A região investiga o terceiro óbito por leptospirose no Vale do Taquari, desde o início das cheias de maio. A suspeita é registrada em Estrela. Mortes já foram confirmadas em Encantado e Travesseiro, além de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. A região contabiliza, hoje, 29 casos confirmados da doença e 106 suspeitos.
Municípios de abrangência da 16ª coordenadoria regional de saúde (CRS) também continuam a registrar casos de dengue, intensificados pelas condições das cidades após as enchentes. O Vale contabiliza 2.420 casos confirmados da doença, e duas mortes, em Lajeado e Teutônia.
De acordo com a especialista em saúde da vigilância epidemiológica da 16ª CRS, Susane Schossler Fick, a leptospirose é uma doença endêmica, com circulação sistemática, mas episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção.
Os sintomas, como febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo e calafrio surgem de 5 a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a um mês. “A leptospirose é uma doença grave que inspira cuidado, com índice de letalidade alto”, destaca a especialista.
Conforme Susane, o aumento de casos suspeitos da doença no Rio Grande do Sul e região permanece, pois eventos de enchentes, em menor proporção, continuam ocorrendo. “Pode haver casos em municípios que não sofreram com as chuvas, já que muitas famílias se abrigaram em casa de familiares ou amigos em municípios vizinhos”. No Estado, são 404 casos confirmados de leptospirose, 21 óbitos e sete em investigação.
Sobre a dengue
Além disso, o estado também enfrenta uma epidemia de dengue. A taxa de incidência atual já chega a 1.707,7 casos por 100 mil habitantes, tendo ultrapassado os números de 2022, que foi o pior cenário epidemiológico registrado no RS até então. O cenário é similar no Brasil e em outros estados brasileiros.
De acordo com Susane, a epidemia depende de vários fatores, mas as alterações climáticas podem ter favorecido a disseminação da doença, incluído o aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos, bem como o fenômeno El Niño.
A dengue possui um padrão sazonal, com aumento do número de casos e risco para epidemias, principalmente, entre os meses de março a maio. “No entanto, como não temos mais estações bem definidas, com a falta de invernos rigorosos, excesso de chuvas e acúmulo de resíduos, a proliferação do mosquito vetor é favorecida, ocorrendo casos da doença durante o ano todo”, reforça a especialista.
O RS já registra 166.102 casos confirmados de dengue, superando o total de casos dos anos de 2022 (67.345) e 2023 (38.743). O estado registrou até o momento 260 óbitos por dengue em 2024, ultrapassando o total de óbitos de 2022 (66) e 2023 (54).
Leptospirose:
casos na região
- Arroio do Meio
Confirmados: 3 - Boqueirão do Leão
Suspeitos: 1 - Colinas
Suspeitos: 3
Confirmados: 2 - Cruzeiro do Sul
Suspeitos: 7
Confirmados: 3 - Encantado
Suspeitos: 5
Confirmados: 3
Óbitos: 1 - Estrela
Suspeitos:19
Confirmados: 8
Óbitos: 1 em investigação - Lajeado
Suspeitos: 19
Confirmados: 2 - Poço das Antas
Suspeitos: 1 - Marques de Souza
Suspeitos: 3 - Muçum
Suspeitos: 1 - Nova Bréscia
Suspeitos:1 - Paverama
Suspeitos: 2 - Progresso
Suspeitos: 2 - Roca Sales
Suspeitos: 19
Confirmados: 1 - Santa Clara do Sul
Confirmados: 1 - Taquari
Suspeitos: 10
Confirmados: 2 - Teutônia
Suspeitos: 12
Confirmados: 5 - Travesseiro
Confirmados: 4
Óbitos: 1 - Venâncio Aires
Óbitos: 1
Total
Suspeitos: 106
Confirmados: 29
Óbitos: 3, mais 1 em investigação