Comunidade clama por asfalto

BAIRRO IMIGRANTE

Comunidade clama por asfalto

A Emef Capitão Felipe Dieter, do bairro Imigrante, não tem asfalto e nem calçamento na rua em frente. No bairro, as reclamações sobre o barro e a poeira excessiva são constantes em vários pontos. Expectativa é que situação melhore com a ampliação do educandário

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Atualizado segunda-feira,
01 de Junho de 2024 às 08:57

Comunidade clama por asfalto
Há 60 anos, Emef convive com a poeira. Obra de ampliação pode incentivar asfaltamento da rua WIlibaldo Eckardt (Foto: Raica Franz Weiss)
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Capitão Felipe Dieter, no bairro Imigrante, é a única Emef de Lajeado que tem estrada de chão batido em frente à escola, na rua Wilibaldo Eckardt. Na quadra esportiva, os estudantes convivem diariamente com a poeira do tráfego intenso de veículos. Nos dias de chuva, a lama gruda nos calçados.

Nos dias de chuva, barro é o maior problema para os alunos, ainda mais depois da enchente de maio (Foto: Mateus Souza)

Diretora desde 2017, a professora Jeanine Auler acompanha o problema há anos, desde que iniciou na escola, em 2000. “Tem muita gente que usa essa rua como desvio da Polícia Rodoviária Federal ou das obras da BR-386”, explica. Além disso, a Wilibaldo Eckardt também é uma das principais vias para o escoamento de produção e tem tráfego constante de caminhões.

Conforme a diretora, em dias de sol, o problema é a nuvem de poeira que sobe toda vez que um veículo passa em frente à escola. Quando chove, o barro é o grande desafio, assim como os buracos. “A gente quase não vê manutenção da rua. As crianças chegam com os calçados cheios de barro no inverno”, cita.

A situação ficou um pouco pior depois da enchente de maio, já que o Rio Forqueta trouxe mais lodo para as proximidades da escola. Lajeado teve 16% do território inundado e o bairro Imigrante foi um dos mais afetados, pela primeira vez. Na escola, faltou apenas um degrau para a água invadir a estrutura.

“Eu cresci por aqui e sempre dizia que, no dia em que a enchente entrar na escola, metade de Lajeado vai estar embaixo d’água”, comenta Jeanine. A enchente chegou na quadra esportiva e no salão comunitário, ao lado. A comunidade escolar se reuniu em mutirão para a limpeza e as aulas já foram normalizadas.

Projeto de ampliação

Dos mais de cem alunos da Emef, 70% vem com transporte escolar dos bairros vizinhos, a maioria do Igrejinha, Planalto e Centenário. A diretora salienta que um dos diferenciais é que a escola funciona em turno integral, do pré ao 5º ano, mas isso também diminuiu a capacidade de atendimento de mais alunos.

Por isso, um projeto de ampliação está em desenvolvimento. O município comprou o terreno ao lado da escola para ampliar o prédio, mas nenhum projeto oficial foi apresentado para a direção ainda. “O problema é que agora existem outras demandas e esse terreno foi invadido pela água”, avalia Jeanine.

A secretária de Educação de Lajeado, Adriana Vettorello, explica que o projeto está em andamento, e o planejamento da parte estrutural está pronto, faltam apenas as partes complementares. “A Secretaria de Planejamento já trabalha na planta e, ao que tudo indica, deve ser anunciada em outubro”, conta.

Apesar disso, a secretária não indica nenhum prazo para a execução da obra. “Assim que o projeto estiver finalizado, faremos a licitação e então iniciamos a construção, mas a ampliação vai acontecer”, reforça. No momento, o foco tem sido nas escolas mais atingidas pela enchente de maio.

A ideia é que sejam erguidas mais salas de aula e banheiros na Capitão Felipe Dieter, com possibilidade de aumentar o número de alunos até o 9º ano e ainda manter o turno integral até o 5º ano. O projeto, conforme a secretária, também contempla um refeitório, lavanderia, além do setor administrativo e de uma biblioteca. Por enquanto, por falta de espaço, a escola aluga o salão comunitário, onde as crianças fazem as refeições.

Quanto ao asfalto, Adriana diz que há possibilidade da pavimentação quando a construção da nova estrutura iniciar. “A rua Wilibaldo Eckardt fica alagada e bloqueia o acesso à Emef, deixando a escola ilhada. O projeto de ampliação deve levar isso em consideração, para garantir o acesso mesmo mediante alagamentos. Por isso, a rua também deve ser contemplada”, diz.

Poeira para além da escola

No bairro Imigrante, a minoria das ruas é asfaltada. A moradora Fabiana Gutjahr cita que a promessa por asfalto é antiga, mas nunca foi concluída. “O bairro é totalmente abandonado pelo Poder Público. Prometem asfalto há anos, pelo menos em frente ao colégio, e nunca foi feito”, cita.

Fabiana destaca que, além da falta de calçamento, não há nenhuma praça ou infraestrutura para os moradores. O próprio salão foi construído pela comunidade, com recursos próprios. Na rua Henrique Otto Scherer existe um pedaço de calçamento, mas foi custeado pelos próprios moradores.

“É questão de saúde pública, quem vive perto das vias, no verão, quando não chove por dias, tem problemas respiratórios, de tanta poeira que levanta, porque o fluxo de veículos é intenso”, defende.

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