A situação das empresas no Rio Grande do Sul preocupa as principais entidades empresariais do estado. Para a Federasul, as medidas tomadas pelo Governo Federal são insuficientes e não condizem com as reais necessidades de empresas e comércios locais. Em entrevista ao Grupo A Hora, o presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa, expressou preocupação com o êxodo pós- cheias. Movimento já perceptível em diversas regiões e que pode intensificar devido ao cenário de incerteza para famílias e trabalhadores.
Um dos efeitos econômicos evidenciado com as catástrofes climáticas é a onda de demissões. Apesar de o Governo Federal já ter sido alertado sobre a situação, Costa afirma que ainda falta uma ação coordenada e eficaz. “O governo ouve como se não escutasse e traz soluções feitas em Brasília, do jeito dele, completamente desconectadas da realidade”.
Sem soluções eficientes, a oferta de um recomeço em outros estados torna-se ainda mais atrativa para os trabalhadores que não conseguem voltar à rotina e recebem benefícios insuficientes para cobrir os gastos. “O trabalhador que ganha 3 mil não pode ser agraciado com um salário mínimo apenas”, alerta Costa.
Por isso, entre as reivindicações por parte das entidades está a suspensão dos contratos de trabalho, no mesmo modelo utilizado na pandemia. Desta forma, os trabalhadores podem receber o valor do seguro-desemprego enquanto as empresas se recuperam.
Sem condições mínimas, a saída de mão de obra qualificada para outros estados que oferecem melhores condições de trabalho só agrava a situação. “Isso é preocupante, porque acreditamos que o futuro do estado são os gaúchos”, afirma Costa. E ressalta que, nos últimos 10 anos, o RS já perdeu mais de 700 mil habitantes.