O Campeonato Brasileiro por pontos corridos começou a ser disputado em 2003. Já são mais de 20 edições, e uma coisa em comum para Grêmio e Internacional. Os dois até batem na trave, mas nunca conquistaram o título. Um dos motivos é por ainda não entenderem que todo jogo tem a mesma importância e vale os mesmos 3 pontos.
Desde 2003, Palmeiras e Corinthians ganharam quatro títulos. Cruzeiro, Flamengo e São Paulo venceram três taças. O Fluminense foi campeão duas vezes e Atlético-MG e Santos ganharam uma vez cada.
Das 20 edições, o Inter foi vice-campeão em cinco vezes e o Grêmio ficou no vice-campeonato em outras três. Poderiam ser oito títulos para o Rio Grande do Sul. Mas o último título do Colorado segue sendo em 1979 e do Tricolor em 1996. E passadas 20 edições os dois times ainda não se deram conta que no Brasileirão vencer o Vitória, o Palmeiras, ou até vencer o clássico, tem o mesmo peso de três pontos na tabela de classificação.
O Inter quer ser campeão brasileiro, mas se dá ao luxo de poupar titular na partida contra o lanterna Vitóría. Eduardo Coudet escala um time sem pé nem cabeça, e perde. Se escalasse titulares seria certeza de vitória? Não. Mas ela estaria mais próxima. Agora ao invés de ter três pontos no bolso, o time vai para uma sequência difícil zerado na largada e pressionado para encarar Corinthians e Grêmio.
O mesmo se aplica ao arquirrival. Na zona de rebaixamento, com quatro derrotas consecutivas, cheio de desfalques por lesão ou pela Copa América, e a notícia é de que Renato Portaluppi deve poupar boa parte dos titulares para enfrentar o Fortaleza no Castelão. Com isso, a chance do time chegar ao clássico com cinco derrotas seguidas é enorme.
Não é que Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Cruzeiro ou Fluminense nunca tenham poupado jogadores na vida. Mas me parece que é um erro de decisão crônico na Dupla Gre-Nal. Semana de clássico? Time poupado nos dias anteriores. O Gre-Nal é o jogo mais importante do mundo, mas no Brasileirão, vale os mesmos três pontos que jogos contra Vitória ou Fortaleza.