As análises da meteorologia da Sala de Situação apontavam a necessidade de um plano de contingência para uma grande inundação, com previsão de repique do Rio Taquari, com nível a 28 metros. O governo do Estado se reuniu em Lajeado para iniciar a operação na noite de segunda-feira, 17. Naquela tarde, em entrevista à Rádio A Hora 102.9, o meteorologista Daniel Caetano, da UFSM, previu que não haveria nova cheia, o que foi confirmado. Ele entende que o alerta foi executado por preocaução.
“Temos sim uma deficiência com relação ao serviço de meteorologia no Estado”, afirma o especialista. No RS, existem duas agências públicas que auxiliam na tomada de decisão: a Sala de Situação e o CPPMet em Pelotas. Ambas usam as mesmas ferramentas para análises, com base em modelos de satélites de grandes agências internacionais.
“É um grupo sobrecarregado. Temos uma infraestrutura muito pequena. Hoje temos apenas uma Sala de Situação no estado, lá em Porto Alegre, com número reduzido de meteorologistas, tendo que atender todo o RS. Sabendo que o estado tem várias áreas colapsadas neste momento. Temos uma sobrecarga muito grande para uma equipe muito pequena”, aponta.
Ao ser perguntado sobre a assertividade na previsão feita à emissora, Caetano responde: “Vocês foram atrás de um meteorologista mais regional, que conseguiu dar atenção especial a uma área menor.”
Ele diz que, como pesquisador, não tem papel operacional. Faz a previsão somente em momentos específicos, quando solicitado, o que garante uma informação de profissional mais apurada. “Se formos pensar na região Sul, Santa Catarina e Paraná tem sistemas bem mais completos.”
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