Botânicos divulgam espécies ideais para as margens de rios e arroios

MATA CILIAR

Botânicos divulgam espécies ideais para as margens de rios e arroios

Estudo é feito por pesquisadores da Univates como resposta às cheias de maio de 2024

Botânicos divulgam espécies ideais para as margens de rios e arroios
Lajeado

Pitangueira, Salgueiro e Aroeira-vermelha são algumas das espécies de plantas entre mais de 50, indicadas para serem plantadas às margens de rios e arroios. É o que indicam pesquisadores da Univates, que desenvolveram uma lista abrangente de vegetações recomendadas para o plantio nestas áreas do Vale do Taquari. A iniciativa é uma resposta às severas inundações de maio de 2024, exacerbadas pela ocupação e uso inadequado das margens ao longo dos anos.

O estudo é resultado de uma década de pesquisas, iniciadas em 2014, conduzidas pelo grupo do Laboratório de Botânica da Univates, sob a coordenação da professora doutora Elisete Maria de Freitas. Vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão Sustentáveis e Biotecnologia, os pesquisadores dedicam-se a entender a dinâmica da interação entre as plantas e os cursos d’água da região do Vale do Taquari e a encontrar soluções para a restauração ecológica das margens.

Hoje, o grupo trabalha em dois projetos de pesquisa principais: Estudo de metodologias de restauração da cobertura vegetal das margens de rios e arroios da bacia Hidrográfica do rio Taquari; e Ecologia de Comunidades Vegetais: estrutura e restauração ecológica, diversidade e potencialidades para a exploração sustentável.

Phylanthus Sellowianus é uma das plantas mais importantes na restauração das margens

Importância da cobertura vegetal

De acordo com os especialistas, a vegetação desempenha um papel importante na mitigação dos efeitos das inundações. Ela reduz a velocidade da água, prevenindo erosões e danos maiores às áreas próximas aos cursos d’água. Assim, a plantação de espécies nativas nas margens se apresenta como uma das estratégias mais eficazes para a conservação e proteção dessas áreas.

A lista elaborada pelos pesquisadores é detalhada e apresenta algumas informações para cada espécie, como nome científico, família, nome popular, grupo sucessional e hábitos da planta. Também é destacada a distância da margem em que cada espécie pode ser introduzida, já que algumas não toleram inundação. Outras, por exemplo, são de grande porte e devem ser evitadas em taludes.

Além disso, na lista, é possível obter informações sobre os modos de produção das mudas e como cada espécie pode ser introduzida nas áreas. O grupo sucessional é outro dado importante, já que as espécies pioneiras são mais tolerantes à luminosidade e a solos mais degradados.

Ainda, como apresentam crescimento mais acelerado, promovem a rápida cobertura do solo, facilitando o crescimento de outras plantas que precisam de mais sombra. Outras pioneiras são importantes por fornecerem matéria orgânica para o solo.

Sobre a Pesquisa

A tabela inclui uma legenda que categoriza as espécies conforme suas características e locais adequados para plantação. Clique aqui para conferir a tabela.

– Reófitas: espécies que podem ser inseridas bem na margem da água, pois toleram inundações;
– Espécies para áreas mais distantes da água e em menor número;
– Espécies de grande porte que devem ser evitadas em taludes;
– Espécies para ampla distribuição, mas longe da margem;
– Espécies utilizáveis em toda a área, exceto na linha d’água;
– Exclusivas para áreas úmidas (banhados);
– Espécies para cobertura inicial.

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