A resposta do governo federal no pós-catástrofe climática desagrada líderes empresariais gaúchos. Esse é o resumo das observações da Federasul durante o 20º Congresso da entidade.
O encontro ocorreu no sábado, 29 de junho, e culminou com a Carta de Bento Gonçalves. O documento apresenta as análises da entidade sobre as políticas públicas voltadas para a retomada econômica e social do RS.
No encontro, os empresários criticaram o governo federal por anunciar um aporte de mais de R$ 92 bilhões, que, segundo eles, não configura em “dinheiro novo”, apenas adiantamentos e empréstimos.
Para o presidente, Rodrigo Sousa Costa, a abordagem está desalinhada com as necessidades das comunidades atingidas pela inundação. “O Rio Grande do Sul contribui muito com a federação. Agora é a hora da contrapartida. É preciso dinheiro a fundo perdido”, destaca.
Pela avaliação da entidade empresarial, o distanciamento nos aportes públicos federais, em especial para proteção do emprego e da renda, fazem com que se prejudique o ambiente de negócios, com impacto sobre demissões, fechamentos de empresas e migração de trabalhadores para outros estados.
Aeroporto
Outro destaque da carta é sobre as operações do Aeroporto Salgado Filho. Sem pousos e decolagens desde maio, os impactos aparecem nas importações e exportações.
Segundo a Inspetoria da Receita Federal, o total de produtos das empresas do RS que saíram do Estado equivalem a cerca de 1,2 milhão de dólares. Em maio de 2023, foram mais de 3 milhões da moeda americana. A comparação demonstra uma redução de 72,1% na balança comercial.
A maior relevância do Salgado Filho é nas importações. Entre maio e junho, empresas gaúchas compraram US$ 3,5 milhões. Valor ínfimo perto do histórico. Em maio do ano passado, foram US$ 37,5 milhões em chegadas. O percentual representa queda de 91,5%.
Lista de reivindicações
- Urgência para negociações pendentes entre governo federal e concessionária Fraport para retorno do mais rápido possível do Aeroporto Salgado Filho;
- Programa de proteção ao emprego. Suspensão dos contratos como feito na pandemia, com pagamento integral dos salários pelo governo;
- Recursos para o setor produtivo, de curto, médio e longo prazo, para reconstrução, capital de giro e reposição de perdas;
- Interação com diferentes organizações para reestruturação da infraestrutura pública, com mais agilidade e convergência entre Estado, município e poder federal;
- Projetos para resiliência climática em todo o RS.