Hesitação vacinal é uma das principais ameaças à saúde pública

NOSSOS FILHOS

Hesitação vacinal é uma das principais ameaças à saúde pública

Relutância pela aplicação dos imunizantes coloca em risco os avanços no combate a doenças evitáveis, que podem voltar a surgir por causa da baixa adesão à vacinação

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Hesitação vacinal é uma das principais ameaças à saúde pública
De acordo com a OMS, a baixa adesão da população à aplicação dos imunizantes pode levar ao ressurgimento de doenças já erradicadas
Lajeado

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é uma das grandes conquistas da saúde pública brasileira, hoje reconhecido como um dos maiores programas vacinais do mundo. No entanto, 50 anos após seu surgimento, os órgãos públicos se deparam com um grande desafio para manter o PNI ativo: a hesitação vacinal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a baixa adesão da população à aplicação dos imunizantes ameaça a saúde pública e pode levar ao ressurgimento de doenças já erradicadas.

“A gente vive um momento semelhante ao de 1904, relacionado à revolta da vacina, quando precisamos novamente colocar o assunto e a importância em discussão”, afirma a coordenadora de vigilância epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi.

Segundo ela, a baixa na procura pelos imunizantes é multifatorial e se intensificou durante a pandemia. Mesmo após um intenso trabalho dos órgãos de saúde, ainda não foi possível recuperar a taxa ideal para que a população esteja em uma zona de segurança. Com isso, casos de sarampo, surtos de difteria, coqueluche, meningite e poliomielite podem retornar.

“A cobertura vacinal ideal para que a gente consiga manter de forma tranquila as doenças, eliminadas nesse meio, é de 95% do público-alvo vacinado. Desde 2015 o país não atinge mais essa cobertura para nenhuma vacina do calendário básico”, ressalta Juliana. Hoje o calendário básico da primeira infância contempla 16 vacinas, as quais protegem para mais de 30 doenças.

Assunto foi temática do programa Nossos Filhos, com a participação de Juliana Demarchi. (Foto: Eloisa Silva)

Ações estratégicas

Em Lajeado, a administração firmou uma parceria com o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, com o objetivo de capacitar o grupo de vacinadores a fim de desenvolver estratégias para melhorar a taxa de imunização do município. A ação visa analisar a realidade local para alcançar a população que não busca pela vacinação.

A partir de julho, o município também passará a abrir o posto de saúde do Centro aos sábados, uma vez por mês, para realização de vacinas. O horário alternativo visa atender uma demanda da população, que não consegue frequentar o posto durante a semana. “Estamos abertos para que a população nos busque, questione e traga sugestões para que a gente consiga disponibilizar as vacinas da melhor forma”, salienta Juliana.

A primeira ação do sábado acontece no dia 06 de julho, das 08h às 14h. De forma provisória, a unidade de saúde do centro atende no antigo prédio do INSS, ao lado do Hospital Bruno Born (HBB). A mudança é temporária e ocorre em função do prédio na rua Júlio May ter sido alagado. Todas as vacinas do calendário básico estarão disponíveis para todas as idades.

Assista o bate-papo completo com a coordenadora de vigilância epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi, nas plataformas digitais do Grupo a Hora. O programa “Nosso Filhos” é apresentado por Mateus Souza e pelo Dr. João Paulo Weiand. Patrocínio de Clínica Protege e Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT.

O que é hesitação vacinal?

A hesitação vacinal é a relutância ou recusa à vacinação contra doenças infecciosas. Hoje este é considerado um problema de saúde pública mundial, causado por multifatores.

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