Os impactos da enchente histórica de maio na RSC-287 forçam um replanejamento da concessionária Rota de Santa Maria em relação ao futuro da rodovia. A duplicação, cuja obra estava prevista para iniciar ainda este semestre, terá seus prazos revistos. E um dos trechos mais afetados, em Vila Mariante, deve ter prioridade neste novo cronograma.
Conforme o diretor-geral da Rota de Santa Maria, Leandro Conterato, o trecho de cinco quilômetros até a ponte sobre o Rio Taquari, no interior de Venâncio Aires, deve ser duplicado até 2027 a partir desta revisão. Ou seja, no sexto ano da concessão, iniciada em 2021. A obra se mostra essencial num momento onde usuários utilizam o desvio construído pela empresa.
Conforme Conterato, a duplicação é também uma alternativa para que seja agilizada a liberação do tráfego em definitivo na 287. “Avaliamos como próximo passo a construção, aí os usuários já terão de imediato a pista duplicada, com características revisadas e estruturas suficientes para fazerem frente a esses problemas climáticos”, frisa.
Para ele, executar a obra para liberação definitiva da rodovia não tem como ser feita sem pensar na duplicação. “É uma forma de facilitar esse trabalho. Hoje temos essa cancha livre para atuarmos na reconstrução da pista sem interferência direta no tráfego”.
A intenção também foi comunicada a prefeitos do Vale do Rio Pardo durante reunião virtual da associação dos municípios (Amvarp). Na ocasião, os gestores destacaram a importância de uma segunda ponte sobre o Rio Taquari para evitar um possível colapso.
A estrutura, construída há mais de 60 anos, é a principal ligação daquela região com Porto Alegre.
Interferência no cronograma
Quando começou a concessão, há quase três anos, a Rota de Santa Maria iniciou uma série de intervenções na rodovia, como melhorias na sinalização, recuperação do pavimento, instalação de monitoramento e a construção de novas praças de pedágio. A duplicação estava prevista para iniciar este ano, a partir do trecho de Tabaí, próximo ao entroncamento com a BR-386.
“Acabamos de obter a emissão da licença de instalação, que é a licença ambiental, permitindo a execução das obras. E em abril tivemos a aprovação final do primeiro projeto de engenharia. Estávamos alinhando os últimos detalhes e com a mobilização encaminhada para essa obra. Foi quando entramos no fim de abril e ocorreu essa catástrofe”, lembra.
Além do trecho de Tabaí, outro ponto que seria duplicado neste começo de obra é no perímetro de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Ao todo, seriam cinco quilômetros duplicados num primeiro momento.
Reconexão
As obras de recuperação emergencial da RSC-287 demandaram um complexo trabalho por parte da concessionária. Além de Vila Mariante, houve também pontos destruídos em Candelária e nas proximidades de Santa Maria. Por isso, Conterato exalta a “reconexão” da rodovia a partir da construção dos desvios.
“Em Vila Mariante, nós tivemos praticamente cinco quilômetros de pista totalmente destruídos. E havia muita apreensão sobre a Ponte do Taquari, quando a água começou a bater na estrutura.Felizmente, quando o rio baixou, fizemos uma vistoria detalhada e se constatou que não houve nenhum dano estrutural”.
Os trabalhos no trecho de Vila Mariante iniciaram na segunda quinzena de maio e foram concluídos na segunda semana de junho. “Restabelecemos o tráfego em 100% da rodovia. Agora, vamos planejar os próximos passos rumo a reconstrução definitiva”.