Federasul critica resposta do governo à catástrofe de maio

ATRASO NOS RECURSOS

Federasul critica resposta do governo à catástrofe de maio

Carta elaborada durante 20º Congresso da Federação das Associações Empresariais (Federasul) enfatiza lentidão e ineficácia das políticas públicas para o resgate social e econômico do RS

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Federasul critica resposta do governo à catástrofe de maio
Para a Federasul, linhas de crédito apresentadas pelo Fundo Social do BNDES são insuficientes. (Foto: Filipe Faleiro)
Estado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A resposta do governo federal no pós-catástrofe climática desagrada líderes empresariais gaúchos. Esse é o resumo das observações da Federasul durante o 20º Congresso da entidade.

O encontro ocorreu no sábado, 29 de junho, e culminou com a Carta de Bento Gonçalves. O documento apresenta as análises da entidade sobre as políticas públicas voltadas para a retomada econômica e social do RS.

No encontro, os empresários criticaram o governo federal por anunciar um aporte de mais de R$ 92 bilhões, que, segundo eles, não configura em “dinheiro novo”, apenas adiantamentos e empréstimos.

Para o presidente, Rodrigo Sousa Costa, a abordagem está desalinhada com as necessidades das comunidades atingidas pela inundação. “O Rio Grande do Sul contribui muito com a federação. Agora é a hora da contrapartida. É preciso dinheiro a fundo perdido”, destaca.

Pela avaliação da entidade empresarial, o distanciamento nos aportes públicos federais, em especial para proteção do emprego e da renda, fazem com que se prejudique o ambiente de negócios, com impacto sobre demissões, fechamentos de empresas e migração de trabalhadores para outros estados.

Carta de líderes empresariais posiciona anseios do setor produtivo frente às políticas públicas apresentadas pelo governo federal

Aeroporto

Outro destaque da carta é sobre as operações do Aeroporto Salgado Filho. Sem pousos e decolagens desde maio, os impactos aparecem nas importações e exportações.

Segundo a Inspetoria da Receita Federal, o total de produtos das empresas do RS que saíram do Estado equivalem a cerca de 1,2 milhão de dólares. Em maio de 2023, foram mais de 3 milhões da moeda americana. A comparação demonstra uma redução de 72,1% na balança comercial.

A maior relevância do Salgado Filho é nas importações. Entre maio e junho, empresas gaúchas compraram US$ 3,5 milhões. Valor ínfimo perto do histórico. Em maio do ano passado, foram US$ 37,5 milhões em chegadas. O percentual representa queda de 91,5%.

Lista de reivindicações

  • Urgência para negociações pendentes entre governo federal e concessionária Fraport para retorno do mais rápido possível do Aeroporto Salgado Filho;
  • Programa de proteção ao emprego. Suspensão dos contratos como feito na pandemia, com pagamento integral dos salários pelo governo;
  • Recursos para o setor produtivo, de curto, médio e longo prazo, para reconstrução, capital de giro e reposição de perdas;
  • Interação com diferentes organizações para reestruturação da infraestrutura pública, com mais agilidade e convergência entre Estado, município e poder federal;
  • Projetos para resiliência climática em todo o RS.

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