Eurocopa e Copa América coexistem nestes meses de junho e julho de 2024. Mesmo sem o poder da Copa do Mundo, as competições entregam cenas emblemáticas e nos lembram o poder que o futebol de seleções ainda tem.
A cena de Cristiano Ronaldo chorando após perder pênalti na prorrogação da partida contra a Eslovênia é uma das mais fortes dos últimos tempos. Cinco vezes eleito melhor do mundo, campeão de tudo que é possível por clubes, e ainda muito competitivo aos 39 anos, o jogador não se conteve e foi às lagrimas, mostrando um momento de fragilidade poucas vezes visto em sua longeva carreira.
O choro não veio em uma partida do seu atual clube, o Al-Nassr, da Arábia Saudita. Também nunca foi visto quando defendeu Real Madrid, Manchester United e Juventus. Ele chorou pois sabe o peso que o erro poderia ter para o seu país. Assim como sabe o que ele mesmo representa para Portugal. Felizmente para ele, os portugueses passaram nos pênaltis em atuação exuberante do goleiro Diogo Costa.
A Eurocopa apresenta ainda outros momentos especiais. Que evocam a paixão de atletas e torcida. Países pouco expressivos no futebol como Romênia, Áustria, Eslovênia, Eslováquia e Geórgia, aproveitam este mês de competição para tornar mais famosas nações pouco conhecidas do grande público.
É o futebol de seleções que ainda entrega a paixão pouco vista em um cenário de clubes muito focado no dinheiro.
No Brasil, atletas e torcida vivem um momento de tensão. Há o ditado de que o brasileiro não gosta de esporte, ele gosta de ganhar. E a Seleção Brasileira não tem ganhado. Por isso, mesmo durante os jogos, em um empate com a Costa Rica ou em uma goleada sobre o Paraguai, aparecem cenas de discussão entre jogadores e torcedores.
O Brasil, no entanto, não é a regra. Mesmo na América do Sul, temos exemplos bons como a Argentina, em eterna lua de mel após o título mundial, ou até times menos expressivos como Venezuela e Canadá, que fazem boas competições.
Tem quem não goste de futebol de seleções. Para mim, é sempre especial. Atletas, muitas vezes rivais, que se juntam em defesa de um país. Que não recebem cifras milionárias para defender a equipe, mas que lutam mais do que pelos seus clubes. Cristiano Ronaldo não choraria se perdesse um pênalti na Champions League. Na Eurocopa, por Portugal, ele chorou.