Após a liberação de R$ 15 bilhões pelo governo federal, as três linhas de crédito do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firma os primeiros contratos amanhã, sexta-feira, 21 de junho.
Representantes do setor produtivo consideram que houve avanços na política governamental de retomada, pois não havia medidas para contemplar as grandes empresas.
De ponto negativo, as representações das empresas gaúchas, como a Fiergs (Federação das Indústrias) e a Federasul (Federação das Associações Empresariais) cobram verbas a fundo perdido, também com modelos de financiamentos com juros fixos de 1% ao ano.
No Vale do Taquari, agentes financeiros começaram na semana passada, entre o dia 11 e 12, a consulta às empresas que poderão se inscrever nestes créditos.
A preocupação é atender na primeira leva os negócios atingidos de maneira direta. A depender da demanda, depois abrir para outros empreendimentos com perda de faturamento, de contratos, ou seja, com prejuízos considerados indiretos.
Conforme o ministro extraordinário da Reconstrução, Paulo Pimenta, o formato estabelecido pelo governo tem o objetivo de auxiliar todas as empresas com prejuízos diretos e indiretos do RS.
Neste sentido, o regramento estipula que cabe às instituições financeiras estabelecer quais empreendimentos terão prioridade. As três principais linhas de crédito vão para compra de equipamentos, máquinas, construções e capital de giro.
De acordo com o chefe do Departamento de Clientes e de Relacionamento Institucional do BNDES, Tiago Peroba, todos agentes financeiros conveniados poderão operar contratos com micro, pequenas e médias empresas, com faturamento de até R$ 300 milhões ao ano.
Esta listagem tem os bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil), o Banrisul, instituições privadas e também cooperativas de crédito. Acima deste teto de faturamento, os contratos serão diretos com o BNDES.
Os juros máximos de 0,6% e 0,8% por mês incluem o spread bancário (lucro do banco). Regra instituída pelo governo federal, diz o dirigente, é inédita no histórico e foi elaborada para auxiliar na retomada produtiva e econômica dos setores produtivos gaúchos.
Funcionamento das linhas de crédito
Para conseguir o empréstimo, a empresa deve confirmar que atua em um dos municípios em calamidade e declarar que teve perdas e danos por causa das enchentes. São 95 cidades gaúchas com situação homologada.