Mais monitoramento do rio: antes tarde do que mais tarde

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Mais monitoramento do rio: antes tarde do que mais tarde

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O susto de 2020 e a tragédia de 2023 não foram suficientes, é fato. Desta vez, e diante da maior enchente já registrada em nossa história – sobre isso, aliás, sugiro ler a matéria de hoje nas páginas 14 e 15 da edição impressa deste fim de semana –, os governos municipais, estadual e federal parece que enfim compreenderam a real importância de não enfrentar os fenômenos climáticos quase às cegas.

No Vale do Taquari, por exemplo, as comunidades de Estrela e Lajeado serão contempladas com novas e modernas ferramentas de monitoramento do Rio Taquari e afluentes.

Uma medida essencial para, de novo, não enfrentar as enchentes sem um mínimo de informação confiável. Além disso, o governo estrelense projeta a contratação de um meteorologista para atuar no gabinete da Defesa Civil. Uma ação necessária em âmbito regional, inclusive.

43 mortos. E 24 desaparecidos

Não podemos esquecer. Apesar das recentes celebrações por importantes conquistas neste momento de reconstrução, a tragédia segue muito viva dentro da comunidade do Vale do Taquari. Além dos 43 mortos já confirmados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), ainda há 24 pessoas desaparecidas após um mês e duas semanas do pico da maior enchente da nossa história. É um cenário de horror.

O Estado precisa de aeroportos. E o Vale tem espaço (e interesse)

O fechamento temporário do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, abriu oportunidades para outras regiões do Rio Grande do Sul. Passo Fundo, Caxias do Sul, Canela, Torres e Canoas são algumas cidades que perceberam a necessidade de maior segurança e garantias à logística aérea gaúcha e já projetam investimentos – e busca por recursos – em suas respectivas localidades. Muito além da chegada e saída dos aviões, a movimentação de passageiros e cargas gera incremento de renda e tributos às cidades, e reposiciona os municípios na vitrine do mercado. E nunca é demais lembrar que o Vale do Taquari tem no DNA a aviação, e possui áreas interessantes para a construção de aeroportos ou aeródromos privados ou públicos. Aliás, há quem diga, inclusive, que uma nova estrutura internacional para pouso e decolagem de aeronaves deva ser construída em uma área mais distante da capital gaúcha. Mas isso é assunto para outro momento.

Cíntia reassume o Codevat no dia 25

O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) convocou assembleia extraordinária para o dia 25 de junho, às 16h30min. No encontro agendado para o auditório do prédio 11 da Univates, a ex-presidente Cíntia Agostini deverá ser reconduzida ao cargo máximo da entidade. Além disso, os membros devem alterar o estatuto e criar uma comissão setorial para tratar de logística e formas de mitigar os efeitos das enchentes na bacia Taquari/Antas.

Abreu assume em Estrela. Körner muda em Teutônia

As mudanças no secretariado das principais cidades do Vale do Taquari persiste. Em Estrela, e após o pedido de exoneração do Comandante César (PL), Marcelo Abreu assume a Secretaria de Administração e Segurança Pública. Já em Teutônia, Juliano Körner (PDT) deixa a chefia da Secretaria de Saúde e assume como chefe de gabinete do prefeito Celso Forneck (PDT). Servidora efetiva desde 2010, Fernanda Sanders assume o comando da pasta.

 

 

O “abacaxi” é de todos!

A câmara de Lajeado criou e aprovou um projeto de lei que isenta de IPTU os imóveis atingidos pela enchente. Sem muitos critérios específicos, a medida visa um número ainda incalculado de imóveis e pode beneficiar, inclusive, o próprio chefe do Executivo, Marcelo Caumo (PP). Diante de eventuais incongruências, e da ausência de estudos de impacto financeiro aos cofres públicos, a impressão é de que a importante matéria nasceu inconclusa. Waldir Blau (MDB), por exemplo, afirmou em outras palavras que estava repassando uma “batata-quente” ao gestor do município. “Quero largar esse abacaxi na mão do prefeito”, disse em plenário. Um erro crasso de comunicação em tempos de catástrofe. Ora, não é hora de “lacrar”. É hora de assumir responsabilidades de forma verdadeiramente coletiva. Jogar para a torcida uma medida construída às pressas e sem critérios específicos aos reais necessitados é um caminho arriscado. E se livrar explicitamente do “abacaxi” é ainda pior. Por fim, eu escrevo isso com a certeza de que não só o vereador Blau, mas outros tantos parlamentares, possuem condições de contribuir de forma muito mais assertiva para o atendimento da população mais carente. É hora de berrar menos e construir mais. Especialmente diante de eventuais “lapsos” da administração municipal, e de todo o ineditismo desta trágica situação.

TIRO CURTO

  • Em tempo. O governo de Lajeado injetou R$ 715 mil no entorno da Ponte de Ferro, entre serviços de horas-máquina, madeira e iluminação pública.
  • Correção. Nesta semana citei o nome do vereador de Encantado, Roberto Salton, mas errei o partido. Ele pertence ao quadro do PL, e não mais do PDT.
  • A CIC/VT realizou levantamento dos impactos da enchente e aponta prejuízos de mais de R$ 300 milhões à região. A pesquisa, iniciada em 10 de maio com recorte em 11 de junho, foi conduzida a nível estadual pelo governo do Estado e Sebrae, e identificou que 1.452 empresas de todos os portes foram afetadas. Dessas, quase 30% ainda não retornou com as operações.
  • A empresa Fontana S/A, com sede em Encantado, já iniciou o armazenamento de produtos junto ao novo Centro de Distribuição, em Teutônia. Mas não se preocupem. Apesar da novidade, a direção garante a permanência da produção na região alta do Vale do Taquari.
  • O PP de Forquetinha definiu que Vianei Noll (ex-secretário de Planejamento) e Ines Feil (vereadora) serão os candidatos a prefeito e vice na eleição deste ano. E ambos terão apoio do PSDB.

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