Continuamos vivenciando em parte a terceirização da educação de filhos, obrigação que fica à cargo da escola, essa dificilmente dará conta do processo se a família não entrar em cena. A educação foi substituída pela bajulação, por parte de uma parcela crescente de pais. A crença de que presentes substituam a falta de afeto e de limite, cujo resultado são filhos sem equilíbrio emocional, que não aprenderam a respeitar sequer seus pais, nem tampouco irão respeitar os professores. Uma consequência lógica da falha do processo de educação por parte dessas famílias.
Nesse ínterim teremos provavelmente um processo de educação prejudicado, pelo comportamento do aluno que não aprendeu o básico no seu lar. Conhecemos um jargão que afirma que a escola é o segundo lar dos nossos filhos. Caso a família não for um modelo a seguir, a escola mesmo assim fará o possível para encaminhar aquele aluno, mas nem sempre o resultado é positivo.
Vimos exemplos da educação falimentar de uma parcela crescente de famílias nos mais diversos locais públicos, com filhos batendo e gritando com seus pais, e esses ficando sem ação, ou pior, achando engraçado, no alto de sua ignorância paterna.
Estamos precisando que o papel da família seja ressignificado, com os pais retomando as rédeas perdidas. Respeito, limites demarcados, disciplina e hierarquia, intercalados com amor e afeto, sempre serão os balizadores de um cidadão de bem e ser humano exemplar.
Poucas décadas atrás começou a onda do proibido proibir, e de lá em diante só somamos subtração no resultado da educação. São gerações que não acrescentam desenvolvimento para a sociedade na qual vivemos. Sinônimo de pai é educar, demarcar limites, amar, ensinar o significado do “não” na prática, brincar, estar junto, frustrar. Não se forma um adulto forte e decidido sem que o indivíduo não tenha aprendido a administrar e superar frustrações. São os adultos que precisam encaminhar os filhos e mostrar o caminho, ser o exemplo, e não o contrário.
A escola continua sendo o porto seguro de grande parcela da sociedade. Vimos a importância do papel da instituição- escola recentemente com a enchente histórica, de acordo com a Psicóloga Escolar Bianca Pederiva: “ […] entre tantas vulnerabilidades que se apresentaram nas últimas semanas, o ambiente escolar atua como um espaço possível de segurança. Nesse momento de perdas e mudanças das mais significativas, é um lugar conhecido que permanece. Ela tem o potencial de ser um espaço de acolhimento, de encontros e de trocas, e isso é essencial para que possamos retornar, na medida do possível, ao nosso cotidiano (agora diferente), bem como para que possamos ser capazes de reinventá-lo.”
Graças à escola, à família com todas as suas peculiaridades, e aos pais que cumprem seu papel com louvor, que ainda são maioria no cômputo geral, daremos conta de todas as questões para avançar e nos desenvolver cada vez mais.