogo que tinha tudo para ser o divisor de águas da temporada. Em comum nas duas partidas? A péssima gestão de jogo de Renato e as trágicas entrevistas coletivas.
O comandante gremista, maior ídolo em campo e possível maior técnico do clube, acredita no poder de sua aura para tirar o Grêmio do rebaixamento muito antes de conseguir explicar o que acontece com a sua equipe. Como vai tirar o Grêmio de onde está? A resposta é simples. “Vou tirar porque sou eu que comando o Grêmio”. E assim a equipe vai para quase dez rodadas na zona da degola. E se seguir como está, mesmo com Renato, não sairá dela.
A falta de noção da realidade também se aplica a Eduardo Coudet. O técnico argentino tem tudo que pediu. Contratações de renome foram feitas, o elenco é um dos melhores das últimas décadas no Beira-Rio e a torcida desde o início do ano comprou a briga do clube. E o Inter não joga nada.
Após a derrota para o Vasco, Coudet voltou a citar a longa caminhada do time fora do estado, a enchente, os desfalques… Só não conseguiu explicar porque o seu time joga tão pouco. E já jogava antes de maio, quando o estado foi acometido pelas enchentes. O Internacional em 2024 vive da ilusão do que poderia ser. A temporada surgiu com expectativas gigantes, e vai se desenhando com tremenda frustração.
Mais do que não saber explicar o que acontece com o time, Coudet se amarra a fatos que não existem. Seu time estava desfalcado? Estava. Mas perdeu para o Vasco da Gama sem sete titulares, com técnico interino e que ainda não havia vencido fora de casa. Enquanto isso o Inter, de Coudet, só fez mais de um gol no Campeonato Brasileiro na estreia, contra o Bahia.
A temporada da Dupla Gre-Nal não vai bem e, no andar da carruagem, ambos times caminham para terminar o ano com outros técnicos.