A empresa CBR Indústria e Comércio de Couros recebeu um documento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) que solicita a entrega em 90 dias de uma proposta com um cronograma para realocação da Estação de Tratamento de Efluentes (resíduos) para uma área de cota mais alta, livre da força da água. Segundo a nota, tal solicitação se dá, uma vez que a estação já foi atingida nas três inundações que ocorreram. Ainda conforme o texto, também deverá ser avaliado a possibilidade de relocação de áreas de produtos químicos e a central de gases.
A Fepam afirma que as solicitações se deram após terem realizado uma vistoria no empreendimento na busca por entender a situação da empresa de Roca Sales. Dentro desses 90 dias a fundação também solicita que a CBR apresente uma atualização do Plano de Ação de Emergência (PAE) contemplando detalhadamente as ações para o cenário de inundação. “Ainda informamos que caso ocorra retomada das operações no empreendimento que gerem efluente, deverá ser apresentado a Fepam um relatório comprovando que a Estação de Tratamento de Efluentes está em condições de operação”, finaliza a declaração.
O prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, esteve em reunião ontem, 24, com a diretoria do empreendimento acerca dessa solicitação da Fepam. Conforme Fontana, realizar essa realocação iria requerer um alto investimento da CBR, o que não é possível no momento devido a todos os prejuízos obtidos nas últimas cheias terem sido bancados por recursos próprios da empresa.
“Solicitei um encontro com o governador para junto dos proprietários da CBR apresentar uma proposta de transferir o estoque dos produtos químicos para um pavilhão em cota mais alta e seguro”, disse o prefeito. No entanto, acerca da estação de tratamento, Fontana afirma que ela deverá ficar no mesmo local ainda por vários anos.
Curtume CBR Muçum
A diretoria da CBR ainda não se manifestou acerca da situação do empreendimento de Muçum e Roca Sales. O prefeito de Muçum, Mateus Trojan, entretanto, se preocupa com o futuro da maior indústria do município. Antes das enchentes assolarem a cidade a empresa do setor de couro tinha 500 funcionários, atualmente com uma operação provisória, a CBR funciona com menos de 100 empregados. Essa queda brusca de colaboradores e os prejuízos das cheias, segundo Trojan, colocam em dúvida se a indústria vai manter as atividades